(Fotografia: Facebook Vincenzo Nibali) |
Quando em 2014 Vincenzo Nibali conquistou a Volta a França, entrando para o restrito grupo de ciclistas que conquistou as três grandes voltas, o italiano não se livrou da fama que só o fez porque Alberto Contador e Chris Froome desistiram devido a quedas. Nesse ano, a então estrela em ascensão, Nairo Quintana - tinha feito e vencido do Giro - ficou de fora do Tour para que Alejandro Valverde tivesse uma última oportunidade de tentar ganhar a corrida. Nibali acabou por vencer com quase oito minutos de vantagem para o segundo classificado Jean-Christophe Peraud. No ano seguinte e já com a concorrência a manter-se em prova, o italiano ficou em quarto e em 2016 foi 30º, sendo o número dois da Astana, pois o líder foi Fabio Aru.
Nibali não teve um final de 2015 e um 2016 fácil. Mesmo ganhando o Giro, a relação entre o italiano e o director da Astana, Alexandr Vinokourov, tinha azedado há muito e Nibali já pensava na mudança para a Bahrain-Merida, uma equipa que seria construída em seu redor. Com o Giro a celebrar a 100ª edição, Nibali tem como objectivo principal vencer a competição, naquela que poderá ser a terceira conquista da camisola rosa. Porém, admitiu: "Vou certamente voltar ao Tour no próximo ano e tentar vencê-lo. Não será fácil, mas é essa a minha ideia."
Apesar de ter a responsabilidade de liderar uma equipa construída a pensar em apoiá-lo, Nibali diz não sentir mais pressão do que o normal, elogiando os ciclistas que foram contratados, considerando, citado pela Marca, que a Bahrain-Merida tem qualidade para se debater bem nas provas por etapas.
O ciclista italiano está na Volta a San Juan, a iniciar a sua preparação para uma Volta a Itália muito difícil. Em 2016, Nibali foi o autor de uma recuperação espectacular para ganhar o Giro - com uma ajuda da queda de Steven Kruijswijk -, mas este ano a concorrência ameaça ser bem maior, a começar por Nairo Quintana. "Quintana será um dos pontos de referência. O Giro e o Tour são muito duros este ano e como tem esse objectivo duplo, é difícil saber em que condição chegará ao Giro e como irá geri-la, pois o tempo entre as duas corridas é curto para provas tão exigentes. Poderá estar bem numa e não na outra", referiu Nibali.
Aos 32 anos, Nibali tenta na Bahrain-Merida comprovar que é um ciclista para os grandes momentos, frente aos grandes nomes da modalidade, tentando afastar algumas críticas que o apontam como um corredor que ganha quando a concorrência é mais fraca. Claro que não ajudou ao seu prestígio quando em 2015 foi expulso da Volta a Espanha por ter sido ostensivamente "puxado" por um carro da sua equipa para reentrar no grupo principal. Nunca esteve em causa a qualidade de Nibali, mas o italiano tem dificuldades em ver reconhecido o mérito das suas vitórias, apesar de ser um dos ciclistas com uma fiel legião de fãs, principalmente no seu país. Porém, Nibali garante que se mantém motivado e com vontade de conquistar mais uns grandes triunfos.
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