14 de dezembro de 2020

Uma Bianchi renovada para a nova parceria

© Bianchi
Ver uma Bianchi sem ser com a sua famosa cor celeste é um pouco estranho. Mas, com o início de uma nova parceria no World Tour, a famosa marca italiana renovou as suas bicicletas. E também já têm travões de disco.

Depois de sete anos com a Jumbo-Visma e os últimos muito vitoriosos, a Bianchi irá passar a fornecer as bicicletas à Mitchelton-Scott. Naturalmente que este nome da formação australiana não será o de 2021. Para já a equipa está inscrita como GreenEdge Cycling, mas poderá sofrer alterações, caso surja um patrocinador. A Scott passará para a Sunweb (Team DSM na próxima época), com a Cérvelo a trocar a equipa alemã pela Jumbo-Visma. Uma autêntica dança de bicicletas no pelotão!

Quanto à Bianchi, era uma das poucas marcas que ainda não se tinha rendido aos travões de disco. Como curiosidade, as três grandes voltas de 2020 foram ganhas por ciclistas, cujas equipas utilizam bicicletas com o tradicional sistema de pinças: Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) venceu o Tour com uma Colnago, Tao Geoghegan Hart (Ineos) conquistou o Giro com uma Pinarello e Primoz Roglic foi o mais forte na Vuelta com a famosa Bianchi celeste.

Simon Yates e Michael Matthews, por exemplo, vão assim estrear a Bianchi com travões de disco e com novas cores. E este último pormenor tem sido o principal debate entre os fãs desta bicicleta. O tradicional celeste ainda está no quadro, mas acompanhado por um azul turquesa e ainda a cor preta. Se há quem elogie a mudança nas redes sociais, também se lêem críticas, com o celeste a continuar a ser a cor preferida. Um dos pormenores várias vezes destacado, é que a bicicleta poderá não se destacar tanto no pelotão.

© Bianchi
As mudanças trazem sempre opiniões diferentes, mas a Bianchi vai mesmo alterar a sua imagem no World Tour. Os ciclistas da GreenEdge Cycling vão ter à sua disposição a Specialissima disc (foto em cima), a Oltre XR4 - modelo mais aerodinâmico (foto ao lado) - e para o contra-relógio, a Aquila. Todas terão componentes Shimano (incluindo as rodas), os selins serão da Fizik e os pneus eleitos são os Pirelli P Zero. Os ciclo-computadores serão da Garmin.

Tempos difíceis na GreenEdge Cycling

Foi um ano muito complicado para a equipa australiana. Além da falta de melhores resultados e de exibições muito aquém, principalmente nas grandes voltas - no Giro toda a equipa abandonou a corrida devido a casos de covid-19 -, a formação viveu dias de incerteza, quando soube que iria perder o seu principal patrocinador. Em Junho foi dado como feito um acordo com a Manuela Fundación, de Espanha, mas após o anúncio público - até foram apresentados os equipamentos que seria utilizados ainda durante 2020 - Gerry Ryan, dono da estrutura, disse que afinal não era a solução que procurava.

Ryan não terá gostado, por exemplo, de os novos patrocinadores quererem ser os donos da equipa e até mudar a sua base para Granada, o que significaria também uma licença World Tour espanhola e não australiana. O actual patrão não quer perder o controlo da sua equipa e tratou não só de interromper qualquer negociação com os responsáveis da Manuela Fundación, como foi à procura de outros caminhos para o futuro.

Entretanto, a equipa conseguiu renovar contrato com Simon Yates, mas o irmão gémeo, Adam, rumou à Ineos. Daryl Impey vai juntar-se a Chris Froome na Israel Start-Up Nation, Jack Haig muda-se para a Bahrain-Victorious (actual Bahrain-McLaren) e Edoardo Affini será aposta da Jumbo-Visma.

Quanto a contratações, o regresso de Michael Matthews será certamente muito bem-vindo, sendo que foi um ciclista que deu muitas e grandes vitórias à equipa, antes de se mudar para a Sunweb. Da EF Pro Cycling chega Tanel Kangert e o norueguês Amund Grondahl Jansen troca a Jumbo-Visma pela formação australiana. A GreenEdge Cycling garantiu ainda um jovem promissor italiano, de apenas 21 anos, Kevin Colleoni (ex-Biesse Arvedi). Foi terceiro no Giro para o seu escalão e soma vários pódios e top dez em importantes corridas de sub-23.

Quando a equipa australiana surgiu em 2012 esteve mais dedicada ao sprint e clássicas. Porém, com os irmãos Yates, foi também apostando cada vez mais nas gerais e teve o seu ponto alto em 2018, quando Simon esteve na luta pelo Giro e acabaria por ganhar a Vuelta. Porém, a equipa não conseguiu dar seguimento a esse sucesso e tenta reinventar-se, ainda que sem mudanças profundas naqueles que serão os líderes, com a excepção da despedida de Adam Yates.

»»Mark Cavendish resiste««

»»Fabio Aru com mais uma oportunidade««

Sem comentários:

Enviar um comentário