15 de maio de 2017

Director do Giro defende polícia que provocou acidente. Landa tem muitas dores, mas vai continuar na corrida

Mikel Landa conseguiu treinar esta segunda-feira e vai continuar
na corrida (Fotografia: Russ Ellis/Team Sky)
O incidente antes do início da ascensão ao Blockhaus marcou inevitavelmente a Volta a Itália, principalmente porque deixou muito provavelmente dois ciclistas fora da luta (Geraint Thomas e Adam Yates), Wilco Kelderman abandonou e não vai ser o apoio importante que Tom Dumoulin esperava, enquanto Mikel Landa ainda pensou que teria também de deixar a corrida, mas os testes desta segunda-feira foram positivos e o espanhol estará no contra-relógio. O director do Giro lamenta o que aconteceu, estando triste pela competição ter ficado sem alguns dos seus candidatos. No entanto, Mauro Vegni saiu em defesa do polícia em causa, admitindo, contudo, que houve um erro de cálculo, com consequências graves.

"Penso que não é correcto apontar o dedo ao polícia. Não quer que fiquem com toda a culpa porque a polícia tem feito um excelente trabalho na protecção aos ciclistas durante 70 anos. Naturalmente que eles também estão chocados com o que aconteceu. Infelizmente as coisas podem correr mal, mas não deve arruinar a imagem da polícia", salientou Mauro Vegni. O responsável acrescentou que na corrida estão cerca de 50 veículos, entre motos e carros, que têm o objectivo de proteger os ciclistas. Explicou ainda que a decisão do agente em parar na estrada deveu-se à preocupação de garantir que todos os ciclistas estariam em segurança, numa altura em que o pelotão estava a partir-se em vários grupos mais pequenos. "Concordo que houve um erro de cálculo ao parar ali, numa zona estreita da estrada. Talvez pudesse ter parado cem metros mais à frente", referiu Mauro Vegni.

A Orica-Scott e a Sky foram as equipas mais afectadas, pois os seus líderes acabaram por perder muito tempo. Adam Yates está a 4:49 minutos do líder Nairo Quintana, com Geraint Thomas a 5:14. A missão dos dois britânicos é muito complicada, ainda que nenhum esteja disposto a desistir de pelo menos chegar ao pódio. Afinal ainda há duas semanas de corrida pela frente. 

Já Mikel Landa está feliz por ainda conseguir estar no Giro. O espanhol até foi dos mais rápidos a retomar a prova, mas acabou por perder muito tempo. A dor na perna esquerda provocou-lhe muitos problemas na subida ao Blockhaus. Tem 27:06 minutos de desvantagem, mas depois da desilusão de domingo, Mikel Landa mostrou-se satisfeito pelos exames feitos hoje terem demonstrado que não tem uma lesão grave e depois de um treino de uma hora, o espanhol da Sky assegurou que vai estar no contra-relógio. O ciclista ainda tem dores, mas espera conseguir "fazer coisas bonitas" nas etapas que ainda faltam no Giro.

Já Tom Dumoulin não escondeu a fúria por ter perdido Wilco Kelderman, que teria um importante papel de o apoiar nas etapas de montanha. O holandês da Sunweb chegou mesmo a classificar o incidente como "estúpido".

Contra-relógio para voltar a mudar a classificação geral


Depois do descanso espera aos ciclistas mais um teste. O primeiro de dois contra-relógios individuais é já esta quinta-feira, com 39,8 quilómetros não muito planos a prometeram que haverá um ataque forte de Tom Dumoulin à maglia rosa, camisola que já vestiu no Giro de 2016, precisamente após o esforço individual, logo no primeiro dia. O holandês já garantiu que se se sentir bem, terminar o dia na liderança é o objectivo. O ciclista da Sunweb esteve muito bem no Blockhaus, terminando na terceira posição, com 30 segundos a separá-lo de Nairo Quintana.

O colombiano da Movistar afirmou que gostaria de continuar de rosa, mas admitiu que será difícil, considerando que tanto Dumoulin, como Thibaut Pinot (FDJ) - que está a 28 segundos - são melhores que ele no contra-relógio. Quintana prefere olhar já para as próximas montanhas, onde pretende regressar à liderança, caso a perca na terça-feira. No dia seguinte terá logo essa oportunidade será uma etapa para romper pernas, com duas segundas categorias e duas terceiras. Mas o líder da Movistar terá mesmo marcada a tirada de sábado com a chegada em alto a Oropa.

»»Não basta ter estilo Nibali, é preciso ter categoria e Quintana tem muita««

»»Chega de irresponsabilidade. O acidente no Giro não foi ciclismo, foi estupidez««

Sem comentários:

Enviar um comentário