A paisagem de um vulcão com os favoritos a marcarem-se (Fotografia: Giro d'Italia) |
Começando precisamente por esta expulsão. As imagens de televisão captaram o momento em que os ciclistas estariam a trocar algumas palavras, com Moreno a agarrar o italiano e a empurrá-lo. Naquela zona estava algum público e Rosa terá caído ao tentar evitar chocar com essas pessoas. "Foi uma coisa estúpida. Foi o stress do momento. Se um homem empurra outro para fora da estrada e contra o público, é algo perigoso", afirmou Diego Rosa.
Tanto Javier Moreno e a Bahrain-Merida aceitaram a sanção da UCI e pediram desculpa ao italiano e à Sky. O espanhol explicou o que aconteceu num comunicado divulgado pela sua equipa: "Os meus colegas de equipa estavam alinhados na aproximação à última subida, com a Sky a chegar pela esquerda e o Rosa queria ficar na roda dos meus colegas, que estavam à minha frente. Quando ele se apercebeu que eu estava a resistir, ele insistiu e eu reagi empurrando-o, infelizmente provocando a sua queda. Quero pedir desculpa pela minha reacção e deixar claro que não foi minha intenção que ele caísse. Peço desculpa a ele, à Sky, aos meus companheiros de equipa e aos patrocinadores."
O director da equipa, Brent Copeland, também deixou a sua mensagem: "Esta foi uma situação infeliz que aconteceu durante um momento de tensão, contudo, o acto do Javier é inaceitável. Em nome da Bahrain-Merida peço desculpa aos envolvidos." Depois de cinco anos na Movistar, Moreno foi para a nova equipa do Médio Oriente e a sua expulsão significa a perda de um importante homem de trabalho na ajuda a Vincenzo Nibali.
Agora a corrida...
Polanc nem conseguia acreditar no seu feito (Fotografia:Giro d'Italia) |
Os candidatos estiveram mais preocupados em fazer uma marcação cerrada uns aos outros. Chegaram ao ponto de estarem alinhados lado a lado, sem que ninguém tomasse a iniciativa. O Etna merecia que tivessem feito um pouco mais, mas o vento acabou por tornar a subida ainda mais difícil, pelo que o objectivo acabou por ser não perder tempo e não tanto atacar e fazer diferenças. Vincenzo Nibali acelerou, mas Nairo Quintana nem se preocupou em ir atrás do italiano, esperando que Andrey Amador fizesse a perseguição, sem grande problema. Thibaut Pinot (FDJ) ainda passou pela frente, Tom Dumoulin (Sunweb) quis ver como estavam as forças dos rivais. E ficaríamos por aí não fosse Ilnur Zakarin (Katusha-Alpecin).
O russo está a ter um Giro acidentado - chegou a cair nesta etapa - e como precisava de recuperar alguns segundos, aproveitou quando todos estavam a marcar-se mutuamente, a ver se alguém atacava e foi ele quem se afastou. Com os seis segundos de bonificação do segundo lugar, mais uns na estrada, Zakarin está agora a 14 da liderança. Em primeiro lugar está Bob Jungels. Este luxemburguês lá vai coleccionando maglias rosas. Há um ano já a tinha envergado e nesta edição sucedeu ao colega da Quick-Step Floors, Fernando Gaviria. Aos 24 anos, Jungels vai fazendo a sua afirmação e o trabalho feito pela equipa na terceira etapa - que aproveitou o vento para provocar cortes no pelotão - garantiram agora mais uma liderança, que até poderá manter-se pelo menos até domingo, quando houver nova chegada em alto, em Blockhaus.
De destacar ainda Geraint Thomas que sprintou pelas bonificações e ganhou quatro segundos, enquanto o seu colega e co-líder da Sky, Mikel Landa, teve um furo no início da subida ao Etna e foi obrigado a esforço extra. Conseguiu chegar com o grupo. Quem acabou por ter uma grande desilusão foi Rohan Dennis. O homem do plano de quatro anos para ganhar uma grande volta abandonou o Giro logo na quarta etapa. O australiano teve uma queda feia no terceiro dia, numa altura em que a velocidade era muito alta, com alguma confusão a gerar-se no pelotão devido ao vento. Dennis ficou muito mal tratado do lado direito do corpo e apesar do dia de descanso, o ciclista da BMC queixou-se durante a tirada desta terça-feira de dores de cabeça e no pescoço. Por precaução, a equipa e o ciclista optaram pela retirada.
A BMC irá agora ficar exclusivamente concentrada em Tejay van Garderen, mas já a AG2R e a Katusha-Alpecin perderam dois homens de trabalho. A equipa francesa ficou sem Alexandre Geniez e a formação suíça sem Pavel Kochetkov, que foi um dos envolvidos numa queda que afectou também o seu líder, Zakarin. Alberto Losada também caiu noutra fase da corrida. Parecia que poderia abandonar, mas lá conseguiu terminar. Foi o último a cortar a meta, a mais de 38 minutos do vencedor.
Giro d'Italia - Stage 4 - Highlights por giroditalia
Rui Costa deixa boas indicações, Gonçalves e Mendes voltam a perder tempo
Foi uma excelente etapa para Rui Costa. O ciclista português só na derradeira fase da subida ao Etna perdeu o contacto com o grupo da frente. Ainda há pouco tempo, Rui Costa esteve a treinar naquela zona de Itália, pelo que se esperava que pudesse ter alguma ideia, mas claro que com Polanc na frente, o campeão do mundo de 2013 não podia atacar. Tendo em conta que o objectivo é a vitória de etapas, a perda de 1:05 minutos não é nada que preocupe o português. Com Polanc a garantir o triunfo, não era necessário forçar o andamento e o melhor era mesmo começar a pensar que ainda há muita corrida pela frente e Rui Costa quer uma etapa. "Esta vitória deixa toda a equipa mais tranquila, feliz e serve de motivação para as dificuldades que se avizinham. O objectivo da nossa equipa para este Giro era a vitória de etapas e a primeira já está. Seguimos o bom caminho", escreveu Rui Costa no seu blogue.
O campeão nacional, José Mendes (Bora-Hansgrohe), não teve um bom dia e perdeu quase 23 minutos, enquanto José Gonçalves (Katusha-Alpecin) terminou a 10:45 de Jan Polanc. Para o ciclista de Barcelos é um resultado absolutamente normal. Fez o seu trabalho e depois começou a pensar nos próximos dias. Estas perdas de tempo poderão ajudá-lo numa eventual fuga que possa integrar. Já José Mendes certamente que já estará a estudar etapas em que possa também ele tentar entrar num grupo que pretenda disputar uma etapa, longe do pelotão.
Quinta etapa
Nesta quarta-feira haverá uma etapa mais curta, "apenas" 159 quilómetros entre Pedara e Messina, terra de Vincenzo Nibali. A primeira parte do dia será algo acidentada, mas é provável que as equipas dos sprinters voltem a tentar preparar terreno para os seus homens rápidos.
»»Sérgio Paulinho e Américo Silva recordam as participações na Volta a Itália««
»»Veio o vento e foi 'showtime' da Quick-Step Floors««
De destacar ainda Geraint Thomas que sprintou pelas bonificações e ganhou quatro segundos, enquanto o seu colega e co-líder da Sky, Mikel Landa, teve um furo no início da subida ao Etna e foi obrigado a esforço extra. Conseguiu chegar com o grupo. Quem acabou por ter uma grande desilusão foi Rohan Dennis. O homem do plano de quatro anos para ganhar uma grande volta abandonou o Giro logo na quarta etapa. O australiano teve uma queda feia no terceiro dia, numa altura em que a velocidade era muito alta, com alguma confusão a gerar-se no pelotão devido ao vento. Dennis ficou muito mal tratado do lado direito do corpo e apesar do dia de descanso, o ciclista da BMC queixou-se durante a tirada desta terça-feira de dores de cabeça e no pescoço. Por precaução, a equipa e o ciclista optaram pela retirada.
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