Nelson Oliveira já esteve nesta posição para a Volta a França, mas o próprio estava consciente que os dois meses em que esteve afastado da competição, após uma queda no Paris-Roubaix, iriam custar-lhe um lugar no Tour. Por isso é que em Junho já olhava mais para a Vuelta. Sem surpresa está na lista de pré-convocados da Movistar para a Volta a Espanha (de 19 de Agosto a 10 de Setembro) e depois da ausência no Tour é expectável ver Nelson Oliveira regressar a uma corrida na qual conquistou uma etapa em 2015, então ao serviço da Lampre-Merida.
Depois de ter sido forçado a parar devido à queda no monumento francês, Nelson Oliveira não tem competido muito. Regressou em Junho para a estreia da Hammer Series, seguindo depois para a Volta a Suíça. A passagem pelos Nacionais ficou marcada pela mudança de horário de partida no contra-relógio, que o ciclista não sabia. Ou seja, nem sequer arrancou para tentar conquistar o quinto título nacional de contra-relógio e optou por não participar na prova de fundo. Vai agora para a Volta à Polónia, naquele que será um teste muito importante para se perceber a sua forma. Se estiver bem fisicamente será difícil ficar de fora da Vuelta.
Esta será uma selecção diferente para a Movistar. Com Nairo Quintana já com duas grandes voltas feitas, seria a vez de Alejandro Valverde liderar. Porém, o espanhol caiu na primeira etapa do Tour e só deverá regressar para o ano, se a recuperação correr bem. A Movistar vê-se assim sem um líder definido pelo que será uma excelente oportunidade para ver Ruben Fernández (26 anos), que há um ano esteve em bom nível na Vuelta.
Porém, a grande curiosidade centra-se em Marc Soler. Aos 23 anos é um dos talentos emergentes espanhóis. Este ano esteve muito bem no Paris-Nice, ainda melhor na Volta à Catalunha (terminou no terceiro posto) e na Volta à Suíça (oitavo lugar na geral). Sem Valverde é o momento mais que perfeito para lançar este jovem numa grande volta. A pressão será a inerente à de estar numa equipa como a Movistar, mas tendo em conta a idade e tudo o que ainda poderá evoluir, Soler pode ver-se numa posição que raramente surge tão cedo numa carreira a este nível no ciclismo. O catalão poderá ter liberdade para procurar um bom resultado, sem que esteja obrigado a terminar numa posição de relevo. Ainda assim, uma vitória de etapa é algo que a Movistar irá certamente exigir aos nove ciclistas que eleger. Depois do flop que foi a Volta a França a praticamente todos os níveis, na Vuelta algo terá de ser alcançado.
O Tour só não foi uma perda total para a equipa de Eusebio Unzué porque Carlos Betancur demonstrou que ainda pode ter salvação. Na AG2R chegou até a desaparecer durante algum tempo (ninguém sabia por onde andava). Ainda assim a Movistar apostou no colombiano, mas em 2016 pouco se viu. Este ano apareceu com uma barriga preocupante no arranque de temporada, mas aos poucos Betancur foi melhorando. Pode não ter sido uma brilhante ajuda para Nairo Quintana, mas dada a forma do colombiano, também de pouco serviria. A verdade é que mesmo algo discreto, Betancur terminou na 18ª posição da Volta a França.
Está em final de contrato, pelo que é muito possível que Unzué queira fazer mais um teste para perceber se realmente não estará a perder tempo e dinheiro com um ciclista que tinha tudo para estar entre os melhores, mas que tem enormes dificuldades em encontrar a estabilidade mental.
Os 12 pré-convocados da Movistar são Nelson Oliveira, Rubén Fernández, Marc Soler, Jorge Arcas, Antonio Pedrero, Dayer Quintana, Winner Anacona, Carlos Betancur, Gorka Izagirre, Dani Moreno, Richard Carapaz e José Joaquín Rojas.
Sem comentários:
Enviar um comentário