14 de agosto de 2020

Ivo Oliveira conquista primeiro título de elite. Guilherme Mota afirma-se no contra-relógio

© João Fonseca Photographer
Os muito aguardados Campeonatos Nacionais de estrada arrancaram esta sexta-feira em Paredes. O desejo de competir é enorme depois de mais uma longa paragem para a maioria dos ciclistas e o contra-relógio abriu as hostilidades. Guilherme Mota confirmou em sub-23 a sua aptidão para esta disciplina, enquanto Ivo Oliveira conquistou em elite um título que também ganhou no escalão mais jovem.

Para o gémeo, a vitória em Paredes é especial. É a sua primeira vitória como ciclista de elite, aos 23 anos, depois de um muito difícil 2019, marcado por uma queda grave que o afastou das competições grande parte da temporada. E neste 2020 atípico, Ivo sofreu um problema físico na recente Volta à Polónia, mas regressou a Portugal em boa forma e garantiu que vestirá a camisola de campeão nacional no esforço individual.

"O contra-relógio é algo que me fascina. Como não nos qualificámos para os Jogos Olímpicos, na vertente de pista, o meu foco para este ano é 100% a estrada. Tenho vindo a trabalhar o contra-relógio, desde o confinamento. Na Volta à Polónia tive um problema num tendão. Fiquei desmotivado, pensando que não iria render o que queria", afirmou o ciclista da UAE Team Emirates.

E admitiu ainda: "A verdade é que hoje rendi ainda mais do que esperava. Tive um daqueles dias que acontecem poucas vezes no ano, quando se vai em cima da bicicleta e sente-se que está tudo a correr bem. Percebi que se não ganhasse seria por muito pouco. Estou muito feliz por poder usar as cores nacionais."

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Ivo Oliveira completou os difíceis 18,1 quilómetros em 23:45 minutos, deixando o seu colega de equipa, Rui Costa, na segunda posição. O poveiro havia ganho o contra-relógio da Prova de Reabertura em Anadia, no início de Julho, mas desta feita ficou a nove segundos da vitória. Tiago Machado (Efapel) fechou o pódio, a 13 segundos.

O campeão de 2019, José Gonçalves (Nippo Delko Provence), ficou desta feita longe da luta, precisando de mais 41 segundos do que Ivo Oliveira para fazer os 18,1 quilómetros.


A afirmação de Mota

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Em 2019, Guilherme Mota já havia subido ao pódio no contra-relógio, naquela que foi a sua primeira temporada como sub-23. Foi terceiro, mas desta feita conquistou um título que não surpreende. Já como júnior havia sagrado-se campeão no contra-relógio e sempre foi uma especialidade que demonstrou ser forte.

Mota, de 20 anos, é um dos muitos ciclistas portugueses que pouco tem competido esta temporada devido à pandemia e a sua última corrida havia sido precisamente no contra-relógio de Anadia. "Após um confinamento muito duro, por causa da faculdade, não estive ao nível que queria, na Prova de Reabertura. A partir daí tentei centrar-me ao máximo nos Campeonatos Nacionais. Todo esse trabalho deu resultado. Estou muito orgulhoso com esta conquista, ainda mais por ter acontecido num percurso tão duro, perante tantos adversários que poderiam discutir a corrida", salientou.

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Para a Kelly-InOutBuild-UD Oliveirense é a segunda vitória do ano, algo importante tendo em conta que quase não houve corridas. De recordar que Luís Gomes venceu a Clássica da Primavera, em Março, mesmo antes do confinamento começar e o calendário ser cancelado.

O novo campeão - sucede a João Almeida (Deceuninck-QuickStep) - precisou de 24:58 minutos para completar os 18,1 quilómetros, com Daniel Dias (Sicasal-CM Torres Vedras) a ficar a 15 segundos, depois de ter sido o vencedor da Prova de Reabertura. Pedro Andrade (Hagens Berman Axeon) ficou a 23 segundos, subindo ao terceiro lugar do pódio.




Campeões de paraciclismo

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Os Nacionais de Paredes contaram também com os atletas de paraciclismo, que tiveram pela frente 12,1 quilómetros. Foram consagrados dez campeões nacionais.

Telmo Pinão, um ciclista com muita experiência, tendo marcado presença em Jogos Paralímpicos, conquistou o título em C2 e foi o representante na conferência de imprensa que agora se realiza no final das corridas.

"Já cá ando há alguns anos, nesta família que é o paraciclismo. A vitória de hoje tem outro sabor, não apenas o sabor da vitória em si, mas pelo ano atípico por que temos passado. Tem sido muito duro treinar sem competir. Agora temos de ver se há mais provas em 2020 e começar já a pensar em 2021, um ano de Jogos Paralímpicos, para os quais o apuramento ainda está em aberto, mas também o ano em que teremos o Campeonato do Mundo em Portugal e em que, pela primeira vez, haverá Campeonato da Europa de Paraciclismo", afirmou.

Os campeões foram:
  • C1: Bernardo Vieira
  • C2: Telmo Pinão (Casa do Sport Lisboa e Benfica de Montemor-o-Velho)
  • C3: Paulo Teixeira (Associação Ciclismo Rodabike Gondomar)
  • C4: João Monteiro (Associação Mozinho Aventura)
  • C5: Manuel Ferreira (ADRAP)
  • D: João Marques (ACD Milharado)
  • H3: João Pinto (CC Portimão)
  • H4: Flávio Pacheco (Associação SCAV - Sport Ciclismo Almodôvar)
  • H4 Feminina: Filomena Oliveira
  • H5: Luís Costa (CC Portimão)
Sábado é dia dos sub-23

Este sábado realiza-se a prova de fundo dos sub-23, com o pelotão a partir às 14h30. Os jovens ciclistas portugueses terão pela frente 138,2 quilómetros, os primeiros 42,3 num percurso mais largo, antes da entrada no circuito final. O campeão será decidido na oitava passagem pela meta, com cada volta a ter 12,9 quilómetros. O acumulado será de 2860 metros.




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