11 de novembro de 2020

Groenewegen aceita suspensão de nove meses e fala em "página negra" da sua carreira

© Team Jumbo-Visma
Dylan Groenewegen foi suspenso nove meses devido ao incidente no sprint da primeira etapa da Volta à Polónia. O holandês e a Jumbo-Visma receberam a notícia com um sentimento de alívio, pois agora, dizem, podem começar a olhar para o futuro e preparar o regresso do ciclista às corridas. No entanto, Groenewegen não esconde como segue as novidades sobre a recuperação de Fabio Jakobsen de perto e espera que o que aconteceu possa servir de lição para outros ciclistas. Pela frente destaca como tem de trabalhar tanto o aspecto mental, como o físico, antes de competir novamente.

A 5 de Agosto, Groenewegen desviou-se da sua linha de sprint, atirando Fabio Jakobsen (Deceuninck-QuickStep) contra as barreiras. Porém, estas não serviram de protecção, pois saltaram para a estrada provocando a queda de outros corredores e Jakobsen passou por cima delas, caindo desamparado do lado contrário. Foi colocado em coma induzido, mas três meses depois já fala em andar novamente de bicicleta em breve. Parte do seu rosto teve de ser reconstruído, tendo levado 130 pontos. Ainda tem mais intervenções cirúrgicas pela frente, até para receber implantes dentários, pois perdeu praticamente todos os dentes.

Groenewegen foi afastado da competição pela própria equipa, sendo que também acabou por cair naquele dia, fracturando a clavícula. Numa entrevista dada pouco tempo depois do sucedido, admitiu que nem pensava em andar de bicicleta, lamentando em lágrimas o que tinha acontecido a Jakobsen. Em reacção à suspensão decretada pela UCI, o holandês admite que lhe dá "a oportunidade para olhar em frente"

"Estou satisfeito com isto, apesar de 7 de Maio ainda estar longe. Estou feliz pelo apoio que tenho da Jumbo-Visma, da minha família e amigos", salientou o ciclista de 27 anos. Está assim marcada a data a partir da qual Gronewegen pode regressar às corridas e retomar uma carreira já com várias vitórias importantes, como as quatro em etapas na Volta a França.

Porém, o holandês admite que o que aconteceu será uma "página negra" na sua carreira. "Peço desculpa, porque quero ser um sprinter justo. As consequências foram infelizmente muito sérias. Tenho a consciência disso e espero que isto tenha sido uma lição para todos os sprinters", afirmou Groenewegen, que espera que Jakobsen possa regressar também ele à competição.

A Jumbo-Visma mantém o apoio ao seu ciclista, que tem contrato até 2023. O director, Roger Plugge salientou como as notícias sobre a recuperação de Jakobsen são animadoras e que referiu como o anúncio da suspensão dá "perspectiva e clareza", para que a equipa possa começar a preparar Groenewegen e recolocá-lo ao nível que tinha antes do incidente na Volta a Polónia.

Além de aceitar a suspensão, a UCI explicou que Groenewegen colaborou com a investigação e aceitou participar "em eventos para beneficiar a comunidade do ciclismo".

De recordar que além da gesto de Groenewegen que provocou a aparatosa queda, também foi levantada a questão sobre as barreiras, que não ficaram no sítio ao sofrer o impacto. A Associação de Ciclistas Profissionais levantou de imediato a dúvida sobre a segurança das barreiras colocadas pela organização da Volta à Polónia, além de realçar como um sprint a descer só aumentou o perigo de uma queda grave. Aliás, vários corredores já haviam referido como aquela chegada a Katowice era muito perigosa.

»»Um último susto, uma ajuda da Movistar e uma vitória com todo o mérito para Roglic««

Sem comentários:

Enviar um comentário