24 de fevereiro de 2020

Milano-Sanremo e Tirreno-Adriatico em risco. Volta a Itália preocupa

© Milano-Sanremo
As corridas italianas enfrentam o risco de cancelamento. O aumento de casos positivos de coronavírus no país já levou a que vários eventos tivessem esse destino, desde jogos de futebol (adiados) até ao Carnaval de Veneza que foi forçado a terminar no domingo e não na terça-feira, como é normal. A situação está a preocupar a RCS Sport, um dos maiores organizadores de corridas de ciclismo. O seu responsável admite que está preocupado, para já, com o Tirreno-Adriatico e com a Milano-Sanremo. Esta última prova tem parte do seu percurso a passar por uma das regiões que está a registar vários casos deste vírus. A Volta a Itália preocupa, mas só se disputa em Maio.

Com as autoridades italianas a tentarem controlar a situação, numa altura em que já foram confirmadas sete mortes, o director da RCS Sport aguarda por informações por parte do governo para tomar uma decisão, esperando que seja possível realizar as provas. "As preocupações iniciais que temos são com o Tirreno-Adriatico e, sobretudo, com a Milano-Sanremo, que estão programadas para daqui a um mês. Não há plano B. Se o governo decidir suspender os eventos desportivos em Milão e Lombardia teremos de cancelar as corridas", afirmou Mauro Vegni ao Corriere della Sera.

O responsável está actualmente na Volta aos Emirados Árabes Unidos e olha para o que está a acontecer no norte de Itália com alguma apreensão. Salientou que a Strade Bianche (7 de Março) não está em causa, por enquanto, pois a região da Toscana não está a ser afectada. O Tirreno-Adriatico está agendado para entre 11 e 17 de Março, com a Milano-Sanremo, marcada para dia 21. Milão recebe a partida da corrida e é uma das cidades com casos de coronavírus reportados.

"Não faz sentido alterar o início 20 ou 50 quilómetros. Esse percurso existe há 110 anos e não se pode improvisar em 20 dias. Perderia a sua essência", salientou Vegni. A primeira edição do monumento realizou-se em 1907 e só não se disputou em três anos, que coincidiram com a Primeira e Segunda Guerra Mundial: 1916, 1944 e 1945. Há umas semanas, a passagem pelo Poggio esteve em risco devido aos danos provocados pelo mau tempo. Esta situação acabou por ser resolvida a tempo de evitar que a subida fosse retirada do percurso.

Quanto ao Giro, Mauro Vegni mantém um discurso cauteloso, esperando que os casos possam começar a diminuir. A primeira grande volta do ano arranca a 9 de Maio em Budapeste, ficando três dias na Hungria. Dia 12 o pelotão estará em Itália. "Espero que o pico do coronavírus diminua. Por agora não posso dizer nada sobre a Volta a Itália, mas é claro que, se o alarme não diminuir, existe o risco da corrida não poder continuar", referiu Vegni.

Os primeiros casos de coronavírus foram detectados em Wuhan, na China e, dada a propagação, a Volta a Hainan foi adiada. Entretanto, a UCI decidiu adiar também as provas que estava agendadas para aquele país nos meses de Abril e Maio.

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