13 de fevereiro de 2020

Os ciclistas com inícios de época nada desejáveis

André Greipel vai falhar a Volta ao Algarve
(Fotografia: Facebook Israel Start-Up Nation)
A época começou há poucas semanas, mas já há quem esteja a lamentar algum azar. Nos casos de Matteo Moschetti e André Greipel a frustração será ainda maior, pois estavam num bom momento, mas quedas afastaram ambos das corridas, o que significa que o alemão não irá regressar à Volta ao Algarve, como estava previsto. Porém, há quem esteja mais desiludido, pois problemas de saúde provocaram finais de carreira, dois deles muito precoces.

Começando precisamente por estas despedidas forçadas, com uma delas a verificar-se em Portugal. João Carneiro já tinha estado afastado grande parte da temporada de 2019 devido a problemas de saúde. Apesar da Kelly-InOutBuild-UDO ter renovado com o jovem ciclista, foi anunciado há poucos dias que Carneirinho, como é conhecido, foi aconselhado por médicos a não praticar desporto de alta competição. Foi o adeus ao ciclismo aos 20 anos. Mais oito tem Jimmy Turgis, francês da B&B Hotels-Vital Concept. Devido a um problema cardíaco terminou a carreira. Nos testes de pré-época ficou claro que a questão - que era conhecida pelo ciclista e médicos - agravava sempre que se sujeitava a esforços intensos.

Há ano e meio, o seu irmão mais novo, Tanguy (actualmente com 21 anos) teve de deixar a modalidade quando estava a fazer a sua primeira temporada como profissional, também na B&B Hotels-Vital Concept. Em Janeiro, por razões idênticas às de Turgis, Kiriyenka (Ineos) finalizou uma longa carreira, durante a qual foi campeão do mundo de contra-relógio e tornou-se num dos melhores gregários do pelotão. Beñat Intxausti estava sem equipa após o término da Euskadi-Murias e como nunca recuperou de uma mononucleose, optou por seguir outro caminho no ciclismo, que não a carreira de atleta.

Estes são os exemplos mais extremos de um arranque de época que esteve longe de ser o que desejavam. Porém, outros ciclistas também não foram felizes. Aos 37 anos, André Greipel procura uma derradeira fase de sucesso de uma carreira que está em declínio. A passaem pela Arkéa Samsic foi para esquecer e o alemão nem terminou a temporada na equipa. Na Israel Start-Up Nation, Greipel regressou ao World Tour com expectativas de conquistar mais algumas vitórias, apesar de já ser impossível esconder que não está a acompanhar os sprinters da nova geração.

Os três top dez nos sprints do Tour Down Under deram alguma confiança tanto ao ciclista, como à equipa. Preparava-se regressar à Volta ao Algarve, onde sabe o que é ganhar. Greipel treinava com o colega Rick Zabel em Colónia, numa estrada que tinha água e alguma lama. O ciclista acabou por cair. Deslocou o ombro, colocou-o no sítio e conseguiu regressar a casa. No entanto, os exames médicos identificaram uma fractura e Greipel poderá mesmo de ter de ser operado. Estará longe da competição durante três meses.

Matteo Moschetti pensava que o azar de 2019 - ano de estreia no World Tour na Trek-Segafredo - tinha ficado para trás. O jovem italiano estava extremamente motivado após as vitórias em duas das corridas do Challenge de Maiorca, mas na terceira etapa da Etoile de Bessèges caiu e ainda não foi estipulado uma data para o regresso. Moschetti (23 anos) sofreu várias fracturas, como na omoplata e costelas, mas a mais grave foi num osso na zona pélvica, que obrigou a uma intervenção cirúrgica.

No mesmo incidente de Moschetti ficou envolvido Sebastian Langeveld. O veterano holandês (35 anos) da EF Pro Cycling fracturou a clavícula, já foi operado e espera que dentro de uma a duas semanas possa pelo menos retomar os treinos, tendo a vista a época das clássicas.

Na primeira etapa da Volta a San Juan, no final de Janeiro, Christophe Laporte viu a sua época sofrer um enorme revés. O sprinter da Cofidis caiu, ainda tentou permanecer em prova, mas abandonou no dia seguinte. Fracturou o pulso direito e só deverá regressar às corridas em Maio. A equipa espera poder contar com o ciclista na Volta à Suíça e, principalmente, no Tour, onde estará ao lado de Elia Viviani. Para Laporte, a gravidade da queda significou o abdicar de objectivos como os monumentos Milano-Sanremo, Volta a Flandres e Paris-Roubaix, assim como o Paris-Nice.

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