31 de janeiro de 2021

Trek-Segafredo aumenta salário mínimo da equipa feminina para igualar o da masculina

© Trek-Segafredo
Passo a passo o ciclismo feminino vai ganhando expressão e respeito. A mudança de perspectiva na UCI permitiu que o desporto crescesse nos últimos anos e com cada vez mais equipas World Tour a terem uma formação feminina além da masculina, a competitividade e oportunidade para cada vez mais atletas chegarem ao profissionalismo aumenta. Porém, a questão financeira continua a ser muito discutida. Não só quanto aos prémios nas corridas, mas a começar pelos salários. A Trek-Segafredo deu o mote: é a primeira estrutura a equiparar os ordenados base mínimos das mulheres aos dos homens.

A equipa americana assume a tabela de referência da vertente masculina. Isto é, o salário base mínimo para os ciclistas que têm contrato é de 40,045 euros por ano, segundo a UCI. As mulheres têm como mínimo 20 mil euros em 2021. O plano do organismo que tutela o ciclismo mundial é que até 2023 as senhoras tenham um salário mínimo igual ao que é pago nas ProTeams masculinas (segundo escalão), actualmente de 32,102 euros.

Estes valores são para quem está nos quadros, por assim dizer, pois para os "trabalhadores por conta-própria", os valores são diferentes: no World Tour o mínimo é de 65,673 euros, as senhoras têm esse valor base nos 32,800, enquanto no segundo escalão paga-se 44,032 euros ao ano.

A UCI planeia ir subindo os valores pagos às mulheres. Segundo o Cyclingnews, em 2022 os valores mínimos serão de 27 mil euros para quem tem contrato e de 45,100 para a trabalhadora por conta própria.

Eric Bjorling, director de marketing da Trek, confirmou ao referido site a decisão de igualar os salários mínimos das mulheres aos dos homens, salientando que não inclui os neo-pros. Isto é, os/as ciclistas que se estreiam como profissionais têm valores bases próprios, também definidos pela UCI.

"Tem existido algumas conversas que o ciclismo profissional terá de aumentar o [salário] mínimo das mulheres no World Tour para o mesmo dos homens e é algo que apoiamos fortemente", afirmou Eric Bjorling. E acrescentou: "Dito isso, não precisamos de esperar por um mandato, decidimos tomar a nossa decisão no Outono de 2020, com efeito a 1 de Janeiro de 2021." 

Além da Trek-Segafredo, Movistar, DSM, BikeExchange e FDJ têm equipas World Tour masculinas e femininas. No escalão abaixo no ciclismo feminino está a Lotto Soudal, com a Jumbo-Visma a estrear-se em 2021.

A equipa americana conta no seu plantel com a holandesa Lucinda Brand, que este sábado se sagrou campeão do mundo de ciclocrosse. As duas grandes referências da Trek-Segafredo continuam a ser a britânica Lizzie Deignan e a italiana Elisa Longo Borghini, numa formação com 14 ciclistas.

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