28 de janeiro de 2017

Américo Silva: "A Efapel está colectivamente mais forte"

(Fotografia: Facebook Efapel)
A Efapel fez a contratação mais mediática do pelotão nacional para 2017. O regresso de Sérgio Paulinho a Portugal, depois de 12 anos no World Tour, significa que a equipa de Ovar tem um novo líder, depois de ter perdido dois dos principais ciclistas: Joni Brandão e Filipe Cardoso. Porém, permaneceram Daniel Mestre, Henrique Casimiro, Rafael Silva, António Barbio e Álvaro Trueba. Bruno Silva está de regresso depois de dois anos na La Alumínios-Antarte, o espanhol Jesus del Pino (26 anos, ex-Burgos BH) foi contratado a pensar na montanha, tal como o jovem colombiano Matteo Garcia (20 anos, ex-EPM-UNE-Área Metropolitana). Conclusão de Américo Silva: "A Efapel está colectivamente mais forte."

O director desportivo está satisfeito com os ciclistas com quem está a trabalhar este ano, salientando que apesar das saídas, "mantém-se a parte da coesão da equipa, que também tem um papel fundamental". No entanto, Américo Silva avisa que 2017 não será como no ano passado: "As equipas reforçaram-se e todas têm um líder consistente para vencer corridas. Em 2016, as vitórias e o trabalho realizado em busca dessas vitórias foram repartidos entre a Efapel e a W52-FC Porto. Acho que este ano as corridas serão mais competitivas."

Ganha o público que terá corridas mais indefinidas, perde a Efapel que poderá não conseguir tantas vitórias. Mas Américo Silva garantiu que a formação estará na luta da primeira à última corrida. "Os nossos objectivos serão sempre dois: vencer e trabalhar para vencer", salientou o responsável ao Volta ao Ciclismo. A Efapel, que só venceu uma Volta a Portugal, aposta forte com a contratação de Sérgio Paulinho, ainda assim, Américo Silva afirmou que a pressão para alcançar a vitórias, nomeadamente na principal corrida portuguesa, não aumentou. "Este patrocinador logicamente que gosta de vencer como todos, mas tem a noção do investimento que faz e tem estado satisfeito com a prestação da equipa em termos desportivo e de imagem", explicou.


"Noto que o Sérgio já assimila essa liderança. Agora as provas vão nos dar determinados pormenores para saber se é preciso ir corrigindo algo, ou não, nessa capacidade de liderança"

David Blanco conquistou a única Volta a Portugal para a Efapel, em 2012, e Américo Silva acredita que Sérgio Paulinho pode dar essa vitória à equipa. A experiência do ciclista de 36 anos será uma arma e o trabalho para "transformar" um gregário num líder está a ser feito de forma gradual. "As corridas terão um papel muito importante, mas noto que o Sérgio já assimila essa liderança. Agora as provas vão nos dar determinados pormenores para saber se é preciso ir corrigindo algo, ou não, nessa capacidade de liderança, para que assim possa tentar chegar às vitórias", frisou.

Américo Silva terá de aliar a experiência de Sérgio Paulinho à juventude de ciclistas como Matteo Garcia. O colombiano destacou-se como sub-23 na Colômbia, mas o próprio director desportivo da Efapel admitiu que não sabe o que esperar de Garcia. "Já vi qualidade nele [durante o estágio]. Não estamos à espera de o ver conquistar logo vitórias, mas precisamos de ciclistas para a alta montanha e ele mesmo tendo pouca experiência tem uma característica muito importante: a vontade de aprender. Tendo vontade e humildade - e ele tem muita - está tudo encaminhado para que possamos ter um ciclista com a qualidade que nós pretendemos", referiu.

António Barbio (23 anos) e Alvaro Trueba (24 anos) são também ele jovens promissores, mas Américo Silva recordou: "Normalmente juventude representa inexperiência e isso nunca é uma mais valia. Mas existe qualidade na juventude da equipa e agora há um trabalho muito maior a fazer, principalmente da minha parte, para conseguir tirar resultados. É um trabalho interessante de desenvolver."

O pelotão mais competitivo dos últimos anos

O regresso de ciclistas como Sérgio Paulinho, Edgar Pinto (LA-Alumínios-Metalusa-BlackJack) e Fábio Silvestre (Sporting-Tavira), as permanências de Joni Brandão e Gustavo Veloso, por exemplo, ajudam a fazer do pelotão nacional "um dos mais competitivos dos últimos anos". Américo Silva considera que poderá assistir-se ao um (re)início de crescimento do ciclismo em Portugal, com maior interesse por parte dos adeptos e eventualmente de patrocinadores.

"Esperemos que tenha esse tipo de repercussão. A crise afectou todas as áreas em Portugal, em termos desportivos, empresarial... Está tudo interligado. Agora, no desporto e concretamente no ciclismo, vai este ano haver alguma melhoria. Não será significativa, mas podem ser os primeiros passos", disse o director desportivo.

(Fotografia: Facebook Efapel)

A Efapel apresentou este sábado os seus ciclistas, uma semana antes do arranque da temporada no Troféu Liberty Seguros (5 de Fevereiro), 160 quilómetros que começam em Anadia, com a meta precisamente na "casa" da Efapel, em Ovar.

»»Sérgio Paulinho: "Acho que 2017 vai ser um ano espectacular. Acho que vou ser bastante feliz"««

»»Sérgio Paulinho: "O Alberto Contador nunca foi capaz de me dizer nada. Foi isso que mais me magoou"««

Sem comentários:

Enviar um comentário