(Fotografia: Facebook Bardiani-CSF) |
A questão era apenas saber quanto tempo seria. A Bardiani-CSF sabia que não iria escapar a uma suspensão depois de ter dois ciclistas seus a acusar positivo em testes de doping. A regra é clara e aponta que dois casos em 12 meses valerá uma suspensão que pode ir até 45 dias. A equipa italiana irá cumprir 30. A UCI anunciou que a sanção será cumprida entre 14 de Junho e 14 de Julho, o que afasta a formação da Volta à Áustria.
Stefano Pirazzi e Nicola Ruffoni foram afastados do Giro na noite antes da corrida começar. Os dois ciclistas italianos eram as duas principais figuras da equipa e ainda estiveram presentes na apresentação antes da notícia ser conhecida. O controlo anti-doping foi feito em Abril e ambos testaram positivo de uma substância hormonal que permitiria a uma melhor recuperação física. A contra-análise pedida pelos corredores confirmou o resultado. A Bardiani-CSF despediu imediatamente Pirazzi e Ruffoni. Este último explicou que acredita que em causa está num problema que teve na próstata que o obrigou a tomar antibióticos.
Este caso veio agravar a crise de confiança no ciclismo italiano em termos de equipas. O país ficou sem formações no World Tour com a saída do patrocinador Lampre - a estrutura foi vendida à actual UAE Team Emirates - ficando com as quatro no escalão Profissional Continental, além de outras no Continental. Só duas foram convidadas para o Giro, o que provocou uma grande polémica e a situação da Bardiani-CSF deixou o director da corrida, Mauro Vegni furioso com os casos, ainda que a equipa tivesse conquistado o seu convite depois de ter ganho a Taça de Itália em 2016.
Vegni ameaçou a Bardiani-CSF com um possível processo legal caso os contra-análises fossem positivas, mas para já o maior problema para a equipa italiana é a nível desportivo. Com os patrocinadores a escassearem no país, teme-se o pior, ainda que os responsáveis já tenham dado garantias que a equipa irá continuar.
Falta agora conhecer a sanção de Pirazzi (30 anos) e de Ruffoni (26), que neste momento estão suspensos preventivamente. O último foi o responsável por duas das três vitórias da equipa este ano.
A Bardiani-CSF já reagiu à suspensão anunciada pela UCI, revelando que não irá recorrer. Porém, considera a pena pesada, criticando uma "regra que penaliza aqueles que não têm responsabilidades, como a equipa e os outros ciclistas, perante as deploráveis acções de pessoas insensatas." No comunicado lê-se ainda que os responsáveis da Bardiani-CSF consideram que dado os danos que a formação sofreu tanto a nível de imagem como desportivamente durante o Giro - onde competiu com apenas sete ciclistas -, que a sanção deveria ter sido mais reduzida.
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