28 de agosto de 2020

Equipa Portugal fecha Europeus com um top cinco

Daniela Campos discutiu o sprint na prova de juniores
No último dia dos Campeonatos Europeus em Plouay, França, a selecção portuguesa teve mais um dia de grande nível exibicional, mas também voltou a sofrer alguns azares, algo que marcou a prestação durante as provas da última semana. A júnior Daniela Campos fechou no quinto lugar a corrida de fundo, em mais um excelente resultado, pois já tinha sido nona no contra-relógio.

Problemas mecânicos, um furo, uma queda, questões físicas... A Equipa Portugal sai de Plouay com uma lista bem preenchida de tudo o que se quer que não aconteça, mas aconteceu. Ainda assim. Entre juniores, sub-23 e elite, o balanço final só pode ser positivo.

© Federação Portuguesa de Ciclismo
Daniela Campos é a prova disso mesmo. A júnior demonstrou estar muito atenta às movimentações que aconteceram nos 68,25 quilómetros de prova. Conseguiu ficar sempre na frente, evitando ter de fazer recuperações. Os consecutivos cortes que se foram verificando acabaram por determinar o grupo de cerca de 20 ciclistas que ficaram em melhores condições de discutir as medalhas.

Daniela Campos conseguiu um quinto lugar, num sprint ganho pela italiana Eleonora Gasparrini, com as  belgas Matith Vanhove e Katrijn de Clercq, a serem segunda e terceira, respectivamente. Para a portuguesa é um resultado de revela a boa evolução como atleta no último ano.

Beatrix Roxo ficou do lado azarado da selecção. Segundo explica a Federação Portuguesa de Ciclismo, a jovem ciclista teve uma avaria logo na primeira volta ao circuito e foi ainda vítima de outra situação de corrida. Depois, quando estava quase a reentrar no grupo principal, esteve "partiu", deixando a portuguesa nos lugares mais atrasados. Terminaria no 40º lugar, a 10:22 minutos de Gasparrini.


Nos juniores masculinos, os azares continuaram a perseguir os ciclistas portugueses. Fábio Fernandes teve um furo e João Ferreira foi vítima de queda. Dado o elevado ritmo da prova, ambos acabaram por não conseguir manter-se na frente e abandonaram. dinamarquês Kasper Andersen sagrou-se campeão europeu, com o checo Pavel Bittner e o belga Arnaud de Lie a completarem o pódio (classificação neste link).

© Federação Portuguesa de Ciclismo
Na quinta-feira, foi Miguel Salgueiro a figura, ao alcançar um excelente nono lugar na corrida de sub-23. O português foi um dos melhores no pelotão que perseguiu sem sucesso uma fuga que decidiria as medalhas. O norueguês Jonas Iversby Hvideberg venceu, com o dinamarquês Anthon Charmig e o checo Vojtech Repa a ficarem com a medalha de prata e bronze, respectivamente.

"Foi mais uma boa corrida da nossa selecção. Apesar da falta de ritmo conseguimos estar com os melhores, discutindo as posições cimeiras. Penso que o estágio prévio ao Europeu foi uma importante preparação. O Miguel esteve muito bem, arriscando quando foi necessário e entrando no sprint nas primeiras posições do pelotão, condição fundamental para se poder aspirar a um bom resultado", salientou o seleccionador José Poeira.

Sprint final da prova de sub-23
Guilherme Mota foi 70º, a 55 segundos, e Afonso Silva 83º, a 2m52s. Pedro Miguel Lopes integrou a fuga que viria a discutir as medalhas, mas, infelizmente, acabou por abandonar devido a cãibras.

E há que recordar que na prova de fundo elite, Rui Costa teve problemas com o selim, o que lhe retirou a oportunidade de lançar o ataque que pretendia para lutar pela vitória. No conta-relógio foi Rafael Reis que teve problemas com as mudanças, o que o afastou de um muito provável top dez.

No entanto, na corrida de fundo, a Equipa Portugal realizou uma das melhores exibições colectivas que já se tinha assistido, merecendo um resultado bem mais recompensador. Contudo, tendo em conta que foi preciso discutir o sprint, o 14º lugar de Rui Oliveira foi muito positivo. Até porque o gémeo também teve um pequeno azar ao ser fechado e ter de parar de pedalar por instantes.

Apesar da lista de imprevistos, o importante a retirar é que em todos os escalões as exibições foram de nota e motivantes, ainda mais num ano em que as corridas são escassas e que não é fácil ter picos de forma.


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