Nairo Quintana venceu o Giro em 2014 (Fotografia: Facebook Movistar) |
Desta vez é mesmo oficial. Depois de Nairo Quintana ter anunciado no dia de Natal que ia fazer a dupla Giro-Tour, o director desportivo da Movistar, Eusebio Unzué, contrariou as declarações do seu líder e apenas dois dias depois disse que nada estava decidido e que o colombiano até poderia voltar a fazer Tour-Vuelta. Unzué estaria à espera de conhecer o percurso da Volta a Espanha para fazer a decisão final. Curiosamente foi outra vez Quintana quem confirmou a um canal de televisão do seu país, RCN, que ia mesmo estar no Giro. Horas depois veio o anúncio da Movistar: Quintana fará Giro-Tour e Valverde Tour-Vuelta.
Foi assim feita a vontade de Nairo Quintana que desde que foi conhecido o percurso da 100ª edição da Volta a Itália, não escondeu a vontade de regressar à corrida que venceu na única vez em que participou, em 2014. A temporada ganha assim um interesse extra: será desta que alguém volta a ganhar o Giro e o Tour no mesmo ano depois de Marco Pantani o ter feito pela última vez na história em 1998? Alberto Contador tentou em 2015. Ganhou em Itália, falhou por completo em França.
Quintana começou a pensar nesta dobradinha depois de ter feito a Volta a França e ter conseguido recuperar tão bem que ganhou na Vuelta em 2016. Certo que no Tour não esteve no seu melhor, mas o colombiano acredita quer possível estar bem nas duas competições. No entanto, há que recordar que quando anunciou da primeira vez que ia estar no Giro, salientou desde logo que o principal objectivo seria sempre a Volta a França, ou seja, o sueño amarillo.
Nesta primeira fase da temporada, Quintana irá começar no Challenge de Maiorca, seguindo para a Volta à Comunidade Valenciana, Volta a Abu Dhabi, Tirreno-Adriatico e Volta as Astúrias. Entre estas duas competições, irá regressar à Colômbia para os habituais treinos em altitude no seu país. Se tudo correr dentro do normal, Quintana não irá à Volta a Espanha tentar repetir o triunfo de 2016.
Quanto a Alejandro Valverde, depois de uma época alucinante em que participou nas três grandes voltas, o espanhol disse que não queria fazer algo igual e tem o calendário a que está mais habituado. Estará no Tour a apoiar Quintana e vai depois à Vuelta, onde terá nova oportunidade para liderar a equipa. E claro, estará de novo nas clássicas das Ardenas, onde tem algum hábito em ganhar.
O espanhol também vai começar no Challenge de Maiorca. A presença chegou a estar em causa depois do acidente que o deixou com bastantes dores. Quando se preparava para treinar foi atingido pela barreira na urbanização onde vive, em Murcia, que fechou antes do ciclista passar. Valverde está recuperado do susto e depois de Maiorca estará na Volta a Múrcia, Clássica de Almeria, Volta a Andaluzia, Paris-Nice e ainda há a dúvida se competirá na Volta à Catalunha ou na Volta ao País Basco (depende da sua participação no Grande Prémio Miguel Indurain). Segue-se uma fase da temporada que Valverde tanto adora: Amstel Gold Race, Flèche Wallonne (ganhou quatro vezes) e Liège-Bastogne-Liège (três vitórias). Depois irá concentrar-se em preparar o Tour, com ambição na Vuelta, que conquistou em 2009.
Quanto aos portugueses, Nuno Bico tem para já no seu calendário quatro participações em troféus espanhóis (corridas de um dia), entre 26 e 29 de Janeiro. Nelson Oliveira deverá voltar a apostar nas clássicas, principalmente nas do pavé e é possível que esteja novamente ao lado de Nairo Quintana, como aconteceu em 2016 no Tour. Falta saber se estará no Giro ou na Volta a França (ou nas duas).
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