12 de novembro de 2016

FDJ. O ano em que se tornou uma equipa de contra-relógio, com a época a desmoronar-se na Volta a França. Mas houve monumento

(Fotografia: Facebook FDJ)
A FDJ a ganhar contra-relógios por equipas? Thibaut Pinot a ganhar contra-relógios e até ser campeão nacional da especialidade? Estaremos a ver bem? Sim, era razão para questionar se realmente estaríamos a ver bem os resultados. Já em 2015 tinha sido notório o trabalho que a equipa estava a fazer, principalmente com Pinot, que tinha demonstrado já não ter tanto medo a descer, mas este ano deu um passo mais além. Um passo de gigante, diga-se. O francês tornou-se num contra-relogista, algo que há um ano parecia impossível. Esperava-se que evoluísse o suficiente para se defender contra os melhores, algo obrigatório se realmente quer ser candidato a vencer a Volta a França. Porém, o fantástico início de temporada de Pinot, com vitórias a pensar na preparação para o Tour, de nada valeu. Quando chegou o momento da verdade, Thibaut Pinot falhou completamente.

Tanta esperança que rapidamente se desvaneceu. Mal o terreno começou a inclinar, e foi logo nas primeiras etapas, Pinot começou a perder tempo. Resolveu tentar a classificação da montanha, mas na 13ª etapa, já nem apareceu para partir para o contra-relógio. De época de sonho a pesadelo e Pinot terminou a temporada bastante cedo para preparar 2017.

  • 11º lugar no ranking World Tour com 516 pontos
  • 22 vitórias (5 no World Tour – uma na Vuelta por Alexandre Geniez, um monumento, Milano-Sanremo, por Arnaud Démare)
  • Thibaut Pinot e Arnaud Démare somaram seis vitórias cada um


E o ano da FDJ ficou marcado por alegrias iniciais, seguido por desilusões. Outro dos responsáveis pelos esses sentimentos mistos foi Arnaud Démare. Venceu a Milano-Sanremo, o primeiro monumento do ano. Não se livrou da polémica, pois foi acusado ter sido ajudado por um carro pouco antes da subida que antecede os quilómetros finais e que lhe permitiu estar na discussão da corrida. O caso arrastou-se por uns meses, mas nada foi provado e o triunfo manteve-se. A FDJ pensou que finalmente o seu sprinter ia corresponder à confiança que a equipa lhe deu ao ficar com ele, deixando sair Nacer Bouhanni, já que era impossível ter os dois juntos, visto serem mais rivais do que colegas.

O problema é que Démare cada vez mais demonstra não ter capacidade para disputar sprints com os melhores. Visto que Pinot seria a aposta para a Volta a França, a FDJ deu a liderança a Démare no Giro. Tentou, mas não consegue bater Kittel ou Greipel quando estes estão no seu melhor. Lá venceu uma etapa na Route du Sud e a Binche-Chimay-Binche, mas com 25 anos, ou Démare começa a somar mais triunfos importantes, ou pode esgotar-se a paciência da FDJ. O crédito que a Milano-Sanremo lhe deu acabou por ser gasto numa temporada, só salva por essa vitória.



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