21 de fevereiro de 2021

Nacional de ciclocrosse e um pouco de competição num 2021 em espera

© Federação Portuguesa de Ciclismo
Nada como um temporal no dia antes para ajudar a tornar o percurso de ciclocrosse deste domingo mais complicado, aumentando a emoção na disputa por um título nacional. Houve competição em 2021 em Portugal, enquanto se aguarda pela luz verde para o arranque dos calendários nas diferentes vertentes. A pandemia obrigou a que apenas a categoria de elite pudesse participar no Nacional de ciclocrosse, com 46 corredores a partirem para o circuito em redor do Centro de Alto Rendimento, em Anadia.

34 foram homens, mais 12 mulheres, que em comum tinham a muita vontade de sentir novamente a adrenalina de uma corrida. Entre BTT e estrada, os atletas juntaram-se no ciclocrosse, com o título a ser discutido entre um de cada vertente, na prova masculina. Mário Costa (Axpo/FirstBike Team/Vila do Conde) é um habitué nestas andanças e tem mais um grande resultado na sua carreira. Não teve missão fácil frente ao jovem Miguel Salgueiro (LA Alumínios-LA Sport), um todo-o-terreno que pode ter escolhido a estrada, mas é competitivo em qualquer vertente.

Os dois e Ricardo Marinheiro (Clube BTT Matosinhos) formaram o trio que se destacou inicialmente. Contudo, ao fim de três voltas, Costa e Salgueiro ganharam vantagem, proporcionando uma corrida muito táctica, estudando-se mutuamente. Preparavam-se para discutir o título nacional quando, na penúltima curva, os travões traíram Miguel Salgueiro. Saiu em frente e chegou a cair. Mário Costa cortou a meta com 15 segundos de vantagem sobre Vítor Santos (Axpo/FirstBike Team/Vila do Conde).

© Federação Portuguesa de Ciclismo
Miguel Salgueiro ficou com a roda danificada na queda e o ciclista terminou a prova a correr, com a bicicleta ao ombro. A vantagem que tinha não lhe permitiu salvar o segundo lugar, mas pelo menos conseguiu subir merecidamente ao pódio.

"Foi um campeonato nacional muito disputado. Era de prever que assim fosse, por tratar-se de um circuito muito plano. Menos mal que choveu bastante ontem, o que tornou o percurso mais selectivo. Houve estudo mútuo nas diferentes partes do circuito, tentando perceber onde se poderia fazer a diferença. Acabei por ter a experiência suficiente para manter a calma e jogar as cartas no sítio certo. Fui feliz e estou satisfeito por voltar a vestir a camisola de campeão nacional de ciclocrosse, que era o mais importante", salientou Mário Costa, citado pela Federação Portuguesa de Ciclismo, que recuperou a camisola que havia conquistado em 2018.

© Federação Portuguesa de Ciclismo
A corrida feminina ficou marcada pelo domínio de Ana Santos. Sub-23 de primeiro ano foi pela terceira vez campeão de elite. A atleta da X-Sauce Factory Team rapidamente ganhou vantagem, que aumentou a cada volta que completava. Joana Monteiro (Axpo/FirstBike Team/Vila do Conde) foi segunda, a 2:25 segundos, com Daniela Pereira (Clube BTT Matosinhos) a cortar a meta 5:09 depois da vencedora, para fechar o pódio.

"Vinha com o objectivo de dar o melhor de mim. Era importante ver em que condição me encontro, até porque já não corríamos há muito tempo. Dei o máximo ao longo de toda a prova, num circuito muito duro devido à lama. Foi excelente voltar à competição, no meu primeiro ano de sub-23. Será uma época em que pretendo ganhar experiência, fazendo o maior número possível de provas fora de Portugal para me adaptar ao ritmo internacional", referiu Ana Santos.

Próximas corridas? É esperar para ver. Duas de BTT programadas para Março já foram adiadas, sendo que na estrada - depois da Volta ao Algarve ter sido "empurrada" de Fevereiro para Maio (se a UCI aceitar a nova data) - a 7 de Março está agendada a Prova de Abertura Região de Aveiro, seguindo-se mais tarde a Clássica da Arrábida e a da Primavera, com a Volta ao Alentejo a já ter sido adiada também. Porém, para já, a incerteza quanto à realização das provas continua.

Classificação masculina e feminina (quadros Federação Portuguesa de Ciclismo).


Pode ver a tabela masculina completa neste link.

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