5 de março de 2016

Ciclismo e patrocinadores: quando uma marca explora o potencial publicitário

Rentabilizar um patrocínio a uma equipa ou a uma prova de ciclismo é um desafio. Afinal não se vendem bilhetes, nem existe outro processo que signifique retorno imediato do dinheiro investido. Porém, apesar da crise que tantas dificuldades tem criado a esta modalidade, há quem veja no ciclismo uma excelente forma de publicitar a sua marca. Em países como Portugal, o ciclismo está em modo de sobrevivência há bastantes anos, mas noutros as empresas trabalham o ciclismo como uma das principais formas de publicidade.

É o caso da Bélgica. A Lotto Soudal é o mais recente caso de como uma empresa percebe como os ciclistas podem ajudar a rentabilizar uma marca. Para o Paris-Nice, a equipa anunciou que ia mudar de nome e equipamento. A Soudal viu a "ocasião perfeita" para fazer chegar ao público, não só francês, mas em vários países um pouco por todo o mundo uma das suas marcas.

No Paris-Nice e apenas no Paris-Nice a equipa será a Lotto Fix All. A marca pertence à Soudal que optou por esta mudança. Ponto importante: a UCI permite que as equipas alteram uma vez na temporada o equipamento. Em vez do tradicional vermelho, as camisolas serão brancas e cinzentas. A UCI também terá autorizado que o carro tenha o logotipo da Fix All.

"Esta é uma ocasião perfeita para colocar um dos nossos produtos na ribalta", explicou o CEO da Soudal, Dirk Coorevits. Uma visão que infelizmente não é partilhada por mais. 




Além de este tipo de manobras publicitárias - e não é a primeira vez que a Lotto recorre a este esquema -, existe também o acesso aos ciclistas para dar a cara pelas marcas. Neste caso específico, Tony Gallopin foi o escolhido para o anúncio, mas também nas redes sociais os ciclistas têm publicitado a mudança. Alguns com humor, como Andre Greipel.


Hoje em dia a exposição mediática vai muito além da televisão, com a internet e principalmente as redes sociais a serem muito aproveitadas. Os ciclistas são cada vez mais super estrelas com milhares de seguidores no Facebook, Twitter ou Instagram. Um enorme potencial publicitário.

Claro que os ciclistas ficam sujeitos a fazer anúncios que, se calhar, nem sempre se orgulham. Afinal é difícil esquecer Marcel Kittel e o champô Alpecin e que tantas paródia gerou na internet. Mas há que dizer que dificilmente haverá alguém melhor que o alemão (que entretanto mudou de equipa) para publicitar um champô... bom, talvez agora Peter Sagan.


Sem comentários:

Enviar um comentário