1 de março de 2016

Mais um "atropelamento". Exigem-se medidas urgentes

Broeckx (Foto: Lotto Soudal)
Stig Broeckx é o mais recente nome na lista de ciclistas que sofreram quedas devido a motos ou carros durante competições. Era quase difícil acreditar no que se via nas imagens televisivas. A saga dos "atropelamentos" começou em 2016. O belga, de 25 anos, da Lotto Soudal foi atirado ao chão pela moto de assistência médica (que ironia!) a cerca de 30 quilómetros da meta na clássica Kuurne-Brussels-Kuurne. O assunto parecia estar um pouco esquecido, afinal, depois de um 2015 recheado de casos, é outro ano e o "entretenimento" tem sido com o doping mecânico. Mas o problema continua e fez mais uma vítima. Levantam-se as vozes contra a inércia da UCI, que demora a tomar uma decisão que proteja os ciclistas.


A questão não é nova, mas em 2015 ganhou proporção devido aos vários incidentes que afectaram alguns dos principais ciclistas do pelotão. Casos de Greg van Avermaet na clássica de San Sebastian (choque com uma moto), Jesse Sergent na Volta a Flandres (um carro de apoio neutro atirou-o ao chão), Jakob Fuglsang na Volta a França, Sérgio Paulinho e Peter Sagan (ambos da Tinkoff) na Volta a Espanha, os três todos vítimas de contactos com motos.

Recuando um pouco no tempo, Taylor Phinney quase acabou a carreira quando numa descida deparou-se com uma moto parada (em 2014, no campeonatos dos EUA) e Juan Antonio Flecha e Johnny Hoogerland tiveram um arrepiante acidente com um carro, com o holandês a cair no arame farpado na Volta a França em 2011.

Ao contrário do que Cédric Vasseur diz no site Cycling Weekly, a Lotto Soudal não está sozinha nesta luta. O director desportivo da BMC - equipa de Greg Avermaet -, Jim Ochowicz, já veio a público pedir medidas urgentes, recordando que já no ano passado pediu a intervenção da UCI. Ochowicz acusa mesmo a UCI de nada fazer, em declarações no Cycling News.

A UCI não pode continuar a ignorar um problema que está a colocar em risco carreiras (para não dizer nada mais grave) dos ciclistas. Praticamente todas as quedas têm provocado lesões graves e Stig Broeckx é a prova disso mesmo: partiu a clavícula, uma costela e magoou ainda a mão. A Lotto Soudal anunciou que o jovem belga, que estava escalado pela equipa para a época das clássicas, vai estar longe da competição durante várias semanas.

Exigem-se medidas, mas a UCI mantém um inconfortável silêncio.


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