18 de janeiro de 2021

Kelly-Simoldes-UDO com fasquia mais alta

© Federação Portuguesa de Ciclismo
2020 não foi mau para todos. E que o diga Manuel Correia, director desportivo da Kelly-Simoldes-UDO. É certo que a falta de corridas não fez bem a nenhuma equipa portuguesa, mas, perante o escasso calendário que se realizou, a formação de Oliveira de Azeméis acabou a época com cinco vitórias, incluindo a sempre muito desejada etapa na Volta a Portugal. Apesar da saída de jovens importantes, a equipa parte para 2021 com a fasquia mais alta do que em anos recentes, depois do que alcançou na temporada passada.

No final de 2018 a formação sofreu para continuar na estrada com a saída dos seus dois patrocinadores principais. Em 2020, o trabalho de Manuel Correia e Luís Pinheiro em não deixar cair uma estrutura que tantos valores nacionais tem ajudado a formar, recebeu uma compensação em forma de vitórias.

Os responsáveis não só viram os seus jovens alcançar títulos nacionais - Guilherme Mota campeão de contra-relógio, Fábio Costa de fundo e André Domingues de rampa, todos no escalão de sub-23 -, como a aposta no regresso de Luís Gomes à equipa terminou com a conquista da Clássica da Primavera e da primeira etapa da Volta, em Viana do Castelo (garantiu ainda a camisola vermelha dos pontos).

Ou seja, no pouco de competição que houve, a Kelly-Simoldes-UDO aproveitou para mostrar os seus ciclistas... e os seus patrocinadores. Mas, quando se aposta muito em jovens - é uma estrutura que apesar de ter passado à elite em 2018, mantém na sua base a formação de atletas sub-23 -, também tem de se estar preparado para os ver seguir outros caminhos. É o caso de Fábio Costa e André Domingues, que se mudaram para a Efapel, e de Rafael Lourenço, agora corredor da Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel. Venceslau Fernandes, vencedor da Volta a Portugal do Futuro em 2018, assinou pela Antarte-Feirense.

Mota, Hélder Gonçalves, Pedro Miguel Lopes e José Sousa vão continuar o seu processo de evolução na equipa, com Ricardo Machado a ser um dos novos rostos. O júnior da SEISSA ACR Roriz sobe este ano a sub-23 e terá o objectivo de se adaptar a uma nova realidade.

O mesmo não acontecerá com João Salgado. Já com duas temporadas na Rádio Popular-Boavista, ainda que com poucas corridas, aos 21 anos tem uma nova oportunidade para se mostrar ao mais alto nível. Em 2020 deu um passo atrás na esperança de competir mais na equipa de clube JV Perfis-Gondomar Cultural. A pandemia trocou-lhe as voltas, mas o seu trabalho não passou despercebido e regressa a uma equipa Continental.

O reforço mais sonante é César Fonte. Seguindo o exemplo de 2020 em dar mais equilíbrio à equipa com ciclistas experientes ao lado dos mais jovens, chega à Kelly-Simoldes-UDO um corredor com passagens pela Efapel, W52-FC Porto, Rádio Popular-Boavista e LA Alumínios-Metalusa. Aos 34 anos terá novamente possibilidade de ser mais do que um gregário, podendo formar um trio interessante com Luís Gomes e Henrique Casimiro, na procura por triunfos.

Estes dois ciclistas serão pela segunda temporada a principal aposta. Gomes é um ciclista sempre preparado para estar na frente e em 2020 viu-se bem o que este atleta motivado é capaz de fazer. O seu festejo no alto de Santa Luzia (foto em cima) tornou-se numa das imagens da Volta. Casimiro é um homem que poderá olhar mais para as classificações gerais, esperando, certamente, que 2021 possa trazer um maior número de corridas para o seu estilo competitivo.

Equipa Kelly-Simoldes-UDO para esta época:

Permanências: Luís Gomes, Henrique Casimiro, Guilherme Mota, Hélder Gonçalves, Pedro Miguel Lopes, José Sousa.

Reforços: Ricardo Machado (SEISSA ACR Roriz), João Salgado (JV Perfis-Gondomar Cultural), César Fonte (Efapel).

»»Novo nome e reforços interessantes em Mortágua««

»»Feirense tenta renascer com o regresso de um patrocinador e uma surpresa na liderança««

Sem comentários:

Enviar um comentário