31 de março de 2017

O segredo do sucesso de Valverde aos 36 anos e o que seria se não fosse ciclista

(Fotografia: Facebook Movistar)
Os anos passam e as vitórias continuam a aparecer a bom ritmo para Alejandro Valverde. O ciclista espanhol é mesmo o caso que a idade é apenas um número porque no que diz respeito a rendimento, Valverde continua a estar ao melhor nível e em 2017 já conquistou a Volta a Múrcia, a Volta à Andaluzia (mais uma etapa) e a Volta à Catalunha (mais três etapas). E não se pense que está a pensar em abrandar. Já este sábado quer conquistar o Grande Prémio Miguel Indurain e a Volta ao País Basco é o objectivo seguinte, antes de partir para uma das suas semanas preferidas do ano: das Ardenas.

Com contrato até 2019, a confiança da Movistar em Valverde é exclusivamente para ser um líder. A manutenção do ciclista na equipa acontece porque dá garantias de triunfos e não já a pensar que o espanhol pode partilhar a sua experiência e ajudar os mais jovens, como por vezes acontece com corredores mais veteranos. Naturalmente que também o fará, mas Valverde ensina melhor ao mostrar como se conquistam vitórias e algumas em grande estilo. Perante tanto sucesso, apesar dos 36 anos (faz 37 a 25 de Abril), é normal que se coloque a pergunta de qual é o segredo do sucesso. Sim, parte da resposta acaba por ser o esperado: ter muito cuidado com a alimentação, treinos bem estruturados, saber quando descansar... "A diferença é que já fiz tudo no ciclismo e corro sem pressão. Tenho-a, mas compito com mais tranquilidade. Quero fazer as coisas bem e ganhar por mim, pela equipa e pelos adeptos, mas a pressão não é como antes. Corre-se melhor assim", explicou numa entrevista ao jornal espanhol Mundo Deportivo.

Valverde admitiu que ele próprio está surpreendido com a forma que apresenta actualmente: "As sensações são muito boas e estou muito bem. Não são piores do que noutros anos. Até me surpreende a mim mesmo." O espanhol alcançou este ano a fantástica marca de 100 primeiros lugares como profissional, aliás, já vai em 103. Referiu que agora dá muito importância aos pormenores, ao contrário do que acontecia na juventude e apesar de estar concentrado nas próximas corridas, é impossível não pensar na Volta a Espanha, onde deverá ser o líder da Movistar, com Nairo Quintana a estar no Giro e Tour. Porém, falta um triunfo no impressionante currículo de Valverde: um título mundial. "Sou quem tem mais medalhas, mas estou tranquilo. Há que estudar bem o percurso deste ano. Não vou ficar obcecado, mas oxalá consiga a medalha de ouro", afirmou.

Quanto a Quintana, Valverde garantiu estar motivado para voltar a trabalhar para o colombiano na Volta a França e realçou que o colega "tem um grande motor". "Ao Nairo não o assusta fazer o Giro e o Tour [no mesmo ano]", disse.

Para terminar, quando eventualmente decidir colocar um ponto final na carreira, Valverde assegurou que irá continuar a treinar e a desfrutar da bicicleta. Mas ainda surgiu a pergunta do que teria sido se não fosse ciclista: "Seria como o meu pai, camionista. Gosto muito de camiões, mas não tenho licença [para os conduzir]."



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