(Fotografia: LA Alumínios-Metalusa-BlackJack) |
Mesmo tendo começado mais tarde a contratar ciclistas devido a toda a logística que foi necessário garantir antes de "atacar" o mercado, o director desportivo deixa uma mensagem de confiança: "Apesar de termos chegado um bocadinho mais tarde e de já haver muito poucas opções no mercado português, esperamos estar sempre na luta pelas vitórias. Acho que com a equipa que temos, podemos estar na luta nos grandes prémios e inclusivamente na Volta a Portugal."
Este é um projecto novo, apesar da LA Alumínios ser um dos patrocinadores que há muito está no pelotão. Os quatro mentores fazem com que esta seja uma equipa em família, pois além de José Augusto Silva, o irmão Paulo Silva (massagista) também é um dos responsáveis, assim como Fernando Pinto (presidente) e o filho Pedro Pinto (mecânico). Não esquecendo ainda o ciclista que será o líder na estrada, Edgar Pinto, cujo apelido não engana: filho de Fernando e irmão de Pedro. E a presença de Edgar - que regressa a Portugal depois de dois anos na Skydive Dubai - é vista por José Augusto Silva como perfeita, como salientou ao Volta ao Ciclismo: "Para já porque é um projecto em que temos o pai dele, depois porque a equipa vai ficar sediada em Albergaria e o Edgar é de lá e, claro, o Edgar é um daqueles ciclistas que pode estar na discussão da Volta a Portugal e de outras provas."
Aos poucos a equipa tem vindo a ser anunciada e ao lado de Edgar Pinto já se sabe que estará César Fonte (ex-Rádio Popular-Boavista), Hugo Sancho e Luís Afonso (LA Alumínios-Antarte), João Matias (Supermercados Froiz), Zulmiro Magalhães (Liberty Seguros-Carglass) e os espanhóis Samuel Blanco Prol (Rías Baixas) e Chavita Angulo (Gomur Liébana). Um misto de experiência e muita juventude, como aliás é imagem de marca de José Augusto Silva.
O director desportivo recorda precisamente como no Paredes, Vila do Conde e Guimarães apostou sempre em jovens. "Mesmo em equipas com orçamentos muito mais baixos conseguimos ganhar etapas na Volta a Portugal e até ter amarelas. Tínhamos corredores desconhecidos, mas que apareceram e tornaram-se grandes ciclistas a nível nacional e internacional", referiu. David Blanco talvez seja o caso mais mediático. Apareceu como profissional pela mão de José Augusto Silva e ganhou cinco Voltas a Portugal. O director desportivo destaca ainda nomes como Ezequiel Mosquera, Sérgio Ribeiro e Virgílio Santos.
A aposta na juventude será forte na LA Alumínios-Metalusa-BlackJack, mas independentemente da idade, a mentalidade que José Augusto Silva quer incutir será igual para todos. "Espírito de sacrifício, procura de vitórias, de vencer, é o que tento passar aos ciclistas. Se conseguir passar a mensagem, então vamos ter uma equipa a discutir corridas", garante. E é para lutar o ano inteiro. "Na Volta a Portugal todos querem ganhar. São 11 dias de prova e há muito mais equipas. Não dá uma etapa para cada uma! Nós temos de pensar que a época é feita desde a abertura até ao final. Portanto, temos de estar bem durante o ano e estar na discussão das corridas em que participamos. Essa é, sempre foi e sempre será a minha maneira de pensar no ciclismo", destaca.
Construir uma equipa do zero tem sido um trabalho árduo para os quatro mentores. Aos poucos tudo se tem composto, inclusivamente uma formação de paraciclismo que contará com Carlos Santos e Joaquim Gonçalves. Garantidos os patrocinadores, têm sido anunciadas diversas parcerias também elas muito importantes para oferecer qualidade e estabilidade aos ciclistas e staff. "É uma satisfação muito grande pôr na estrada, em tão pouco tempo, uma equipa de ciclismo com as condições que queremos dar", confessa José Augusto Silva. Acrescenta que este será um projecto que irá divergir de outros, pois terá as diferentes experiências dos seus mentores no ciclismo a diferenciá-lo, segundo explica: "Pelos anos que temos de ciclismo e pelas áreas que já tivemos dentro da modalidade, vamos procurar tapar algumas lacunas que há a nível das equipas portuguesas. Ou seja, pretendemos que haja situações que agrade mais aos patrocinadores em muitos sentidos, que se encontre uma maneira diferente de lidar com a visibilidade da equipa e feedback para os patrocinadores."
Pelotão de 2017 muito forte
A chegada da LA Alumínios-Metalusa-BlackJack coincide com uma fase que poderá ser positiva para o ciclismo português. Com FC Porto e Sporting a cimentarem os seus projectos, o que significou a permanência no pelotão nacional de ciclistas importantes como Gustavo Veloso e Joni Brandão, por exemplo, as expectativas para o próximo ano são muito altas. Claro que ainda se junta o facto de corredores como Sérgio Paulinho (Efapel), Fábio Silvestre (Sporting-Tavira) e o próprio Edgar Pinto estarem de regresso a Portugal.
"Acho que o pelotão nacional vai estar muito mais forte em 2017 e vai haver mais luta. A W52-FC Porto tem uma equipa forte e manteve-a quase toda e o Sporting-Tavira com as contratações que fez estará muito melhor", afirma José Agusto Silva. Porém, salienta que acredita que a sua equipa irá dar luta às duas formações referidas. "Considero que são as que estão mais fortes a nível de nomes e orçamento. Não quer dizer com isso que nós não vamos ter as condições necessárias para ombrear com essas equipas e é para isso que estamos a lutar, todos os dias, para garantir que a LA Alumínios-Metalusa-BlackJack tenha condições para discutir as corridas", afirma.
José Augusto Silva fala ainda da pressão que a equipa tem de criar a ela própria. "Com pressão vamos render ainda mais porque a pressão faz parte do ciclismo e faz parte daqueles que procuram as vitórias. Sem pressão não há triunfos!"
Os tempos difíceis e a continuidade na Escola de Ciclismo Bruno Neves
Quando em 2008 ficou afastado de um cargo de director desportivo, José Augusto Silva confessa que passou dois anos complicados. "Foi difícil mudar o chip porque tinham sido muitos anos", recorda. Porém, acabou por encontrar formas para se manter ligado à modalidade que tanto adora. Através de Fernando Pinto tornou-se condutor do carro de apoio Shimano em muitas competições, inclusivamente internacionais. Esteve este ano, por exemplo, esteve nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. E depois avançou com um projecto que classifica de "uma ligação de coração": a Escola de Ciclismo Bruno Neves.
José Augusto Silva diz que continuará ligado à escola com o nome de um ciclista que começou com ele, tendo também passado a profissional pela mão do director desportivo. A 11 de Maio de 2008, Bruno Neves sofreu uma paragem cardíaca durante o Grande Prémio de Amarante. Morreu aos 26 anos. Foi o irmão de José Augusto Silva que deu a ideia de colocar o nome do ciclista à escola como forma de homenagem.
A escola conta equipa de juniores e cadetes e José Augusto Silva destaca ainda a experiência que têm em organizar eventos como o Memorial Bruno Neves e o Troféu Concelhio de Oliveira de Azeméis, duas provas que contam para a Taça de Portugal. Além disso destaca a organização da competição de BTT XCO que apurou David Rosa para os Jogos Olímpicos. "Já recebemos menções honrosas da UCI por várias vezes", realça. "É um trabalho diferente que nos dá uma visão mais global do ciclismo", afirma.
E agora, aos 53 anos, José Augusto Silva quer colocar todas as diferentes experiências vividas na última década em prática num projecto em que muito acredita. "Podemos ter um grupo unido e se assim for, então a equipa vai dar muitas alegrias e vai estar na disputa das corridas. Se não for em todas... espero que na maioria."
»»Edgar Pinto: "Estamos a construir uma equipa com pessoas trabalhadoras e honestas. Acho que vamos ter um conjunto bom e unido"««
Aos poucos a equipa tem vindo a ser anunciada e ao lado de Edgar Pinto já se sabe que estará César Fonte (ex-Rádio Popular-Boavista), Hugo Sancho e Luís Afonso (LA Alumínios-Antarte), João Matias (Supermercados Froiz), Zulmiro Magalhães (Liberty Seguros-Carglass) e os espanhóis Samuel Blanco Prol (Rías Baixas) e Chavita Angulo (Gomur Liébana). Um misto de experiência e muita juventude, como aliás é imagem de marca de José Augusto Silva.
"Temos de estar bem durante [todo] o ano e estar na discussão das corridas em que participamos. Essa é, sempre foi e sempre será a minha maneira de pensar no ciclismo"
O director desportivo recorda precisamente como no Paredes, Vila do Conde e Guimarães apostou sempre em jovens. "Mesmo em equipas com orçamentos muito mais baixos conseguimos ganhar etapas na Volta a Portugal e até ter amarelas. Tínhamos corredores desconhecidos, mas que apareceram e tornaram-se grandes ciclistas a nível nacional e internacional", referiu. David Blanco talvez seja o caso mais mediático. Apareceu como profissional pela mão de José Augusto Silva e ganhou cinco Voltas a Portugal. O director desportivo destaca ainda nomes como Ezequiel Mosquera, Sérgio Ribeiro e Virgílio Santos.
A aposta na juventude será forte na LA Alumínios-Metalusa-BlackJack, mas independentemente da idade, a mentalidade que José Augusto Silva quer incutir será igual para todos. "Espírito de sacrifício, procura de vitórias, de vencer, é o que tento passar aos ciclistas. Se conseguir passar a mensagem, então vamos ter uma equipa a discutir corridas", garante. E é para lutar o ano inteiro. "Na Volta a Portugal todos querem ganhar. São 11 dias de prova e há muito mais equipas. Não dá uma etapa para cada uma! Nós temos de pensar que a época é feita desde a abertura até ao final. Portanto, temos de estar bem durante o ano e estar na discussão das corridas em que participamos. Essa é, sempre foi e sempre será a minha maneira de pensar no ciclismo", destaca.
Construir uma equipa do zero tem sido um trabalho árduo para os quatro mentores. Aos poucos tudo se tem composto, inclusivamente uma formação de paraciclismo que contará com Carlos Santos e Joaquim Gonçalves. Garantidos os patrocinadores, têm sido anunciadas diversas parcerias também elas muito importantes para oferecer qualidade e estabilidade aos ciclistas e staff. "É uma satisfação muito grande pôr na estrada, em tão pouco tempo, uma equipa de ciclismo com as condições que queremos dar", confessa José Augusto Silva. Acrescenta que este será um projecto que irá divergir de outros, pois terá as diferentes experiências dos seus mentores no ciclismo a diferenciá-lo, segundo explica: "Pelos anos que temos de ciclismo e pelas áreas que já tivemos dentro da modalidade, vamos procurar tapar algumas lacunas que há a nível das equipas portuguesas. Ou seja, pretendemos que haja situações que agrade mais aos patrocinadores em muitos sentidos, que se encontre uma maneira diferente de lidar com a visibilidade da equipa e feedback para os patrocinadores."
Pelotão de 2017 muito forte
A chegada da LA Alumínios-Metalusa-BlackJack coincide com uma fase que poderá ser positiva para o ciclismo português. Com FC Porto e Sporting a cimentarem os seus projectos, o que significou a permanência no pelotão nacional de ciclistas importantes como Gustavo Veloso e Joni Brandão, por exemplo, as expectativas para o próximo ano são muito altas. Claro que ainda se junta o facto de corredores como Sérgio Paulinho (Efapel), Fábio Silvestre (Sporting-Tavira) e o próprio Edgar Pinto estarem de regresso a Portugal.
"Acho que o pelotão nacional vai estar muito mais forte em 2017 e vai haver mais luta. A W52-FC Porto tem uma equipa forte e manteve-a quase toda e o Sporting-Tavira com as contratações que fez estará muito melhor", afirma José Agusto Silva. Porém, salienta que acredita que a sua equipa irá dar luta às duas formações referidas. "Considero que são as que estão mais fortes a nível de nomes e orçamento. Não quer dizer com isso que nós não vamos ter as condições necessárias para ombrear com essas equipas e é para isso que estamos a lutar, todos os dias, para garantir que a LA Alumínios-Metalusa-BlackJack tenha condições para discutir as corridas", afirma.
José Augusto Silva fala ainda da pressão que a equipa tem de criar a ela própria. "Com pressão vamos render ainda mais porque a pressão faz parte do ciclismo e faz parte daqueles que procuram as vitórias. Sem pressão não há triunfos!"
Os tempos difíceis e a continuidade na Escola de Ciclismo Bruno Neves
Quando em 2008 ficou afastado de um cargo de director desportivo, José Augusto Silva confessa que passou dois anos complicados. "Foi difícil mudar o chip porque tinham sido muitos anos", recorda. Porém, acabou por encontrar formas para se manter ligado à modalidade que tanto adora. Através de Fernando Pinto tornou-se condutor do carro de apoio Shimano em muitas competições, inclusivamente internacionais. Esteve este ano, por exemplo, esteve nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. E depois avançou com um projecto que classifica de "uma ligação de coração": a Escola de Ciclismo Bruno Neves.
José Augusto Silva diz que continuará ligado à escola com o nome de um ciclista que começou com ele, tendo também passado a profissional pela mão do director desportivo. A 11 de Maio de 2008, Bruno Neves sofreu uma paragem cardíaca durante o Grande Prémio de Amarante. Morreu aos 26 anos. Foi o irmão de José Augusto Silva que deu a ideia de colocar o nome do ciclista à escola como forma de homenagem.
A escola conta equipa de juniores e cadetes e José Augusto Silva destaca ainda a experiência que têm em organizar eventos como o Memorial Bruno Neves e o Troféu Concelhio de Oliveira de Azeméis, duas provas que contam para a Taça de Portugal. Além disso destaca a organização da competição de BTT XCO que apurou David Rosa para os Jogos Olímpicos. "Já recebemos menções honrosas da UCI por várias vezes", realça. "É um trabalho diferente que nos dá uma visão mais global do ciclismo", afirma.
E agora, aos 53 anos, José Augusto Silva quer colocar todas as diferentes experiências vividas na última década em prática num projecto em que muito acredita. "Podemos ter um grupo unido e se assim for, então a equipa vai dar muitas alegrias e vai estar na disputa das corridas. Se não for em todas... espero que na maioria."
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