© ASO/Pauline Ballet |
Com a pandemia a limitar o número de corridas - em 2021 está-se longe de uma normalidade a nível de calendarização neste arranque de temporada -, a UCI optou por ceder aos pedidos das federações de Itália, França e Espanha. Porém, no comunicado, deixou bem claro que é uma medida excepcional, apenas aplicável este ano. Referiu precisamente como será uma oportunidade para equipas e ciclistas terem mais competição num período tão complicado do ciclismo, devido à covid-19.
Com 23 equipas, o número de ciclistas no pelotão de uma grande volta vai aumentar para 184, em vez de 176. Uma das medidas recentes da UCI foi reduzir o número de ciclistas de nove para oito por cada equipa, e esse número mantém-se. O organismo defende que menos corredores significa maior segurança no pelotão, ainda que não seja uma ideia consensual entre responsáveis pelas equipas e os próprios ciclistas. Em 2021 haverá então uma excepção à regra.
Quando as organizações tinham disponíveis quatro convites para as ProTeam (segundo escalão) - numa altura em que eram 18 no World Tour, que têm entrada garantida -, o problema era mais interno. Ou seja, quando algumas formações ficavam de fora em detrimento de outras. A Volta a Itália é normalmente a que gera mais controvérsia, ao deixar equipas do país de fora, para convidar estrangeiras.
Porém, agora são 19 formações World Tour e a melhor ProTeam do ranking de cada ano passou a ter acesso directo às grandes corridas. Em 2020 foi a Total Direct Energie - que até abdicou do Giro - e esta época é a Alpecin-Fenix quem terá esse benefício e que não abdica de nada. Isto significou que as organizações ficaram apenas com dois convites para atribuir, o que criou tensão entre as equipas dos países das grandes voltas, sempre desejosas por estar na corrida de forma a ajudar a garantir patrocinadores.
A ASO teve a vida facilitada com esta decisão da UCI. Na Volta a França vão estar a Total-Direct Énergie, Arkéa Samsic and B&B Hotels p/b KTM, anúncio feito esta quinta-feira, pouco depois da UCI ter confirmado a sua decisão. Entre as formações francesas do segundo escalão, ficou a Delko de fora, mas é uma equipa que normalmente não entra nestas contas do Tour, ficando com convites para algumas clássicas e outras provas por etapas.
Em Espanha, com quatro equipas ProTeams, será boa notícia para uma, mas também ficará uma de fora. Burgos-BH, Caja Rural são presenças habituais, com Euskaltel-Euskadi a querer regressar aos grandes palcos. A Ken Pharma poderá ser a excluída.
Em Itália é onde tudo costuma ser mais complicado. A Eolo-Kometa de Alberto Contador e Ivan Basso - tem licença italiana - parece estar com as portas abertas para o Giro, ainda que sem confirmação oficial. Bardiani-CSF-Faizanè, Androni Giocattoli-Sidermec e Vini Zabù procuram obter uma vaga, mas têm uma forte concorrência "externa".
A russa Gazprom é sempre uma hipótese, colocando-se aqui questões financeiras, enquanto a Arkéa Samsic já fez saber que gostaria de ser convidada. O seu líder, Nairo Quintana quer apostar mais no Giro e não tanto no Tour. O colombiano é um antigo vencedor da grande volta italiana. Um convite a mais pode ser uma ajuda, mas não resolve o imbróglio da atribuição dos wildcards em Itália. Alguém vai ficar desiludido.
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