9 de dezembro de 2020

Miguel Salgueiro o melhor português na estreia do Mundial de Ciclismo Electrónico

© Federação Portuguesa de Ciclismo
O ciclismo saiu da estrada para o mundo virtual durante o confinamento, altura em que plataformas como a Zwift ganharam ainda mais utilizadores. Porém, foi a confirmação do que já se estava a verificar em tempos recentes. Em 2019 foi anunciado o primeiro Mundial virtual, apelidado de Electrónico. Mal se sabia o que se viria a viver poucos meses depois e como esta prova acabou por ter outra relevância, quando até já se realizaram uma Volta a Flandres e um Tour. Alguns dos grandes nomes do ciclismo de estrada participaram na corrida que se realizou esta quarta-feira. Entre os portugueses, Miguel Salgueiro mostrou que também nesta vertente podem contar com ele para alcançar bons resultados.

O ciclista da LA Alumínios-LA Sport esteve acompanhado por Jorge Magalhães (W52-FC Porto) e por Maria Martins (Drops), que tiveram como "base" o Centro de Alto Rendimento, em Anadia. O trio representou a selecção portuguesa, com Miguel Salgueiro a terminar na 33ª posição, a 32:33 segundos do vencedor, Jason Osborne. O alemão, de 26 anos, tornou-se assim no primeiro campeão do mundo do ciclismo electrónico, com a sul-africana Ashleigh Moolman Pasio (35) a alcançar o feito entre as mulheres.

© Federação Portuguesa de Ciclismo
A prova feminina foi decidida ao sprint, com a australiana Sarah Gigante a ficar em segundo e com a sueca Cecilia Hansen a fechar o pódio, cortando a meta com apenas um segundo de diferença. Moolman Pasio completou os 50,035 quilómetros em 1:13.27 horas, com Maria Martins a ser 52ª, muito longe da discussão da corrida. A ciclista portuguesa regressou recentemente de férias e acusou a falta de ritmo.

Quanto a Miguel Salgueiro, estrada, BTT, ciclocrosse e até pista são vertentes em que já demonstrou como é competitivo. Agora comprova o seu estatuto de todo-o-terreno numa bicicleta no ciclismo electrónico.

"Foi uma prova muito dura, arrancou logo muito rápida. Tive de fazer vários sprints ao longo da corrida para conseguir manter-me no pelotão, mas este é um tipo de esforço a que me adapto bem. Isto acaba por ser uma corrida de eliminação. Mantive-me no grupo da frente e, na fase final, apesar de já estar muito desgastado, tentei a minha sorte. Foi demasiado cedo. Paguei a falta de experiência, pois nunca tinha competido a este nível, mas fica a aprendizagem para o futuro", afirmou, citado pela Federação Portuguesa de Ciclismo.

Salgueiro atacou no último quilómetro. Não resultou, mas terminou a prova atrás de corredores como o britânico Tom Pidcock (reforço da Ineos para 2021) e o belga Victor Campenaerts. Mas mais nomes bem conhecidos participaram, como Edvald Boasson Hagen, Michael Valgren, Rigoberto Uran e Domenico Pozzovivo, por exemplo.

© Federação Portuguesa de Ciclismo
Jorge Magalhães foi 49º, a 4:02 minutos de Osborne, tendo perdido contacto com o grupo da frente a meio da prova. "Foi quase um sprint na subida, como sou pouco explosivo, acabei por não conseguir passar na frente e depois já não foi possível regressar ao grupo da frente", explicou.

Watopia tornou-se uma popular subida na plataforma Zwift, que foi a parceira do primeiro Mundial de uma vertente que a UCI abraçou. De referir que Osborne foi o mais forte no sprint final, batendo dois dinamarqueses: Anders Foldager (a 1:74 segundos) e Nicklas Pedersen (a 2:09 segundos).

»»Vozes da experiência mudam de equipa mas continuam a competir««

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