18 de abril de 2016

Giro del Trentino: o primeiro frente-a-frente de Nibali e Landa

Com o período das clássicas a aproximar-se do fim, a primeira grande prova de três semanas do ano começa a concentrar as atenções. O Giro del Trentino, que começa esta terça-feira, como que marca o início da contagem decrescente até 6 de maio, dia do arranque da Volta a Itália. E este ano contará com o embate entre dois dos favoritos: Vicenzo Nibali (Astana) e Mikel Landa (Sky).

Nibali como que caiu em desgraça na Astana depois de uma Volta a França aquém do esperado e não ajudou ter sido expulso da Volta a Espanha por ter sido "arrastado" pelo carro para recuperar terreno para o pelotão. Por outro lado, Fabio Aru ganhou estatuto ao ser segundo na Volta a Itália e ao conquistar a Vuelta. Nibali viu-se assim relegado para número dois da equipa e prepara o Giro d'Italia com o objectivo de recuperar algum do respeito perdido na Astana e também no próprio pelotão após o incidente em Espanha.

O ciclista italiano, que já venceu as três grandes provas, começou a sua reacção às adversidades ainda em 2015, vencendo o seu primeiro monumento, o Giro da Lombardia. Este ano já conta com o triunfo na Volta a Omã e com o sexto lugar no Tirreno-Adriático e quer voltar a vencer a Volta a Itália, numa altura em que também já vai preparando a sua saída da Astana, talvez para um novo projecto que deverá nascer no Bahrain.

O seu principal rival será Mikel Landa. O espanhol foi o escudeiro de Fabio Aru em 2015 e protagonizou uma parceria que fez lembrar Wiggins e Froome em 2012, no Tour. O espanhol, tal como Froome, sempre respeitou a hierarquia, mas era praticamente certo que, em final de contrato, Landa iria procurar uma equipa onde pudesse ser líder. A Sky contratou-o.

O espanhol só participou em três competições este ano e desistiu numa delas (Grande Prémio Miguel Indurain), mas na Volta a Catalunha já se mostrou, vencendo uma etapa e vestindo a camisola da liderança durante algumas etapas.

Landa é visto como o provável sucessor de Alberto Contador e já mostrou que tem a qualidade para vencer uma grande volta, mas terá de melhorar no contra-relógio, uma questão que neste momento o deixa em desvantagem comparativamente com Nibali.

No Giro del Trentino só estarão três equipas World Tour, o que significa que faltam outros grandes nomes que têm presença confirmada na Volta a Itália (Rigoberto Uran, Alejandro Valverde, Tom Dumoulin...). Além da Sky e Astana, a francesa AG2R aproveita a corrida para preparar os seus líderes para a Volta a Itália e para a Volta a França. Romain Bardet está com os olhos postos no Tour e entra como um terceiro favorito em Trentino. A seu lado estará Jean-Cristophe Peraud, que no ano da despedida resolveu abdicar do Tour para apostar tudo no Giro. Aos 38 anos, o francês tenta uma grande vitória. Nas provas em que participou até agora em 2016, Peraud alcançou resultados modestos.

A AG2R leva ainda o pequeno mais sempre muito entusiasmante Domenico Pozzovivo. Nas subidas italianas, o ciclista raramente passa despercebido e dá à equipa três boas opções para alcançar bons resultados em Trentino. Pozzovivo também estará na Volta a Itália.

Quanto ao percurso, o Giro del Trentino começa com um contra-relógio de 12,1 quilómetros. Segue-se uma longa etapa de 220,3 quilómetros com média montanha (ver gráficos) entre Arco e Anras, com passagem pela Áustria.



Na terceira etapa começa a alta montanha: 204,5 quilómetros entre Sillian e Mezzolombardo. Com o arranque na Áustria, o regresso a Itália terá duas subidas de primeira categoria. Caso nenhum dos favoritos tenha tido problemas na etapa anterior, nesta ronda poderá começar a decidir-se o vencedor.




Na derradeira etapa, no sábado, os ciclistas tem pela frente menos quilómetros, mas mais dificuldades. Serão 160,9 entre Malè e Cles e terreno plano, nem vê-lo. Um sobe e desce constante que promete emoção até ao fim, com destaque para Forcella di Braz (primeira categoria) já perto do final da etapa.


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