© Tim de Waele/Getty Images/DeceuninckQuickStep |
Ao ler-se textos de jornalistas que estão a acompanhar in loco o Giro, percebe-se que ver um jovem de 22 anos, estreante em grandes voltas e no World Tour, estar tão calmo e até dizer que se está a habituar à camisola rosa, é algo quase desconcertante. João Almeida está a apresentar-se ao mundo, porque em Portugal esta é uma forma de estar já bem conhecida, desde os seus tempos de formação. Nem a queda na sexta etapa alterou a postura de João Almeida.
A menos de 40 quilómetros para a meta em Matera (etapa com 188), o ciclista português optou por parar para resolver um problema com o rádio. O próprio explicou que, dado o vento forte, preferiu encostar para evitar provocar uma queda. O problema é que Brandon McNulty (UAE Team Emirates) não terá visto e chocou com Almeida, provocando a queda. Um susto, mas nestes momentos vale a cada vez mais conhecida forma de não entrar em pânico de João Almeida e também ajuda ter uma equipa como a Deceuninck-QuickStep a apoiar. Os 43 segundos para o segundo classificado (Pello Bilbao, da Bahrain-McLaren) também contribuíram certamente para manter a tal tranquilidade que se vai falando nos diferentes meios de comunicação social.
O líder do Giro pelo terceiro dia - ultrapassou a marca de Acácio da Silva -, reentrou no grupo principal e no final, não pode dizer que tenha tido uns quilómetros fáceis dado o percurso sinuoso e os sprinters quererem discutir a vitória, mas João Almeida manteve os rivais à mesma distância.
"É uma camisola especial e espero mantê-la por mais uns dias", afirmou o ciclista, que quer que este sonho dure mais um pouco, nas suas próprias palavras. Referiu ainda que, fisicamente, parece estar tudo bem depois do embate de McNulty.
Tudo está a ser uma experiência para João Almeida que a cada dia que passa evolui como ciclista. E nunca é de mais recordar: chegou em 2020 ao World Tour e está na sua primeira grande volta. Hoje demonstrou que mesmo perante a adversidade, sabe manter a calma, sendo que é importante não ter pressão da equipa, nem de ninguém. Na Deceuninck-QuickStep o discurso mantém-se que este Giro é para Almeida conhecer-se melhor como atleta e perceber como irá reagir a três semanas duras de competição. Com uma quase feita, a primeira dificilmente poderia ter corrido melhor.
Démare, outra vez
Não foi ao Tour para que a Groupama-FDJ se concentrasse em Thibaut Pinot (essa aposta não correu nada bem) e surgiu com toda a força na Volta a Itália. Arnaud Démare já tem duas vitórias de etapa no Giro, elevando para 12 as que alcançou desde que a competição foi retomada, após o confinamento. Se há dois dias bateu Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) por milímetros, agora bateu tudo e todos por metros. Foi um sprint avassalador e estava mal colocado quando os primeiros ciclistas começaram a acelerar. O francês está fortíssimo.
Com Sagan a ser apenas oitavo, Démare assumiu a liderança da classificação dos pontos. Em 2019, também vestiu a maglia ciclamino, mas acabou por perder a luta com Pascal Ackermann (Bora-Hansgrohe).
Classificações completas, via ProCyclingStats.
7ª etapa: Matera - Brindisi, 143 quilómetros
Senhores sprinters, esta é para vocês e sem subidas para alguns perderem contacto, como tem acontecido. Porém, atenção ao possível vento forte.
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