Nuno Bico (ciclista mais à direita) trabalhou muito na fuga
(Fotografia: Facebook Federação Portuguesa de Ciclismo)
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Nuno Bico foi uma das figuras da corrida de sub-23 dos Mundiais do Qatar. O português integrou desde cedo a fuga e muito trabalhou para que esta conseguisse chegar ao fim. Esteve constantemente em destaque, mostrando-se ao mundo numa fase importante na sua carreira. Com o final da Klein Constantia - formação satélite da Etixx-QuickStep - Nuno Bico procura novo rumo e se na equipa já tinha deixado boas indicações ao longo do único ano em que a representou, o jovem de 22 anos esclareceu em Doha qualquer dúvida que pudesse existir: é um ciclista de grande qualidade, com um enorme potencial principalmente para corridas de um dia, mas também de uma semana.
É uma das referências da nova geração do ciclismo nacional e a sua prestação na prova desta quarta-feira poderá ter um papel importante no seu futuro mais próximo. Porém, o facto de não ter conseguido que a fuga tivesse sucesso, deixou-o insatisfeito. "Alguns corredores que estavam comigo na fuga tiveram um comportamento que não consigo entender. Quando ainda lutávamos taco a taco com o pelotão e não era certo que seríamos absorvidos, eles desistiram de lutar e foram apenas na roda. Não sabemos o que poderia ter acontecido se todos colaborassem, mas acabo satisfeito por ter sido protagonista na minha última corrida como sub-23", explicou o Nuno Bico, citado pelo site da Federação Portuguesa de Ciclismo.
Chegaram a ser nove no grupo da frente, mas a certa altura apenas Nuno Bico e mais três trabalhavam. Porém, a Noruega acabou por liderar uma perseguição feroz, com a ajuda da selecção espanhola. Com quatro voltas para o fim, o grupo tinha cerca de três minutos de avanço, mas pouco depois, além de perder alguns elementos devido a problemas físicos, aconteceu o que Nuno Bico explicou: um baixar de braços de alguns ciclistas.
Halvorsen é o novo campeão do mundo
(Fotografia: UCI Doha 2016/Pauline Ballet)
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Era a vez de César Martingil e Ivo Oliveira chegarem-se à frente no pelotão. E assim foi, Nuno Bico e os sobreviventes da fuga foram alcançados, mas a dupla portuguesa tentou manter-se bem colocada. Uma missão bem difícil quando se "lutava" contra equipas com mais elementos. A Noruega teve o prémio pelo qual trabalhou. Kristoffer Halvorsen foi o mais forte ao sprint, batendo o alemão Pascal Ackermann e o italiano Jakub Mareczko.
"Quando temos uma equipa pequena é muito difícil a colocação para o sprint. Eu até vinha dentro dos 15 primeiros e poderia terminar por aí ou mesmo no top 10, mas a última queda obrigou-me a fazer um desvio e perdi a posição", referiu César Martingil, que terminou na 21ª posição. Essa queda na preparação do sprint não ajudou em nada os dois portugueses. "O principal objectivo era ajudar o meu companheiro de equipa. Com a queda não consegui passar para o lançar e cheguei pouco depois dele", afirmou Ivo Oliveira, que cortou a meta na 27ª posição. Já Nuno Bico, ao ser apanhado pelo pelotão desligou-se da corrida e terminou na 133ª a 7:32 minutos do vencedor.
Apesar de Nuno Bico se ter destacado durante grande parte da corrida, a exibição da selecção portuguesa foi no seu todo excelente. César Martingil confirmou as expectativas. O ribatejano apontava a um top 10 ou top 20 e ficou à porta desse objectivo. O resultado poderá ter relevância para quem procura iniciar a curto prazo uma carreira no estrangeiro. Já Ivo Oliveira - que juntamente com o irmão é a referência de Portugal no ciclismo de pista - vai demonstrando a sua evolução na estrada, terminando com uma boa classificação um ano muito positivo.
Esta sexta-feira é dia de juniores. Primeiro realiza-se a prova feminina (8:30 locais, menos duas horas em Portugal Continental), seguindo-se a masculina (11:15, hora de Lisboa). Nesta corrida, a selecção portuguesa estará representada por João Almeida, Daniel Viegas e Pedro Teixeira.
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