21 de dezembro de 2020

Mais pedidos do que vagas para a Volta ao Algarve

© João Fonseca Photographer
Têm sido anos de crescimento na Volta ao Algarve. Não só já pertence ao segundo escalão das corridas mundiais há quatro temporadas, como de ano para ano o pelotão é de luxo e com tendência a melhorar ainda mais em 2021.

Em Fevereiro assistiu-se a uma prova de elevada qualidade, com excelentes ciclistas e com Remco Evenepoel (Deceuninck-QuickStep) a ser o vencedor. Ainda se estava longe de imaginar o que 2020 seria... Olhando para a frente e não para o passado, a nível competitivo a expectativa é altíssima para a 47ª edição, numa altura em que se soube que 16 das 19 equipas do World Tour querem estar na Algarvia.

Todo o ambiente em redor será, muito provavelmente, bem diferente. Porém, mesmo em tempos de pandemia, ter no Algarve alguns dos melhores do mundo, são excelentes notícias tanto para a corrida, como para toda uma região.

É que no total são 30 as equipas estrangeiras que mostraram interesse em estar na Volta ao Algarve, entre 17 e 21 de Fevereiro, segundo a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC). O regulamento permite um pelotão de 25 formações, com sete ciclistas cada. Nove lugares ficarão preenchidos pelas equipas portuguesas, todas do escalão Continental, caso queiram estar presentes. Recorde-se que este ano, o Feirense não competiu na Algarvia. Isto significa que a FPC terá a difícil missão, como organizadora da corrida, em seleccionar quem estará na Volta ao Algarve.

Ao mérito de como a Volta ao Algarve soube seduzir cada vez mais as principais equipas e alguns grandes nomes da modalidade, junta-se a procura por locais que possam dar oferecer segurança, além de ser necessário controlar eventuais medidas restritivas que possam ser impostas em tempo de pandemia.

Por isso, nem todas as formações estão com disposição em sair da Europa, como aliás revelou ser o caso quando a organização do Tour Down Under tentou perceber se as formações World Tour pretendiam viajar à Austrália. Perante a percepção que medidas como a quarentena obrigatória, estavam a ser dissuasoras, a corrida acabou por ser cancelada, apesar de ser uma prova de estatuto World Tour.

Outros dos destinos de início de ano tem sido Colômbia e Argentina, mas a corrida colombiana também já foi cancelada. San Juan mantém-se e até contará com Chris Froome, na sua estreia pela Israel Start-Up Nation. Ainda assim, as competições europeias são as preferidas de forma a tentar controlar melhor qualquer mudança de medidas restritivas devido à evolução da pandemia.

E tendo em conta como a Volta ao Algarve está tão bem cotada internacionalmente, esta procura para a 47ª edição não é inesperada. Em 2020, a Algarvia foi a segunda melhor corrida no circuito ProSeries, no que diz respeito à qualidade do pelotão. Só foi batida pela Volta a Burgos. No ranking geral, a prova portuguesa foi 17ª classificada, ficando à frente de provas do World Tour. Pode ver aqui o ranking, no site ProCyclingStats.

E só para destacar algumas das estrelas que se viu no Algarve, além de Evenepoel: Philipe Gilbert, Greg van Avermaet, Elia Viviani, Michal Kwiatkowski, Fabio Jakobsen, Rohan Dennis, Miguel Ángel López, Max Schachmann, Mathieu van der Poel, Tim Wellens, Bauke Mollema, Alexander Kristoff, Dan Martin, Rui Costa... Ou seja, campeões mundiais, europeus, vencedores em etapas de grandes voltas, monumentos.

Agora é esperar para saber quais as equipas que estarão presentes e quais serão as grandes figuras do ciclismo mundial que vão escolher o Algarve como local para uma das corridas de início de temporada. Toda a exposição mediática será bem-vinda. A última edição foi transmitida em directo para 83 países, em quatro continentes e foram registadas 1275 notícias sobre a Algarvia.

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