© ASO/Alex Broadway |
Em jogo estão oito, cinco e dois segundos, que vão estar disponíveis em mais sete etapas, depois da de hoje. Primoz Roglic (Jumbo-Visma) é um ciclista que gosta de lutar por qualquer segundo que possa estar disponível. A prova é, mesmo quando já não pode ganhar uma etapa, tenta sempre um segundo ou terceiro posto nas provas. E aquelas bonificações têm sido importantes.
Porém, é diferente desgastar-se um pouco na meta e ir à procura de bónus durante a etapa, mesmo que estejam colocados mais perto do final como é o caso neste Tour. Os ciclistas que começam por tentar aproveitar mais estas oportunidades, são atletas como Julian Alaphilippe. O corredor da Deceuninck-QuickStep não é um candidato a vencer a geral, mas para repetir a exibição de 2019, em que esteve 14 dias de camisola amarela vestida, somar estes segundos pode ser uma garantia que vai adiando a entrega da liderança àqueles que a procuram como objectivo máximo.
O trio que disputou os segundos bónus da 2ª etapa © ASO/Pauline Ballet |
Marc Hirschi (Sunweb) ficou com os dois segundos que restaram, com o pelotão, na altura comandado pela Ineos Grenadiers, a não se preocupar minimamente em colocar os seus líderes na luta pelos bónus. Para Egan Bernal, Roglic, Thibaut Pinot, as diferenças vão fazer-se nas grandes etapas de montanha.
Sprint final, com Hirschi a dar muito espaço a Alaphilippe, que já não conseguiu recuperar © ASO/Alex Broadway |
A ideia de tentar que haja mais luta e logo mais espectáculo com a colocação destes bónus não resultou no imediato, mas Alaphilippe agradece, pois conquistou 15 segundos de bonificação e mais dois na estrada para o pelotão. Yates está a quatro e Hirschi - o novo líder da juventude, tirando a camisola branca a Mads Pedersen (Trek-Segafredo) - a sete.
© ASO/Alex Broadway |
O francês ainda não tinha vencido em 2020, apesar de ter estado perto na Milano-Sanremo (foi segundo, atrás de Wout van Aert) e nos Campeonatos Nacionais, há uma semana. Julian Alaphilippe viveu momentos difíceis com a morte do pai, a quem de imediato dedicou a vitória em Nice. Chorou de emoção, ao mesmo tempo que não escondeu algum alívio. Já se instalava algum nervosismo no ciclista pela falta de vitórias, depois de um 2019 memorável.
Apesar da Deceuninck-QuickStep não ser uma equipa para a montanha, já se percebeu que Alaphilippe é um lutador, que na edição passada até fez os franceses sonharem. Acabou em quinto, mas ainda assim, muito melhor do que se esperaria. Agora já não surpreenderá que faça algo idêntico. Contudo, apesar da exibição de hoje, este não é o Alaphilippe de 2019.
© ASO/Alex Broadway |
O senão é que Alaphilippe vai ter adversários que também querem vestir a amarela, nem que seja por um só dia. Dentro da margem dos 17 segundos estão, por exemplo, Sergio Higuita (EF Pro Cycling), Esteban Chaves (Mitchelton-Scott), Greg van Avermaet (CCC) e Pierre Latour (AG2R). E exclui-se aqueles que tem objectivos mais altos, ainda que não é de afastar que Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) vá tentar fazer um pouco de história para a Eslovénia (Roglic tem concorrência nesta luta nacional).
Sempre que houver mais montanha, qualquer um destes ciclistas (e não só) podem fazer o mesmo que Alaphilippe. Procurar uns segundos bónus para ter aquele momento de amarelo.
Classificação completa, via ProCyclingStats.
Etapas com segundos bónus
Mesmo com quatro subidas categorizadas, é um dia que os sprinters não vão querer desperdiçar. Vai ser preciso as suas equipas trabalharem, pois também deverá haver quem vai apostar forte na fuga.
»»Lembram-se deste Kristoff««
»»Muito mais do que um Tour««
Classificação completa, via ProCyclingStats.
Etapas com segundos bónus
- 2ª - Col des Quatre Chemins
- 6ª - Col de la Lusette
- 8ª - Col de Peyresourde
- 9ª - Col de Marie Blanque
- 12ª - Suc au May
- 13ª - Col de Neronne
- 16ª - Montée de Saint-Nizier-du-Moucherotte
- 18ª - Montée du plateau des Glières
Mesmo com quatro subidas categorizadas, é um dia que os sprinters não vão querer desperdiçar. Vai ser preciso as suas equipas trabalharem, pois também deverá haver quem vai apostar forte na fuga.
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