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Por um lado, parece a opção óbvia. Muda-se para a equipa que tem dominado o panorama nacional. Por outro, não irá poder dizer que é um líder indiscutível, pelo que será interessante perceber como irá encaixar Joni Brandão numa estrutura que tem Amaro Antunes como o último vencedor da Volta e ainda João Rodrigues, que bateu Brandão no contra-relógio em 2019.
Gustavo Veloso saiu, sem surpresa, pois percebeu que por melhor forma que apresente, se o líder designado estiver bem, o espanhol não terá o apoio para conquistar a muito desejada terceira Volta a Portugal. Joni Brandão terá de convencer e muito para não ficar na mesma situação que Veloso.
Para a W52-FC Porto é um contratação de luxo. Vai buscar o seu grande rival e reforça (e de que maneira) a estrutura. Porém, Amaro Antunes tem um estatuto quase intocável e merecidamente. Aliás, regressou à equipa e ficou como número um, apesar de João Rodrigues ter tido um 2019 simplesmente fenomenal.
Aos 31 anos, Joni Brandão tenta o tudo por tudo. É o objectivo da sua carreira conquistar uma Volta a Portugal. Já soma três segundos lugares, mais uns top dez, pelo que é compreensível que já sinta alguma frustração por andar tão perto, mas sempre a ser batido pela mesma equipa. Nem na Efapel, nem na então Sporting-Tavira, Brandão chegou ao primeiro lugar.
Mas nessas equipas não havia dúvidas de que era o líder. Brandão tinha os companheiros a trabalhar para si. Na W52-FC Porto, neste arranque de época, não tem essa garantia. A equipa fez poucas mudanças no seu plantel, pelo que a base mantém-se. Ou seja, Amaro vai continuar a contar com o apoio de João Rodrigues (que também terá as suas oportunidades), Samuel Caldeira e Ricardo Mestre, o lado algarvio da estrutura.
Há ainda Daniel Mestre (que já esteve ao lado de Brandão na Efapel) e também Rui Vinhas, outro vencedor da Volta pela equipa, mas sempre o eterno gregário de muita qualidade. É um grupo no qual a maioria dos ciclistas já competem juntos há bastante tempo.
A Joni Brandão espera-lhe uma missão difícil de se impor dentro de um conjunto vencedor, ainda que seja impossível contrariar que para ganhar a Volta, as hipóteses sobem substancialmente quando se está na W52-FC Porto. Afinal a estrutura soma oito vitórias consecutivas, contando com a fase em que tinha o nome de OFM-Quinta da Lixa e W52-Quinta da Lixa.
É um desafio que Joni Brandão assume em enfrentar, tudo para finalmente conquistar a camisola amarela.
Outros reforços
Além do reforço Joni Brandão, haverá dois regressos ao pelotão nacional para a W52-FC Porto. Ricardo Vilela e José Neves estavam ambos na espanhola Burgos-BH (segundo escalão), mas volta agora às origens. No caso de Vilela foram seis anos fora (Caja Rural, Manzana Postobón e Burgos-BH), ele que representou a então OFM-Quinta da Lixa em 2014.
Já José Neves não conseguiu impor-se lá fora. Chegou inclusivamente a estagiar na EF Education First-Drapac p/b Cannondale em 2018, mas a passagem pela Burgos-BH não foi a esperada. Apesar de uma ou outra boa exibição - venceu uma etapa no Troféu Joaquim Agostinho em 2019 -, o português não conseguiu demonstrar o nível que havia atingido na W52-FC Porto. Em 2020 competiu pouco e pouco se viu nas corridas onde esteve.
Tem apenas 25 anos, pelo que regressa a uma casa que bem conhece para tentar relançar a carreira.
Equipa W52-FC Porto para 2021
Permanências: Amaro Antunes, Daniel Mestre, Francisco Campos, João Rodrigues, Jorge Magalhães, José Mendes, Ricardo Mestre, Rui Vinhas, Samuel Caldeira.
Reforços: Joni Brandão (Efapel), José Neves e Ricardo Vilela (Burgos-BH).
Gustavo Veloso fora da W52, esta pro ano não faz 1º nem segundo, ouviram aqui por mim.
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