9 de outubro de 2020

João Almeida controla, Arnaud Démare ganha

© Giro d'Italia
Depois de três vitórias em sete etapas, Arnaud Démare já merece um destaque. A atenção continua muito centrada em João Almeida, afinal não é todos os dias que se vê um português a liderar uma grande volta. Porém, o francês é outra das figuras desta primeira semana do Giro.

Não foi um dia calmo para ninguém. Mas quando se está numa equipa como a Deceuninck-QuickStep, uma etapa marcada pelo vento não é uma das maiores preocupações, mesmo para um jovem como João Almeida. Ainda assim, houve algum nervosismo, fruto da inexperiência. Tudo foi controlado para manter a rosa. Para Démare, nesta Volta a Itália, uma etapa ao sprint quer dizer vitória. Almeida controla os adversários na geral, o francês vai ganhando e consolidando a classificação dos pontos.

O sprinter da Groupama-FDJ tem tido uma carreira com alguns altos e baixos. Contudo, quando está numa fase alta, Démare é um vencedor nato. No regresso à competição depois do confinamento, Démare está imparável. Já são 13 vitórias, 15 se contarmos com duas classificações dos pontos. Apesar da sua senda vencedora ter começado antes da Volta a França, a equipa manteve a escolha de focar-se em Thibaut Pinot, na luta pela camisola amarela. Uma queda no primeiro dia deitou tudo a perder. Quando chegou a montanha, Pinot ficou fora da disputa pela geral e depois nem uma etapa a Groupama-FDJ ganhou.

Démare foi fazendo a sua época, vencendo e preparando o Giro. Já havia sido feliz em Itália no ano passado, ainda que lhe tenha custado perder a maglia ciclamino (dos pontos) para Pascal Ackermann. Este ano está a consolidar essa liderança, mostrando-se difícil de bater ao sprint. Seja ao milímetro ou por metros, este Démare é um ciclista que poderá ser complicado para a Groupama-FDJ dizer novamente em 2021 que não vai ao Tour.

Démare reagiu muito bem à escolha da equipa em deixá-lo de fora da Volta a França. "Vingou-se" ganhando, ganhando e ganhando um pouco mais. Dos 16 triunfos da Groupama-FDJ em 2020, só três não são da autoria de Démare. E no Giro a contagem pode ainda não estar fechada.

Numa sétima etapa em que o vento tornou o dia caótico para muitos, com cortes e recuperações bem cansativas para não se perder tempo, a Groupama-FDJ esteve dedicada em levar novamente o seu sprinter à vitória. No final, Démare deixou todos a vê-lo pelas costas. Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) é que começa a não gostar nada do que está a acontecer. Foi sempre segundo, atrás do francês nas três etapas discutidas ao sprint.

© Tim de Waele/Getty Images/DeceuninckQuickStep
Mais um dia de rosa

Com o ciclista da Deceuninck-QuickStep a continuar de rosa (e já vai para o quinto dia este sábado), em Itália já se brinca dizendo que só há um português que é mais falado naquele país do que João Almeida: Cristiano Ronaldo. O jovem de 22 anos tornou-se no centro das atenções mediáticas e a cada dia que passa vai mostrando a sua maturidade, adaptando-se bem a uma situação que pouco conhece.

Com uma velocidade muito alta durante a tirada devido à tentativa de aproveitar o forte vento para deixar alguns candidatos para trás, Almeida esteve sempre bem posicionado, protegido pelos colegas de equipas, mas também trabalhou quando foi necessário para proteger o seu lugar.

"A etapa foi muito rápida e nervosa por causa do vento, mas eu tive a equipa perfeita em meu redor, que me protegeu e garantiu que eu estivesse sempre na frente. Graças a eles, tudo correu bem. Estava um pouco nervoso no início por causa dos 'abanicos', porque eu não tenho muito experiência em competir nessas condições", admitiu o ciclista português.

Reiterou elogios à sua equipa, salientando como assim consegue ir aumentando a sua confiança. "Estou muito feliz por manter a camisola rosa, mas agora vem aí um fim-de-semana difícil e espero ter as mesmas pernas para superar os obstáculos", afirmou.

João Almeida refere-se principalmente à etapa de domingo, na qual terá pela frente duas primeiras categorias e duas segundas em 208 quilómetros.

Classificações completas, via ProCyclingStats.

8ª etapa: Giovinazzo - Vieste, 200 quilómetros

Depois de um dia curto (Matera - Brindisi, 143 quilómetros) seguem-se dois com 200 quilómetros e até um pouco mais. Este sábado a primeira metade da corrida é plana, mas quando chegar a segunda categoria, tudo muda. O terreno terá muito sobe e desce. Mais uma vez, o vento poderá marcar presença e fazer mexer ainda mais a etapa.

»»Dia com um susto. Mas tudo tranquilo««

»»João Almeida cada vez mais confiante««

Sem comentários:

Enviar um comentário