O confinamento interrompeu o crescimento de forma de Frederico Figueiredo, numa época que começou aponto estar forte no arranque. Esteve em San Juan, na Argentina, e na Volta ao Algarve, o top dez fugiu-lhe devido ao contra-relógio, que continua a ser o ponto fraco de um ciclista que é um autêntico senhor regularidade. Mesmo tendo na equipa ciclistas dados como líderes na então Sporting-Tavira, Figueiredo conseguiu muitas vezes destacar-se, sendo um nome que regularmente surgia nos primeiros dez das corridas. Desta feita, conquista um merecido grande triunfo, numa das principais provas portuguesas, pela sua história e por ser uma competição internacional.
E no momento de celebrar, não esqueceu os seus companheiros, que tanto trabalharam para preparar o ataque final: "Trabalhámos para trazer a corrida sempre num ritmo elevado, de modo a que os adversários chegassem ‘justos’ à parte final. Isso aconteceu e eu tive a felicidade de não ter um azar como aqueles que me têm afectado."
De facto, este é um ciclista que, apesar de terminar muitas vezes no top dez, também tem razão para se queixar de azares, como foi a queda no ano passado na Volta, que o impediu de partir para a última etapa, quando ia fechar... mais um top dez.
A corrida
Este foi um Grande Prémio Internacional de Torres Vedras - Troféu Joaquim Agostinho em versão reduzida, com apenas duas etapas. Foi inicialmente adiado devido a um caso positivo de covid-19, mas este fim-de-semana foi para a estrada, novamente como antecâmara da Volta a Portugal.
A primeira etapa teve 145,6 quilómetros, com início e fim em Torres Vedras. O vencedor foi Luís Mendonça (Efapel), que foi o mais forte no sprint, batendo Daniel Mestre e João Rodrigues (ambos da W52 FC Porto) e Daniel Freitas (Miranda-Mórtagua).
Mendonça - reforço da Efapel em 2020 e que venceu pela primeira vez esta temporada - assumiu a liderança e a ambição de ganhar a geral, para juntar à Volta ao Alentejo, conquistada em 2018. Porém, na segunda etapa neste domingo - Turcifal-Carvoeira (145,2 quilómetros) -, na chegada em subida ao Parque Eólico não aguentou o ritmo, mas segurou um lugar no pódio (terceiro), a oito segundos do vencedor.
A equipa Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel começou por lançar César Martingil na frente, obrigando à perseguição, dada a proximidade na geral. Depois foi a vez de Alejandro Marque, já no início da subida, desgastando ainda mais os adversários e preparando o caminho para Frederico Figueiredo. No quilómetros final, este destacou-se deixando na segunda posição - a cinco segundos - Luís Gomes, mais um ciclista em destaque em 2020.
Venceu a Clássica da Primavera em Março e é mais um exemplo de sucesso de uma Kelly-InOutBuild-UD Oliveirense, que tem aproveitado todas as oportunidades para somar bons resultados. É a equipa com mais vitórias este ano: quatro.
Mas o dia pertenceu a Frederico Figueiredo e à equipa algarvia de Vidal Fitas, que bem precisava de uma vitória assim. Em 2019 conquistou apenas duas, uma na Clássica da Primavera, com César Martingil, e o título nacional em linha, com José Mendes.
As outras classificações do 43º Troféu Joaquim Agostinho foram ganhas por: Luís Mendonça, pontos; Pablo Guerrero (Burgos-BH), montanha, Miguel Salgueiro (LA Alumínios-LA Sport), metas volantes e Gonçalo Carvalho (Rádio Popular-Boavista), melhor jovem. A equipa boavisteira de José Santos venceu ainda colectivamente.
De referir ainda o susto da W52-FC Porto que viu João Rodrigues cair. Não haverá problemas de maior com o ciclista que, no próximo domingo, partirá para a Volta a Portugal com o dorsal um com o objectivo de conquistar a corrida pela segunda vez.
Classificações completas, via First Cycling.
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