Triatleta Katarina Larsson prepara-se para dedicar mais tempo ao ciclismo

Do atletismo passou para o triatlo e agora começa a preparar a mudança para o ciclismo. Katarina Larsson já é um nome incontornável do desporto do Sporting. Campeã da Europa em 2014 repetiu o feito, mas na prova de sprint, nos Europeus que este ano se realizaram em Lisboa. No entanto, o chamamento do ciclismo está a tornar-se muito forte e aos 31 anos, a atleta prepara-se para apostar mais na bicicleta, começando a ser uma das referências da equipa feminina do Sporting-Tavira.

Com o regresso do clube de Alvalade à estrada, os responsáveis consideraram que não fazia sentido ter as raparigas do triatlo a competirem por outra equipas em provas de ciclismo. Assim nasceu o Sporting-Tavira versão feminina, formação constituída pelas atletas do triatlo leonino neste primeiro ano de existência. E esta aposta do Sporting nas raparigas é algo que poderá contribuir para o crescimento da modalidade entre as senhoras. "Eu acho que é muito positivo o Sporting ter ciclismo feminino. Até notámos isso nos troféus em que temos participado, notámos que a modalidade está a crescer. E é fundamental que cada vez mais apareçam mais mulheres a praticar. Assim o nível e a competitividade vai melhorar", salientou Katarina Larsson ao Volta ao Ciclismo.

"Gosto dos dois [triatlo e ciclismo], mas gosto muito de ciclismo. Se calhar vou apostar um pouco mais na próxima época"

Nascida em Malmo, na Suécia, Katarina Larsson está em Portugal desde 2004, quando aceitou uma proposta de trabalho (tem agora dupla nacionalidade). Sempre teve uma forte ligação com o desporto e quando ganhou a Marginal à Noite em 2005, foi desafiada por um treinador a experimentar o triatlo. A mudança foi uma aposta ganha, mas a sua carreira desportiva pode agora dar mais uma reviravolta. "Gosto dos dois [triatlo e ciclismo], mas gosto muito de ciclismo. Sempre gostei e sempre foi a modalidade no trialto que era mais forte. Se calhar vou apostar um pouco mais na próxima época", referiu. Katarina Larsson quer em 2017 fazer mais provas da Taça de Portugal, mas sem deixar o triatlo, pois pretende ajudar a conquistar o título nacional, depois de este ano a equipa ter ficado em segundo.

A atleta poderá mesmo tornar-se numa das principais da equipa de ciclismo do Sporting-Tavira. "É uma atleta fabulosa, tem uma capacidade fabulosa e vamos insistir mais no ciclismo com ela. A Katarina vai entrar numa fase em que vai começar a migração do triatlo para o ciclismo e esperamos ter resultados com maior dimensão", explicou ao Volta ao Ciclismo o responsável pela equipa feminina do Sporting-Tavira, Ernesto Pereira.

Katarina Larsson já conta com a medalha de bronze nos Campeonatos Nacionais de contra-relógio e até conseguiu meter os rapazes em sentido no Festival de Pista em Tavira. As raparigas competiram com os jovens ciclistas e tiveram direito a 30 segundos de avanço. Conseguiram apanhar o pelotão masculino e depois foi ver Katarina Larsson não só a acompanhar, mas até a "puxar". "Foi muito giro", confessou então. "Estava a dar tudo, mas depois começaram a dar esticões e eu não consegui responder, mas mesmo assim correu bem." E correu mesmo, já que Katarina Larsson acabou inserida no grupo principal.

"É uma atleta fabulosa, tem uma capacidade fabulosa e vamos insistir mais no ciclismo com ela"

Uma experiência que recordará, ainda mais tendo sido a primeira vez que competiu em pista. No entanto, será de esperar muito mais, pois Ernesto Pereira salientou que o projecto feminino do Sporting-Tavira não está ainda como pretendido. "Mas está a crescer, está a avançar", garantiu. "Estamos a ver o que é necessário e a realidade do ciclismo feminino em Portugal", acrescentou. Em 2017 é provável que a equipa não volte a ser composta apenas pelas triatletas. "Estamos a ver quais é que queremos ou não para o próximo ano", afirmou. Ernesto Pereira realçou que espera que a presença do Sporting na modalidade, possa ser "o momento de viragem no ciclismo feminino, que necessita".

A chegada do clube leonino pode revelar-se muito importante, ainda mais quando Portugal prepara-se para ter uma ciclista no principal escalão da modalidade. "A Daniela Reis é um bom exemplo [de sucesso]. Agora é profissional e acho que é excelente o que ela está a alcançar, estando também a tornar-se num exemplo para as mais novas", salientou Katarina Larsson.

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