14 de outubro de 2016

No calor do Qatar, os nórdicos ganham com a frieza do trabalho de equipa

(Fotografia: UCI Doha 2016/Pauline Ballet)
Mãos no rosto, abanar a cabeça... Jakob Egholm expressou de todas as formas a sua incredulidade por estar a cortar a meta em Doha no primeiro lugar. O dinamarquês, que apenas queria ajudar o seu colega sprinter a lutar pelo título em juniores, acabou por conseguir fugir com sucesso. Aos 18 anos, na sua curta carreira, Egholm apenas contava com uma vitória o que não admira que confessasse o quanto o título mundial é inesperado.

Depois de um norueguês conquistar o título de sub-23 - Kristoffer Halvorsen -, agora foi um dinamarquês em juniores. Dois países nórdicos, dois ciclistas mais habituados a outras temperaturas, do que o calor do Qatar. No entanto, o trabalho de equipa acabou por ser determinante nos dois casos. Se nos sub-23 o título foi resolvido ao sprint, nos juniores uma fuga contrariou as expectativas para estes Mundiais e foi dessa forma que se decidiu a vitória.

Com um grupo grande na frente e um pelotão sem se organizar na perseguição, a dez quilómetros do fim dois dinamarqueses tentaram ganhar alguma vantagem. O primeiro acabou por "estourar" depois de garantir uma boa distância para o grupo, deixando caminho aberto para Jakob Egholm que fez sete quilómetros de puro contra-relógio e só o francês Alexis Brunel ainda tentou alcançá-lo, mas nunca se conseguiu aproximar. O segundo e terceiro lugar acabaram por se resolver ao sprint, com mais um alemão a garantir uma medalha, Niklas Märkl, e o suíço Reto Muller a ficar com o bronze.

Os portugueses ficaram de fora da discussão de uma boa classificação, visto que nenhum conseguiu integrar o grupo da fuga. João Almeida foi o melhor (55º), seguido por Daniel Viegas (56º). Ambos chegaram integrados no pelotão a 1:45 minutos do vencedor. Pedro Teixeira cortou a meta pouco depois, na 89ª posição, a 2:06 minutos.

“Sabia que estavam lá os melhores e, por isso, tentei saltar para a fuga. Estive lá perto, mas não consegui chegar à frente. Acabo a minha passagem pelos juniores tranquilo, porque deixei tudo na estrada", afirmou João Almeida, citado pelo site da Federação Portuguesa de Ciclismo. Já Pedro Teixeira, que fez a sua estreia em Mundiais,  sofreu com o calor: "Foi uma estreia muito dura. Não esperava que as duas primeiras voltas fossem tão exigentes. Nessa altura bati os meus recordes de pulso. Senti muito o calor, tal como muitos ciclistas. Viam-se alguns aos ziguezagues, devido ao desgaste e à desidratação."


Antes dos rapazes, as raparigas também disputaram o título deste escalão, com a vitória a ficar para a italiana Elisa Balsamo. Skylar Schneider (EUA) e Susanne Andersen (Dinamarca) fecharam o pódio. Veja aqui os resultados completos.

Marianne Vos em busca do quarto título mundial

Este sábado as senhoras discutem o título mundial de elite, com a holandesa Marianne Vos a apresentar-se como principal candidata a reconquistar a camisola do arco-íris, depois de a ter vencido em 2006, 2012 e 2013. A ciclista soma ainda cinco segundos lugares aos 29 anos. Se vencer, Vos iguala a belga Yvonne Reynders e fica a uma vitória do recorde da francesa Jeannie Longo.

A forma da campeã em título, Lizzie Deignan (Armitstead), é uma incógnita. A britânica tem estado sob suspeita de doping depois de ter falhado três controlos, mas ganhou um apelo que lhe permitiu competir nos Jogos Olímpicos, onde foi quinta e as críticas têm sido muitas. A australiana Chloe Hosking é também uma forte candidata à vitória.

A competição de 134,5 quilómetros começa às 12:45 locais (menos duas horas em Portugal Continental). A temperatura deverá rondar os 36 graus e há previsão que o vento pode atingir os 21 quilómetros/hora.

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