Armitstead venceu a Strade Bianche (foto:@L_ArmiTstead) |
Porém, para a primeira grande prova e ainda mais na Strade Bianche - que em dez anos conquistou um lugar de grande relevância no calendário masculino - a UCI descuidou a parte da imagens televisivas.
Quando em Setembro de 2013 Brian Cookson chegou à liderança da UCI, o ciclismo feminino tornou-se numa bandeira do seu mandato. Foi criada uma comissão que se preocupou exclusivamente em criar condições para o seu desenvolvimento. Na Suíça, um centro de treinos começou a receber muitas jovens que tiveram (e continuam a ter) a oportunidade de aprender e melhorar as suas capacidades de ciclista. Mas era necessária reformular as competições, que tornavam o ciclismo feminino no parente pobre da modalidade.
No entanto, como em muitas modalidades, aos poucos as mulheres foram conquistando o seu espaço enquanto se esperava pelas reformulações. Atraíram patrocinadores e atenção mediática, com algumas provas a serem transmitidas na televisão. Ainda assim, pouco para garantir um futuro mais promissor para as mulheres no ciclismo. A UCI falou com organizadores de provas e equipas. E no ano passado surge finalmente a confirmação: em 2016 arrancaria a primeira Women's World Tour.
São 17 provas entre corridas de um dia e de etapas, que contabilizarão 35 dias de competição. E para começar em grande, Itália marcou a estreia com a Strade Bianche. As melhores ciclistas estiveram e para ser tudo perfeito, a campeã do mundo venceu. Mas a própria Lizzie Armitstead parece ter algumas dúvidas sobre a Women's World Tour. Na conferência de imprensa de apresentação da corrida, a ciclista britânica limitou-se a dizer que ainda era cedo para falar sobre o novo formato.
Delighted to win @StradeBianche thank you to my incredible team mates for their work and sacrifice @boelsdolmansct pic.twitter.com/kqfcNwRhIr— Lizzie Armitstead (@L_ArmiTstead) 5 March 2016
Um dos pontos negociados pela UCI para a Women's World Tour foi o tal "pacote promocional". Basicamente significa ter atenção dos media e apostar em transmissões televisivas ou então de live streaming. Na Strade Bianche não houve nada, o que gerou de imediato algumas críticas.
A corrida até terá sido interessante a julgar pelas crónicas. Quanto a imagens, restam-nos alguns vídeos como o do canal do YouTube Voxwomen, dedicado precisamente ao ciclismo feminino. A próxima prova é já no sábado, na Holanda, com a Ronde van Drenthe (uma das competições que transita do extinto Mundial das mulheres) e Lizzie Armitstead é capaz de ter razão: vamos esperar para ver no que dá!
A título de curiosidade, os organizadores de provas de um dia são obrigados a convidar as 20 equipas com melhor posição no ranking UCI e nas provas por etapas, são as 15 melhores a ser chamadas.
Sem comentários:
Enviar um comentário