(Fotografia: Federação Portuguesa de Ciclismo) |
Se não o fizer será estranho. Aos 26 anos alcançou a vitória mais marcante da sua carreira, quando deixou os ciclistas do World Tour bem para trás e conquistou o "seu" Alto do Malhão, na última etapa da Volta ao Algarve. A boa forma do início de temporada continuou ao vencer a Clássica da Arrábida. Depois foi altura de sair um pouco de cena. Mas está de regresso à plena forma e conquistou o Grande Prémio Internacional de Torres Vedras-Troféu Joaquim Agostinho, uma das competições mais históricas em Portugal. Venceu a etapa mais desejada no Alto de Montejunto, mas principalmente deixou uma mensagem muito forte à concorrência.
Amaro Antunes está claramente a beneficiar de estar numa estrutura mais poderosa e com mais condições comparativamente à extinta LA Alumínios-Antarte. As suas vitórias colocaram-no como a grande figura da W52-FC Porto, contrastando com o eclipsar de Gustavo Veloso. O galego venceu a Clássica da Primavera, mas no Troféu Joaquim Agostinho terminou a quatro minutos do colega. Independentemente do que acontece durante a temporada, Veloso tem sido o crónico líder na Volta a Portugal e tem apresentado resultados. Venceu em 2014 e 2015 e no ano passado acabou por ser surpreendido pelo colega de equipa Rui Vinhas, ficando em segundo.
Veloso, 37 anos, quer aquela terceira vitória na Volta que falhou em 2016, mas o director desportivo Nuno Ribeiro tem agora que gerir o aparecimento, ou melhor, a confirmação de um Amaro Antunes de grande potencial para ser um vencedor da Volta a Portugal. A qualidade da W52-FC Porto é tal que ter os dois como líderes e esperar para ver como a corrida se desenrola, pode ser uma hipótese. Porém, ninguém esquece que há um ano Gustavo Veloso não ficou particularmente feliz por perder para Rui Vinhas. Impõe-se uma gestão de egos, pois apesar da superioridade como conjunto, quem tudo quer...
E claro que Rui Vinhas é outro homem para a equação. O ciclista, vice-campeão nacional atrás de Ruben Guerreiro, sabe que não será a opção número um. Ainda assim, depois do que fez na Volta a Portugal e com os bons resultados alcançados em 2017, Vinhas merece pelo menos ter a oportunidade de repetir a ousadia de há um ano. Ou seja, Vinhas merece ter liberdade para entrar numa fuga, como fez em 2016, e tentar lutar por nova surpresa, ou neste caso já será meia surpresa!
Há ainda Raúl Alárcon. Entre o final de Abril e princípio de Junho, o espanhol teve semanas fantásticas, somando vitórias em Portugal e no seu país, mas agora deverá regressar ao papel de gregário de luxo, sem colocar de parte a possibilidade de tentar ganhar uma etapa na Volta a Portugal. No entanto, com Amaro Antunes e Gustavo Veloso a serem candidatos a líderes e com Rui Vinhas a merecer que não o coloquem simplesmente como homem de trabalho, o espaço de Alárcon poderá não ser muito.
A Volta a Portugal começa a 4 de Agosto, em Lisboa, pelo que não falta muito para começar a perceber como a equipa que tem dominado a corrida nos últimos anos se vai organizar.
Sporting-Tavira mostra-se aos rivais
A equipa algarvia foi das que mais se reforçou para 2017, tentando assim recuperar o tempo perdido numa temporada em que a parceria com o clube de Alvalade começou tarde e que acabou por prejudicar toda a preparação. Os resultados em 2016 foram escassos, mas a aposta para elevar o projecto foi grande.
Apesar de Joni Brandão ter sido a principal contratação, a verdade é que é o veterano Rinaldo Nocentini quem está a ter um excelente ano e terminou no segundo lugar no Troféu Joaquim Agostinho, competição que ganhou em 2016. Em terceiro ficou o outro reforço, Frederico Figueiredo. Ficaram a 15 e 18 segundos, respectivamente, de Amaro Antunes, num sinal que a formação de Vidal Fitas poderá ser bem mais competitiva na Volta a Portugal do que na edição passada.
A corrida de homenagem ao que continua a ser visto como o melhor ciclista português é normalmente encarada como uma forma de ver como estão alguns dos corredores rumo à Volta. Vicente Garcia de Mateos (Louletano-Hospital de Loulé) terá definitivamente de ser colocado como um candidato a discutir a vitória - foi sexto -, enquanto João Benta voltou a estar bem nesta corrida, agora falta saber se conseguirá manter a regularidade durante 10 etapas. O ciclista da Rádio Popular-Boavista não conseguiu vencer pela terceira vez no Alto de Montejunto, mas ganhou a última etapa, que também por lá passou, e foi quarto na geral.
Numa curta retrospectiva, o prólogo foi ganho pelo norueguês Andreas Vangstad (Team Sparebanken), o francês Yannis Yssaad (Armée de Terre) venceu a primeira etapa e o primeiro sector da terceira, com Amaro Antunes a ser o mais forte na segunda tirada, como já foi referido. No segundo sector da terceira, Daniel Mestre picou o ponto para uma Efapel em gestão de esforço, para assim tentar aparecer em força na Volta a Portugal.
Destaque ainda para José Neves. O campeão nacional de contra-relógio de sub-23 e vencedor da Volta a Portugal do Futuro voltou a estar em destaque. O jovem da Liberty Seguros-Carglass andou de amarelo, tendo acabado num excelente quinto lugar, a 44 segundos de Amaro Antunes.
Pode ver aqui as classificações finais do Troféu Joaquim Agostinho.
Em comemoração da vitória de José Neves (21 anos) na Volta a Portugal do Futuro, a equipa publicou um vídeo no Facebook para mostrar alguns dos momentos marcantes da conquista.
»»Amaro Antunes consolida liderança««
»»Volta a Portugal tradicional... mas com algumas tradições alteradas««
»»Volta a Portugal: a opinião dos directores desportivos e não só««
Veloso, 37 anos, quer aquela terceira vitória na Volta que falhou em 2016, mas o director desportivo Nuno Ribeiro tem agora que gerir o aparecimento, ou melhor, a confirmação de um Amaro Antunes de grande potencial para ser um vencedor da Volta a Portugal. A qualidade da W52-FC Porto é tal que ter os dois como líderes e esperar para ver como a corrida se desenrola, pode ser uma hipótese. Porém, ninguém esquece que há um ano Gustavo Veloso não ficou particularmente feliz por perder para Rui Vinhas. Impõe-se uma gestão de egos, pois apesar da superioridade como conjunto, quem tudo quer...
E claro que Rui Vinhas é outro homem para a equação. O ciclista, vice-campeão nacional atrás de Ruben Guerreiro, sabe que não será a opção número um. Ainda assim, depois do que fez na Volta a Portugal e com os bons resultados alcançados em 2017, Vinhas merece pelo menos ter a oportunidade de repetir a ousadia de há um ano. Ou seja, Vinhas merece ter liberdade para entrar numa fuga, como fez em 2016, e tentar lutar por nova surpresa, ou neste caso já será meia surpresa!
Há ainda Raúl Alárcon. Entre o final de Abril e princípio de Junho, o espanhol teve semanas fantásticas, somando vitórias em Portugal e no seu país, mas agora deverá regressar ao papel de gregário de luxo, sem colocar de parte a possibilidade de tentar ganhar uma etapa na Volta a Portugal. No entanto, com Amaro Antunes e Gustavo Veloso a serem candidatos a líderes e com Rui Vinhas a merecer que não o coloquem simplesmente como homem de trabalho, o espaço de Alárcon poderá não ser muito.
A Volta a Portugal começa a 4 de Agosto, em Lisboa, pelo que não falta muito para começar a perceber como a equipa que tem dominado a corrida nos últimos anos se vai organizar.
Sporting-Tavira mostra-se aos rivais
A equipa algarvia foi das que mais se reforçou para 2017, tentando assim recuperar o tempo perdido numa temporada em que a parceria com o clube de Alvalade começou tarde e que acabou por prejudicar toda a preparação. Os resultados em 2016 foram escassos, mas a aposta para elevar o projecto foi grande.
Apesar de Joni Brandão ter sido a principal contratação, a verdade é que é o veterano Rinaldo Nocentini quem está a ter um excelente ano e terminou no segundo lugar no Troféu Joaquim Agostinho, competição que ganhou em 2016. Em terceiro ficou o outro reforço, Frederico Figueiredo. Ficaram a 15 e 18 segundos, respectivamente, de Amaro Antunes, num sinal que a formação de Vidal Fitas poderá ser bem mais competitiva na Volta a Portugal do que na edição passada.
A corrida de homenagem ao que continua a ser visto como o melhor ciclista português é normalmente encarada como uma forma de ver como estão alguns dos corredores rumo à Volta. Vicente Garcia de Mateos (Louletano-Hospital de Loulé) terá definitivamente de ser colocado como um candidato a discutir a vitória - foi sexto -, enquanto João Benta voltou a estar bem nesta corrida, agora falta saber se conseguirá manter a regularidade durante 10 etapas. O ciclista da Rádio Popular-Boavista não conseguiu vencer pela terceira vez no Alto de Montejunto, mas ganhou a última etapa, que também por lá passou, e foi quarto na geral.
Numa curta retrospectiva, o prólogo foi ganho pelo norueguês Andreas Vangstad (Team Sparebanken), o francês Yannis Yssaad (Armée de Terre) venceu a primeira etapa e o primeiro sector da terceira, com Amaro Antunes a ser o mais forte na segunda tirada, como já foi referido. No segundo sector da terceira, Daniel Mestre picou o ponto para uma Efapel em gestão de esforço, para assim tentar aparecer em força na Volta a Portugal.
Destaque ainda para José Neves. O campeão nacional de contra-relógio de sub-23 e vencedor da Volta a Portugal do Futuro voltou a estar em destaque. O jovem da Liberty Seguros-Carglass andou de amarelo, tendo acabado num excelente quinto lugar, a 44 segundos de Amaro Antunes.
Pode ver aqui as classificações finais do Troféu Joaquim Agostinho.
Em comemoração da vitória de José Neves (21 anos) na Volta a Portugal do Futuro, a equipa publicou um vídeo no Facebook para mostrar alguns dos momentos marcantes da conquista.
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