Era praticamente o tudo ou nada para Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) e também para Matteo Trentin (CCC) para tentar apanhar Sam Bennett (Deceuninck-QuickStep). Os três conseguiram ficar na frente da corrida num grupo que já se vai perceber porque parecia estar-se numa clássica do pavé. Estavam também, entre outros, Greg van Avermaet (CCC), Jasper Stuyven (Trek-Segafredo), Oliver Naesen (AG2R) e Luke Rowe (Ineos Grenadiers).
Soren Kragh Andersen também tem experiência em Paris-Roubaix e Volta a Flandres e dá-se muito bem em percursos "ondulados", como era o caso esta sexta-feira (Bourg-en-Bresse - Champagnole, 166,5 quilómetros). É também bom no contra-relógio e também tem potencial para as provas por etapas mais curtas. Prova disso, o segundo lugar na Volta ao Algarve no ano passado, tendo sido batido por Tadej Pogacar (UAE Team Emirates), o actual segundo classificado do Tour.
Pela primeira vez na sua carreira, está muito perto de participar num Tour até ao fim e não conquistar a camisola verde. Tem sete, é recordista, mas 2020 não está a ser o seu ano. Foi batido por Sam Bennett tanto no sprint intermédio, como no sprint final, no caso para o oitavo e nono posto. São 55 pontos a separá-los. Ser batido pelo irlandês foi algo normal neste Tour. Bennett tem os Campos Elísios a separá-lo de subir ao pódio com a camisola verde e por tudo o que mostrou até agora, a vantagem na luta com Sagan está do seu lado.
O eslovaco poderá lamentar que a organização tenha alterado a colocação dos sprints intermédios, que o prejudicou, mas a sua forma física está longe do ideal. Nos últimos anos, mesmo não ganhando tanto, Sagan entrava nas fugas nas etapas de montanha, passava uma ou duas subidas mais difíceis para depois recolher os pontos. Ficava entretanto para trás, poupando forças para uma próxima fuga ou discussão de etapa ao sprint.
Em 2020, os sprints foram colocados antes das principais dificuldades, o que deu aos sprinters hipótese de discutir a classificação dos pontos. Sem a capacidade de sprint de outros tempos, Sagan foi constantemente batido por Bennett e também por um Trentin, que tentou ser um candidato, mas nunca assustou o irlandês.
Classificações completas, via ProCyclingStats.
20ª etapa: Lure - La Planche des Belles Filles, 36,2 quilómetros
A camisola verde fica fechada no domingo, mas este sábado Primoz Roglic quer selar a amarela, enquanto a da montanha também estará em disputa no contra-relógio que termina em estilo crono-escalada em La Planche des Belles Filles.
Na luta pela montanha, é novamente Pogacar quem surge na perseguição, desta feita a Richard Carapaz (Ineos Grenadiers). Dois pontos separam os ciclistas, com Roglic ainda ter hipóteses matematicamente.
Na juventude, Pogacar está mais descansado. Tem 3:22 minutos de vantagem sobre Enric Mas, da Movistar, equipa que lidera colectivamente. A equipa espanhola lá vai coleccionando esta classificação, mesmo que neste Tour pouco se tenha visto. Porém, Mas ter acabou por fazer uma boa Volta a França, apesar de estar longe da luta por um pódio.
»»O momento da Ineos Grenadiers (e Landa finalmente atacou!)««
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