Por mais que se olhe para a lista de ciclistas da Volta ao Algarve é difícil afastar o sentimento de que nem parece verdade. Várias equipas do World Tour voltam a marcar presença - até aí nada de novo - mas os nomes escolhidos mais parecem de uma das grandes provas do calendário internacional. Mas talvez seja injusto dizer isso, pois quando se consegue reunir um grupo de ciclistas que regularmente compete no Giro, Tour e Vuelta, nos cinco monumentos, ou em qualquer outra prova de renome, então provavelmente também já se poderá dizer que é uma das grandes provas do calendário internacional. E o crescimento nos últimos anos da Volta ao Algarve já lhe concede esse estatuto. Mesmo não sendo uma corrida de World Tour, é uma corrida para o World Tour e a prova está no espantoso leque de ciclistas que vão estar nas estradas algarvias.
Salvo alguma mudança de última hora, pode dizer-se que para tornar esta volta perfeita, só faltam Chris Froome, Peter Sagan e Alejandro Valverde, isto tendo em conta que as suas equipas vão cá estar. Rui Costa será uma das ausências mais notadas para os portugueses, mas a Lampre nem presença marca. O mesmo acontece com a BMC, ou seja não haverá Tejay van Garderen ou Philippe Gilbert. E claro que se poderiam referir mais nomes.
Mas o que interessa é quem cá está e o difícil é escolher quem destacar. Mais fácil (e mais curto) é dizer que se terá nomes para todo o tipo de batalhas. No sprint teremos Marcel Kittel (que recentemente venceu a Volta ao Dubai) e André Greipel (que também já tem vitórias este ano), naquele que será o primeiro confronto entre os alemães em 2016; teremos os dois maiores especialistas em clássicas dos últimos anos, Tom Boonen e Fabian Cancellara; e claro os grandes trepadores Alberto Contador, Joaquim Rodríguez, Fabio Aru e Thibaut Pinot. Ficam muitos nomes de fora neste texto, pelo que o melhor é mesmo confirmar no site da Volta ao Algarve.
Um dos grande atractivos da prova algarvia é que poderá ser a última oportunidade para se ver in loco dois dos melhores ciclistas da última década: Contador e Cancellara. Ambos anunciaram que vão terminar as carreiras no final deste ano.
Uma palavra para as equipas portugueses, afinal são elas que muito podem ganhar com uma competição de nível tão elevado, algo que dificilmente terão durante 2016. Num ano em que se espera que possa ser de mudança tendo em conta as mais recentes apostas do Sporting e FC Porto, poder pedalar ao lado dos melhores do mundo é a grande oportunidade para as equipas se mostrarem, já para não falar de alguns ciclistas. Caso, por exemplo, de Joni Brandão. O ciclista da Efapel permaneceu na equipa em 2016, mas é um dos principais nomes apontados como o próximo português a sair para uma equipa estrangeira.
Será de esperar que qualquer um dos conjuntos portugueses esteja desejoso de conquistar uma vitória o que animará certamente a Volta ao Algarve. E espera-se também, que com tanto nome importante, não estejam cá todos para apenas "rodar" a pensar noutras provas. A julgar por alguns discursos dos principais ciclistas, a Volta ao Algarve promete e quem sabe teremos um português em grande, pois André Cardoso e Tiago Machado aparecem como o dorsal 1 da Cannondale e Katusha, respectivamente, e Bruno Pires quererá mostrar-se na sua nova equipa, Roth.
Outro aspecto inacreditável da Volta ao Algarve, mas pelo lado negativo, é a ausência de transmissão televisiva. Ficou no ar a possibilidade de talvez no próximo ano. No entanto, pode encarar-se esta questão de outra forma: o melhor é mesmo ir para a estrada e ver de perto o melhor do ciclismo mundial.
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