(Fotografia: Facebook Astana) |
A carta aberta que Vincenzo Nibali dirigiu a Fabio Aru a pedir que o ciclista da Astana estivesse no início da Volta a Itália, fez com que se alimentasse a esperança que o jovem ciclista da Sardenha - precisamente onde arranca o Giro100 -, pudesse mesmo recuperar da lesão no joelho mais rapidamente do que o previsto. Michele Scarponi foi nomeado o líder, mas ele próprio afirmou que também gostaria de ver Aru assumir o seu lugar na corrida. Talvez tenha sido a emoção de um momento que parecia ser mau de mais para ser verdade que tenha feito com que se esperasse que um milagre, como disse Nibali, fosse mesmo possível. Porém, a queda no início do mês na Serra Nevada vai mesmo ditar um destino amargo para Aru: "Vincenzo, li e reli a tua carta e pensei durante muito tempo como seria bom responder-te com um 'sim, vou estar no início do Giro100', mas, infelizmente, a vida dá-nos estes difíceis testes."
Fabio Aru respondeu com emoção à carta de Nibali, ambas publicadas na Gazzetta dello Sport. O italiano, de 26 anos, realçou o quanto gostaria de estar nas grandes subidas que fazem parte do percurso do Giro100, mas referiu que esteve duas semanas sem treinar e que só daqui a cerca de dez dias é que irá voltar a fazê-lo sem limitações. "Como pessoa inteligente e sensível que sempre revelaste ser, penso que irás compreender que ir ao Giro depois de três semanas fora da bicicleta e sem treinar não seria sério, nem para mim, nem para a equipa (que sempre depositaram grande confiança em mim), nem para os meus fãs, que têm sido incríveis nestas difíceis semanas e a quem tanto devo", escreveu.
O ciclista da Astana salientou como estava focado a 100% na Volta a Itália, corrida que ficou em segundo em 2015, atrás de Alberto Contador, tendo ganho mais tarde nesse ano a Vuelta. No ano antes ficou em terceiro. Agora deseja o melhor ao colega que assumirá a liderança da equipa cazaque, mas também a Nibali: "Vou apoiar os meus colegas, o Michele Scarponi em primeiro lugar. Mas querido Vincenzo, espero sinceramente que também tu possas estar bem e talvez ficar ao lado do 'Scarpa' ou outros italianos fortes, que há muitos, para ver a bandeira tricolor a ondular mais alto que todas as outras na Piazza Duomo, em Milão."
Depois de uma rivalidade que acabou por levar Nibali a trocar a Astana pela Bahrain-Merida, para assim voltar a ser o líder indiscutível de uma equipa, esta situação revelou um outro lado dos ciclistas italianos, algo inesperado tendo em conta o que aconteceu no passado recente, mas que poderá marcar um mudança numa relação que até agora foi sempre tão fria.
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