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A Volta a Flandres, na época passada, como que marcou o inicio na estrada desta já popular rivalidade no ciclocrosse. Van der Poel bateu ao sprint o belga. Em Ostende, precisamente na região da Flandres, foi Van Aert quem chegou a parecer estar bem encaminhado para o seu quarto título mundial. Começou a ganhar vantagem e uma queda de Van der Poel fez com que Van Aert ganhasse maior conforto na frente. Porém, no ciclismo tudo pode mudar num instante e assim foi.
Um furo alterou o rumo da corrida. Van der Poel não só recuperou, como acabaria por deixar para trás Van Aert, que admitiu que psicologicamente acabou por ficar afectado com a situação. Na Flandres, voltou a ver-se numa amarga segunda posição, atrás do rival. Mas 2021 está só a começar.
Strade Bianche, Milano-Sanremo - monumento ganho por Van Aert em 2020 -, Volta a Flandres e um muito aguardado Paris-Roubaix, que no ano passado não se realizou devido à pandemia, estão no calendário de ambos. As clássicas apresentam-se antes de um encontro na Volta a França, onde Van der Poel fará a sua estreia em grandes voltas. Recorde-se que a Alpecin-Fenix foi a melhor equipa do ranking entre as ProTeam, pelo que tem acesso directo a todas as principais provas mundiais, sem ter de esperar por convites.
Van Aert demonstra ser alguém que sabe perder. Elogiou Van der Poel, considerando que acabou por ser um justo vencedor. Sobre a sua prova afirmou ao Sporza: "Em certa altura estava numa situação favorável, mas pedalar com um furo fez-me perder muito tempo. E não ficou logo furado, foi um furo lento. Mas perdi meio minuto ali. Eventualmente aproximei-me do Mathieu, mas depois explodi... Estava na situação que queria, mas o furo deu cabo das minhas hipóteses."
Van Aert considera que fez duas boas primeiras voltas (foram oito no total) e que estava forte. Depois furou. "Tudo tem de correr bem. Algo quebrou mentalmente em mim e estou particularmente desiludido com isso", realçou.
Van der Poel não escondeu que o furo foi uma ajuda para recuperar e reentrar na discussão do título mundial, que conquistou com 38 segundos de vantagem, com o belga Toon Aerts a fechar o pódio, a 1:24 minutos do vencedor, pelo terceiro ano consecutivo.
"O percurso mudou e eu fiquei um pouco mais rápido na secção da praia e senti-me um pouco melhor. Senti que as estava com melhores pernas e melhorei a cada volta a correr sobre a areia. Por isso, o sentimento positivo estava a crescer de volta para volta e isso fez a diferença hoje", explicou.
Van der Poel selou a exibição perfeita da selecção holandesa em Ostende, que conquistou todos os títulos em disputa (devido à pandemia não se realizaram as provas de juniores). Lucinda Brand venceu em elite feminina - com o pódio a ser 100% dos Países Baixos (Annemarie Worst e Denise Betsema) - e em sub-23 Fem van Empel foi a campeã, à frente da compatriota Aniek van Alphen. O terceiro ficou para a húngara Blanka vas Kata.
Nos sub-23 masculinos, foi mais um atleta vestido de laranja a ganhar: Pim Ronhaar. Em segundo ficou outro holandês, Ryan Kamp, e o belga Timo Kielich fechou o pódio.
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