17 de abril de 2016

Vitória da experiência e da emoção

(Fotografia: Twitter @UCI_cycling)
"Esta foi pelo Antoine." Foram as primeiras palavras de Enrico Gasparotto depois de vencer a Amstel Gold Race, de uma forma algo surpreendente. Aos 34 anos, o italiano venceu pela segunda vez a corrida holandesa, naquela que foi uma vitória muito emocional para Gasparotto e para a Wanty - Groupe Gobert.

A 27 de março a equipa do segundo escalão profissional ganhava um indesejado protagonismo. Antoine Demoitié foi atingido por uma moto e acabou por morrer. Três semanas depois, a Wanty alcançou a sua primeira vitória numa prova World Tour. Não surpreende que, por isso, a equipa viva sentimentos mistos.

O triunfo na Amstel Gold Race muito se deve à experiência de Gasparotto. O italiano confessou que repetiu alguns pormenores técnicos de quando venceu em 2008, então ao serviço da Astana, ao atacar na última subida ao Cauberg. A experiência permitiu-lhe ainda "convencer" o jovem Michael Valgren (Tinkoff) a ajudá-lo naquele ataque. "Tive sorte que o Valgren veio comigo. Não teria sido capaz sozinho porque estava um vento de frente muito forte", explicou Gasparotto.

Inicialmente Valgren foi na roda do italiano, mas acabou por "puxá-lo", permitindo a Gasparotto guardar forças para o sprint final. O grupo com alguns dos favoritos, que incluía Rui Costa, ficou apenas a quatro segundos, o que certamente deixou muitos deles frustrados.

Foi a nona vitória como profissional de Enrico Gasparotto, que conta no currículo com uma etapa no Giro e um campeonato de estrada italiano. A última vitória havia sido precisamente na Amstel.

Já Michal Kwiatkowski (vencedor em 2015) e Philippe Gilbert (que já triunfou por três vezes) não acabaram a corrida. Rui Costa foi 17º, o irmão Mário Costa terminou no 64º lugar e Tiago Machado no 85º, ambos a 4:32 minutos.

O momento insólito

Ainda a Amstel Gold Race não tinha começado e já se registava uma queda que acabou por ter consequências graves para Fabio Felline. O sprinter da Trek caiu sem se perceber muito bem porquê. "Tem um nariz partido e cortes na face. Os radiologistas também encontraram uma fractura na base do crânio. Ele precisa de mais exames para determinar se está estável ou instável e isso irá determinar qual o tratamento para a sua recuperação", explicou o médico da equipa Jens Hinder, citado pelo site da Trek-Segafredo.


E esta foi uma corrida mesmo insólita para a equipa: dois oito ciclistas só Bauke Mollema terminou (em 14º a quatro segundos do vencedor).




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