André Cardoso preparava-se para viver um sonho que há muito ambicionava realizar: estar na Volta a França. Seria a sua estreia, sendo que teria o papel de estar ao lado de Alberto Contador. Porém, a UCI divulgou hoje que o ciclista português testou positivo a substância Eritropoetina, mas conhecida por EPO. Foi suspenso, numa decisão já confirmada pela sua equipa, Trek-Segafredo.
Segundo o comunicado da União Ciclista Internacional (UCI), a amostra em causa foi recolhida fora da competição, a 18 de Junho, uma semana depois de André Cardoso ter terminado na 19ª posição o Critérium du Dauphiné. Nessa corrida, o gondomarense mostrou que poderia ser um ciclista importante na ajuda a Alberto Contador na Volta a França, que começa no sábado.
O ciclista já pediu a contra-análise, mas irá ficar suspenso até ser conhecido o resultado. Se se confirmar o positivo, André Cardoso arrisca uma pena pesada. Recentemente, a UCI suspendeu Giampaolo Caruso por dois anos. O italiano também testou positivo por EPO, num caso que acabou por se arrastar durante cinco anos.
"É com um profunda desilusão que acabámos de ser informados que o nosso ciclista, André Cardoso, testou positivo uma substância proibida. De acordo com a nossa política de tolerância zero, ele foi imediatamente suspenso", lê-se no comunicado da Trek-Segafredo. A equipa escreve ainda que irá agir de acordo com os detalhes que receber. Se a contra-análise for positiva, o mais provável é que André Cardoso veja o seu contrato ser terminado, como normalmente acontece nestas situações.
Depois de quatro anos na estrutura da actual Cannondale-Drapac, André Cardoso (32 anos) mudou-se para a outra formação americana. Na Trek-Segafredo, o português teve sempre a ambição de conseguir ser um dos homens de confiança de Alberto Contador no Tour. Na antiga equipa participou em sete grandes voltas, quatro Vueltas e três Giros. Apesar de ser sempre um ciclista de trabalho, o pior resultado de Cardoso na geral foi o 25º lugar na Vuelta de 2015. O melhor foi o 14º na Volta a Itália do ano passado. Em 2011, ao serviço do Tavira, André Cardoso venceu uma etapa na Volta a Portugal, na chegada à Torre. No domingo, o ciclista esteve na sua terra a competir nos Nacionais. Foi ele quem desenhou o percurso da prova de estrada em Gondomar. Acabou por abandonar, pois ao perder contacto com a frente da corrida começou a pensar em poupar forças para o Tour. O vencedor foi o seu colega de equipa, Ruben Guerreiro.
A Trek-Segafredo chamou o veterano espanhol Haimar Zubeldia (40 anos) para substituir o André Cardoso na equipa para o Tour.
A Eritropoetina (EPO) ajuda a aumentar a produção de glóbulos vermelhos no sangue. Tal permite que mais oxigénio chegue aos músculos, o que contribui para uma melhor performance desportiva. Esta substância tem sido a mais falada em casos de doping no ciclismo nas décadas de 80 e 90 e também no início do século.
André Cardoso pede que não o julguem demasiado rápido
Entretanto, o ciclista português já reagiu à informação da UCI. Numa mensagem escrita em inglês na sua página de Facebook, André Cardoso nega ter recorrido à EPO e pediu que a contra-análise seja feita o mais rapidamente possível.
"Estava ansioso para dar o meu melhor pela equipa e por mim no Tour. Acredito num desporto limpo e sempre agi como um atleta limpo, mas tenho a noção que as notícias colocam uma nuvem negra não só sobre mim, mas também no desporto e na equipa, colegas e staff", lê-se no texto que publicou.
Cardoso afirma ainda estar consciente que será visto como culpado, realçando que está devastado pela notícia. "Nunca tomei substâncias ilegais", frisou. Acrescentou: "Espero que aqueles que me conhecem, que confiem em mim quando digo que estou inocente e que os meus colegas e fãs não me julguem demasiado rápido nesta altura tão difícil."
Leia em baixo a mensagem completa.
(Texto actualizado às 23:00 com a declaração de André Cardoso no Facebook.)
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André Cardoso pede que não o julguem demasiado rápido
Entretanto, o ciclista português já reagiu à informação da UCI. Numa mensagem escrita em inglês na sua página de Facebook, André Cardoso nega ter recorrido à EPO e pediu que a contra-análise seja feita o mais rapidamente possível.
"Estava ansioso para dar o meu melhor pela equipa e por mim no Tour. Acredito num desporto limpo e sempre agi como um atleta limpo, mas tenho a noção que as notícias colocam uma nuvem negra não só sobre mim, mas também no desporto e na equipa, colegas e staff", lê-se no texto que publicou.
Cardoso afirma ainda estar consciente que será visto como culpado, realçando que está devastado pela notícia. "Nunca tomei substâncias ilegais", frisou. Acrescentou: "Espero que aqueles que me conhecem, que confiem em mim quando digo que estou inocente e que os meus colegas e fãs não me julguem demasiado rápido nesta altura tão difícil."
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