Para fechar a temporada de ciclismo em Portugal, Tavira é o sítio perfeito. Deixa-se a estrada e volta-se para a pista que tanta história tem, tal como a equipa que continua a mexer com a população da terra. Sim, porque o Sporting pode ser o mais recente parceiro, mas das bancadas o que se houve é um "vai Tavira". A história desta equipa vai muito além de clubismos, mesmo que 2016 tenha ficado marcado pelo regresso de dois grandes do futebol e que também o foram nesta modalidade há muito tempo. Mas em Tavira reina e reinará sempre o Tavira, independentemente do parceiro que tenha.
É num ambiente simples, mas festivo, a que se juntam as principais equipas nacionais - só a Efapel faltou à chamada - algumas amadoras e claro os sub-23 e juniores, com este ano as senhoras a marcarem presença vestindo precisamente os equipamentos do Sporting-Tavira. No rosto dos ciclistas já se nota algum cansaço da longa temporada, numa altura que tanto pensam em descansar, como têm de pensar em garantir contratos para 2017. Alguns já têm a situação resolvida, outros ainda esperam por definir o futuro.
A pista do Ginásio Clube de Tavira recebeu a prova de perseguição, eliminação, 15 voltas para juniores e senhoras e 100 para sub-23 e elite. Portugal pode não ter a maior das tradições na pista, longe disso, mas claramente em Tavira sabe-se o que acontece neste dia e vibra-se com as competições. Procuram-se umas fotografias e as habituais garrafas das equipas. A descontracção é palavra de ordem.
Sporting-Tavira e W52-FC Porto apareceram em força, enquanto as restantes equipas profissionais cumpriram os serviços mínimos com três ciclistas. E tal como em Palmela, os gémeos Gonçalves apareceram, sendo dos mais aplaudidos e revelando bem a qualidade que têm, mesmo em pista.
Um ambiente é animado, certamente longe de enchentes de outrora, mas a prova que o ciclismo é uma modalidade muito querida em Tavira é a quantidade de "patrocínios" que surgem na prova das 100 voltas. Em determinadas voltas era oferecido dinheiro por particulares, restaurantes, ou outras empresas. 10 e 20 euros eram os valores mais normais, mas o prémio dos 333 euros numa das voltas foi uma grande surpresa e Hugo Sabido (Sporting-Tavira) arrebatou esse valor mais alto, com João Rodrigues (W52-FC Porto), os gémeos Gonçalves e César Martingil a amealharam também bastante dinheiro. O sub-23, que se prepara para representar Portugal nos Mundiais, acabou mesmo por vencer a prova das 100 voltas, enquanto José Gonçalves ganhou na eliminação e a equipa Moreira Congelados bateu o Sporting-Tavira na perseguição.
Prémios à parte, em Tavira resta um pouco da tradição do ciclismo com esta competição que coloca um ponto final na temporada de 2016. Que venha 2017!
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