Thomas ficou mal tratado, mas acabou a etapa (Fotografia: Giro d'Italia) |
Recentemente a UCI anunciou novas regras que visavam proteger os ciclistas dos incidentes com as motos. No entanto, é impossível à UCI e aos organizadores das corridas evitarem o que aconteceu este domingo na Volta a Itália. É impossível prever que alguém, que certamente terá recebido formação para estar naquela função, resolvesse parar na naquele local, numa altura em que o pelotão ainda estava muito bem composto e a ocupar todo o espaço disponível da estrada, como seria de prever naquela fase da etapa. Foi um erro na avaliação da corrida por parte do polícia, que certamente que não queria provocar uma queda, mas que inadvertidamente se tornou numa das figuras do Giro, pela pior das razões.
(Carregue no play que o vídeo começará no momento do acidente.)
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Giro d'Italia - Stage 9 - Highlights por giroditalia
Os ciclistas bem tentaram desviar-se, mas bastou um não conseguir e foi uma queda colectiva. O resultado afecta a classificação geral da corrida, pois Geraint Thomas, Mikel Landa e Adam Yates eram três homens com aspiração à vitória final. Perder a Volta a Itália por condições físicas, até mesmo por se ter um furo ou uma avaria mecânica no pior dos momentos, isso pode-se dizer que é ciclismo. Uma queda provocada por um acto irresponsável, irreflectido, não!
Geraint Thomas perdeu 5:08 minutos, Adam Yates (Orica-Scott) 4:39. Milkel Landa, o outro líder da Sky baixou completamente os braços perante as dores com que ficou e perdeu 26:56. Se calhar pode-se tentar ver o lado positivo realçando como nada de muito grave aconteceu aos ciclistas, isto comparando com acidentes com motos em corridas num passado recente. Porém, é impossível não existir alguma frustração, irritação e uma vontade enorme de exigir justiça perante o que aconteceu.
A Sky optou por um discurso mais racional, tentando não alimentar a polémica, mas o mesmo não aconteceu com a Orica-Scott. Se a corrida pudesse ter sido neutralizada foi uma questão levantada, Matt White apontou antes o dedo à Movistar. A equipa espanhola estava a impor um ritmo elevado há algum tempo e não abrandou. "Penso que a decisão da Movistar não foi correcta. Não havia uma fuga, era uma fase a descer e todos estavam cientes que tinha acontecido uma queda. A melhor decisão de desportivismo seria ter desacelerado por um ou dois minutos. Teria dado tempo aos rapazes para regressar ao pelotão. Não havia necessidade para puxar como eles puxaram. É uma desilusão porque tenho muito respeito pela equipa, mas acho que tomaram uma má decisão", salientou o director desportivo da Orica-Scott.
Porém, Nairo Quintana contrariou a afirmação de Matt White que tinham conhecimento da queda. "As ordens eram para puxar na frente. Não sabíamos o que tinha acontecido atrás, não sabíamos que tinha sido tão grave", explicou o colombiano, que acabaria por ganhar a etapa com uma grande exibição e subir à liderança da corrida. Quintana lamentou ainda o sucedido.
Já Dave Brailsford, director da Sky, tenta ser a voz da razão perante o seu grupo de ciclistas prontos a explodir de raiva. "Às vezes os postes da baliza mexem-se, sabes que isso acontecerá e tens de responder. A moto não deveria ter estado ali, penso que todos vêem isso, mas tenho a certeza que o homem que a conduzia sabe disso também, tenho a certeza que também não se sente muito bem", frisou. Para Brailsford é importante que se deixe o que incidente no passado, a nível desportivo, mas há que "questionar porque é que aconteceu". "Portanto, continuamos a lutar. Recalibrar e continuar", disse o director da Sky.
Talvez esta seja a melhor forma de pensar para garantir que os seus ciclistas continuem em prova e tenta salvar algo de mais um azar a atingir a Sky na Volta a Itália. Com Richie Porte houve o incidente do furo e da roda dada por um compatriota, mas que não era companheiro de equipa, com Mikel Landa foi uma gastroenterite em 2016... O contra-relógio de terça-feira ainda pode recolocar Thomas pelo menos no top dez. Mas a ver vamos como estão os ciclistas fisicamente. Mentalmente não esconderam estar de rastos. Há muito trabalho a fazer nesta segunda-feira de descanso por parte de Brailsford para elevar o moral dos atletas.
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A Sky optou por um discurso mais racional, tentando não alimentar a polémica, mas o mesmo não aconteceu com a Orica-Scott. Se a corrida pudesse ter sido neutralizada foi uma questão levantada, Matt White apontou antes o dedo à Movistar. A equipa espanhola estava a impor um ritmo elevado há algum tempo e não abrandou. "Penso que a decisão da Movistar não foi correcta. Não havia uma fuga, era uma fase a descer e todos estavam cientes que tinha acontecido uma queda. A melhor decisão de desportivismo seria ter desacelerado por um ou dois minutos. Teria dado tempo aos rapazes para regressar ao pelotão. Não havia necessidade para puxar como eles puxaram. É uma desilusão porque tenho muito respeito pela equipa, mas acho que tomaram uma má decisão", salientou o director desportivo da Orica-Scott.
Porém, Nairo Quintana contrariou a afirmação de Matt White que tinham conhecimento da queda. "As ordens eram para puxar na frente. Não sabíamos o que tinha acontecido atrás, não sabíamos que tinha sido tão grave", explicou o colombiano, que acabaria por ganhar a etapa com uma grande exibição e subir à liderança da corrida. Quintana lamentou ainda o sucedido.
Já Dave Brailsford, director da Sky, tenta ser a voz da razão perante o seu grupo de ciclistas prontos a explodir de raiva. "Às vezes os postes da baliza mexem-se, sabes que isso acontecerá e tens de responder. A moto não deveria ter estado ali, penso que todos vêem isso, mas tenho a certeza que o homem que a conduzia sabe disso também, tenho a certeza que também não se sente muito bem", frisou. Para Brailsford é importante que se deixe o que incidente no passado, a nível desportivo, mas há que "questionar porque é que aconteceu". "Portanto, continuamos a lutar. Recalibrar e continuar", disse o director da Sky.
Talvez esta seja a melhor forma de pensar para garantir que os seus ciclistas continuem em prova e tenta salvar algo de mais um azar a atingir a Sky na Volta a Itália. Com Richie Porte houve o incidente do furo e da roda dada por um compatriota, mas que não era companheiro de equipa, com Mikel Landa foi uma gastroenterite em 2016... O contra-relógio de terça-feira ainda pode recolocar Thomas pelo menos no top dez. Mas a ver vamos como estão os ciclistas fisicamente. Mentalmente não esconderam estar de rastos. Há muito trabalho a fazer nesta segunda-feira de descanso por parte de Brailsford para elevar o moral dos atletas.
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