4 de fevereiro de 2021

Haverá mais uma equipa nas grandes voltas

© ASO/Pauline Ballet
A UCI cedeu e permitiu que os organizadores das três grandes voltas possam convidar mais uma equipa, ou seja, serão 23 em vez de 22. Este era um desejo crescente desde que as regras foram alteradas, deixando apenas dois wildcards disponíveis, pois 20 dos lugares estavam automaticamente preenchidos. A pandemia veio aumentar ainda mais a vontade de existirem mais convites. Esta decisão será um alívio para algumas equipas dos países das corridas, que assim vêem abrir-se uma oportunidade para estarem presentes.

Com a pandemia a limitar o número de corridas - em 2021 está-se longe de uma normalidade a nível de calendarização neste arranque de temporada -, a UCI optou por ceder aos pedidos das federações de Itália, França e Espanha. Porém, no comunicado, deixou bem claro que é uma medida excepcional, apenas aplicável este ano. Referiu precisamente como será uma oportunidade para equipas e ciclistas terem mais competição num período tão complicado do ciclismo, devido à covid-19.

Com 23 equipas, o número de ciclistas no pelotão de uma grande volta vai aumentar para 184, em vez de 176. Uma das medidas recentes da UCI foi reduzir o número de ciclistas de nove para oito por cada equipa, e esse número mantém-se. O organismo defende que menos corredores significa maior segurança no pelotão, ainda que não seja uma ideia consensual entre responsáveis pelas equipas e os próprios ciclistas. Em 2021 haverá então uma excepção à regra.

Quando as organizações tinham disponíveis quatro convites para as ProTeam (segundo escalão) - numa altura em que eram 18 no World Tour, que têm entrada garantida -, o problema era mais interno. Ou seja, quando algumas formações ficavam de fora em detrimento de outras. A Volta a Itália é normalmente a que gera mais controvérsia, ao deixar equipas do país de fora, para convidar estrangeiras.

Porém, agora são 19 formações World Tour e a melhor ProTeam do ranking de cada ano passou a ter acesso directo às grandes corridas. Em 2020 foi a Total Direct Energie - que até abdicou do Giro - e esta época é a Alpecin-Fenix quem terá esse benefício e que não abdica de nada. Isto significou que as organizações ficaram apenas com dois convites para atribuir, o que criou tensão entre as equipas dos países das grandes voltas, sempre desejosas por estar na corrida de forma a ajudar a garantir patrocinadores.

A ASO teve a vida facilitada com esta decisão da UCI. Na Volta a França vão estar a Total-Direct Énergie, Arkéa Samsic and B&B Hotels p/b KTM, anúncio feito esta quinta-feira, pouco depois da UCI ter confirmado a sua decisão. Entre as formações francesas do segundo escalão, ficou a Delko de fora, mas é uma equipa que normalmente não entra nestas contas do Tour, ficando com convites para algumas clássicas e outras provas por etapas.

Em Espanha, com quatro equipas ProTeams, será boa notícia para uma, mas também ficará uma de fora. Burgos-BH, Caja Rural são presenças habituais, com Euskaltel-Euskadi a querer regressar aos grandes palcos. A Ken Pharma poderá ser a excluída.

Em Itália é onde tudo costuma ser mais complicado. A Eolo-Kometa de Alberto Contador e Ivan Basso - tem licença italiana - parece estar com as portas abertas para o Giro, ainda que sem confirmação oficial. Bardiani-CSF-Faizanè, Androni Giocattoli-Sidermec e Vini Zabù procuram obter uma vaga, mas têm uma forte concorrência "externa".

A russa Gazprom é sempre uma hipótese, colocando-se aqui questões financeiras, enquanto a Arkéa Samsic já fez saber que gostaria de ser convidada. O seu líder, Nairo Quintana quer apostar mais no Giro e não tanto no Tour. O colombiano é um antigo vencedor da grande volta italiana. Um convite a mais pode ser uma ajuda, mas não resolve o imbróglio da atribuição dos wildcards em Itália. Alguém vai ficar desiludido.

»»Os portugueses no World Tour««

»»Trek-Segafredo aumenta salário mínimo da equipa feminina para igualar o da masculina««

Sem comentários:

Enviar um comentário