7 de janeiro de 2021

O regresso do bom velho Froome poderá ser no Algarve

© Ronen Topelberg & Brian Veloimages/Israel Start-Up Nation
"Chris [Froome] está no caminho certo para ser novamente o 'velho' Chris." A garantia é de Rik Verbrugghe, director desportivo da Israel Start-Up Nation, equipa que apostou num Froome que em 2020 não deixou boas indicações nas corridas que realizou, após a longa recuperação da grave queda sofrida no ano antes, no Critérium du Dauphiné. E o bom velho Froome estará a caminho do Algarve.

O plano inicial era o britânico estrear-se com a sua nova equipa na Volta a San Juan, na Argentina. Mas a pandemia obrigou a uma mudança de planos e Portugal encabeça agora a escolha do ciclista. A confirmar-se será a terceira presença e o fim de uma longa espera. 2012 foi a última, precisamente no ano em que a então Sky iniciou a senda vitoriosa na Volta a França, tendo nesse ano ganho com Bradley Wiggins. 

Froome não terminou essa Volta ao Algarve, que também marcou o arranque da sua temporada. O colega de equipa Richie Porte venceu e Wiggins foir terceiro. Já em 2008, terminou na 104ª posição, sendo um ilustre jovem desconhecido numa Barloworld que contava com o português Hugo Sabido. A título de curiosidade, nessa equipa estava outro jovem que se tornaria num vencedor do Tour: Geraint Thomas.

Desde que Froome se transformou num dos grandes nomes da modalidade, apesar da constante presença da Sky/Ineos no Algarve, o britânico optou mais pela "concorrente" Ruta del Sol - realiza-se precisamente nos mesmos dias - ou começou a época mais cedo na Austrália.

A corrida espanhola não está completamente afastada para o arranque de 2021, apesar da Algarvia ser a favorita para Froome começar. Em entrevista ao Het NieuwsbladVerbrugghe não fechou completamente a porta à Ruta del Sol (Volta à Andaluzia) ou à Volta aos Emirados Árabes Unidos (de 21 a 27 de Feveireiro), uma prova com cachês sempre muito apelativos.

Depois do que se espera ser a presença a Volta ao Algarve, o britânico irá à Volta à Catalunha (22 a 28 de Março) e Critérium du Dauphiné (30 de Maio a 6 de Junho), no calendário inicial apresentado, rumo ao grande objectivo: a Volta a França (26 de Junho a 18 de Julho). Os Jogos Olímpicos são hipótese, mas dependerá se for convocado para a selecção britânica e de como serão as regras, nomeadamente se haverá ou não quarentena. Para já, a informação é que não será necessário uma para competir em Tóquio.

E como está Froome?

Depois da notícia de um recorde de 14 equipas World Tour na Algarvia e agora a quase certa presença de Froome, a corrida portuguesa está no caminho certo para mais uma grande edição. "Só" falta saber se a pandemia e as restrições não levam a uma decisão desagradável...

Froome está neste momento na Califórnia, com temperaturas bem mais simpáticas do que aquelas que se fazem sentir na Europa e por lá vai ficar mais umas semanas, garantiu Rik Verbrugghe. Com o estágio em Israel a ser cancelado devido à restrições por causa da covid-19, e apesar da equipa ir reunir-se em Espanha, Froome permanecerá nos Estados Unidos.

Além dos treinos, o ciclista segue o plano de recuperação física. "O Froome da Vuelta não é o Froome de hoje. Devido ao confinamento no Mónaco, no ano passado em Março, e à distância da equipa, a sua reabilitação não foi perfeita. Entretanto já está muito mais forte", assegurou Verbrugghe.

O responsável falou por videoconferência com o britânico e considera que não seria sensato a contratação mais valiosa desde que o projecto israelita foi para a estrada em 2015 interromper a sua reabilitação. "Além disso, não podemos proporcionar-lhe o mesmo treino, [ter o mesmo] o clima e lá é mais calmo", referiu Verbrugghe.

Acrescentou que quando Froome estiver a 100%, "a intensidade do treino irá aumentar, com vista a competição". "Tanto ele, como os responsáveis pela Israel Start-Up Nation estão convencidos que o melhor é ficar outro mês [na Califórnia] e regressar em Fevereiro", explicou.

Aos 35 anos (fará 36 em Maio), a condição física de Froome é uma das grandes incógnitas. Com a porta praticamente fechada na liderança da Ineos, o ciclista optou por sair da equipa que representou durante 11 temporadas. O seu estatuto de líder indiscutível havia chegado ao fim.

Ganhou quatro Tours, um Giro e duas Vueltas e muito mais. Mas nesta recta final da carreira, só pensa em conquistar a quinta Volta a França, para se juntar à elite da elite: Bernard Hinault, Jacques Anquetil, Eddy Merckx e Miguel Indurain são os recordistas, precisamente com cinco triunfos.

O investimento da Israel Start-Up Nation foi grande, a expectativa também é, até porque outra questão é se Froome terá equipa para o ajudar na difícil missão.

»»Recorde de equipas World Tour na Volta ao Algarve. E duas ficaram de fora!««

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