Era suposto ser um 2020 de mudança e de muita esperança para Pedro Andrade. Com apenas 19 anos (entretanto já fez os 20), o jovem ciclista estreou-se numa das melhores equipas de formação mundiais e que já colocou três portugueses no World Tour. Janeiro começou com um estágio na Hagens Berman Axeon, mas Março não trouxe as corridas que o corredor esperava. O ano trouxe uma vivência completamente diferente, a que se juntou muita incerteza. Contudo, nem por isso Pedro Andrade deixa de acreditar que pode ser um ano de mudança e muita esperança.
Numa situação normal, a conversa seria sobre como estava a ser esta primeira época numa equipa tão importante para jovens ciclistas. Mas como se vivem tempos nada normais, foi inevitável perguntar como tinham sido passadas as semanas de confinamento. "Foi uma incógnita muito grande porque nunca se tinha lidado com nada assim. Nunca se sabia quando é que poderíamos voltar... Mas era uma etapa que tinha de fazer e fui sempre treinando", afirmou Pedro Andrade ao Volta ao Ciclismo.
O ciclista demonstra que não se deixou abater pela incerteza. Faltam corridas é certo, mas Pedro Andrade prefere olhar para o que pode aí vir, com motivação e alguma natural ansiedade.
Apesar de ser uma equipa americana, esteve sempre em contacto com o ciclista em Portugal e passou precisamente a mensagem que era preciso estar preparado para quando a competição regressasse. "Íamos tendo várias vídeo-chamadas por Zoom. Falávamos uns com os outros. A mensagem era sempre para continuar a treinar. Ia ser uma fase de crescimento para nós como ciclistas. Mais cedo ou mais tarde iria recomeçar [a competição] e tínhamos de continuar a treinar", contou o corredor.
Apesar de ser uma equipa americana, esteve sempre em contacto com o ciclista em Portugal e passou precisamente a mensagem que era preciso estar preparado para quando a competição regressasse. "Íamos tendo várias vídeo-chamadas por Zoom. Falávamos uns com os outros. A mensagem era sempre para continuar a treinar. Ia ser uma fase de crescimento para nós como ciclistas. Mais cedo ou mais tarde iria recomeçar [a competição] e tínhamos de continuar a treinar", contou o corredor.
Foi isso que fez e poder fazer o contra-relógio na Prova de Reabertura já deu motivos a Pedro Andrade para sorrir. No entanto, quer mais! "Ainda estamos a ultimar o calendário, mas vamos competir entre Agosto e Outubro. Vai ser um calendário a gerir para que todos os ciclistas tenham as suas oportunidades", explicou. Bélgica, França e Itália, são países onde a Hagens Berman Axeon está a tentar garantir lugar em algumas provas.
O início
Recuámos a Janeiro na conversa. Numa altura em que tudo ainda decorria como planeado. Pedro Andrade teve o primeiro contacto com a nova equipa, onde está André Carvalho (segundo ano) e por onde passaram Ruben Guerreiro e os gémeos Oliveira, agora todos a competir em grandes equipas mundiais do World Tour, EF Pro Cycling e UAE Team Emirates, respectivamente.
"Gostei muito. Fui muito bem recebido. Gostei do ambiente e o André ajudou-me já que sabe bem como as coisas funcionam. Foi uma mais-valia muito grande ele ter lá estado comigo", admitiu o jovem ciclista.
Foi através do empresário João Correia que Pedro Andrade deu o salto da Vito-Feirense-PNB para a Hagens Berman Axeon, pois o director da equipa americana, Axel Merckx, parece gostar dos ciclistas portugueses. "Todos os que por lá passaram foram casos de sucesso", recordou Pedro Andrade.
Sem surpresa, também o ciclista quer ser um caso de sucesso, mas tem muito de pedalar para lá chegar, como o próprio refere. "Tenho de melhorar um pouco de tudo. Tenho de ir crescendo pouco a pouco, ir aprendendo a trabalhar cada vez mais em equipa", salientou.
Considera que ainda se está a descobrir como ciclista, mas sabe em que provas poderá mostrar mais as suas capacidades: "Dou-me melhor em corridas mais duras, com mais subidas. Clássicas mais duras, mas principalmente em corridas por etapas."
Chegar ao World Tour é o objectivo, mas Pedro Andrade não quer criar desde já expectativas demasiado grandes. "A pessoa vai criando as expectativas à medida que vai criando as possibilidades. Neste momento ainda não sei como me vejo daqui a uns anos. Mas claro que gostaria de fazer grandes voltas e claro que quero ganhar etapas", afirmou.
Está concentrado no presente. Quer mostrar o seu valor à equipa, num ano atípico, mas que deseja que venha ainda a ter boas recordações. Uma delas espera que venha a ser a renovação de contrato, pois tem apenas vínculo para 2020. Acredita que pode continuar para a próxima época, garantindo que tem trabalhado e vai continuar a fazê-lo para merecer essa confiança.
O peso do apelido... ou talvez não
Quando se ouve ou lê o nome de Pedro Andrade é comum seguir-se que é familiar de dois ex-ciclistas. O pai é Joaquim Andrade (actual director desportivo do Feirense) e o avô também se chama Joaquim Andrade, vencedor da Volta a Portugal em 1969.
Pedro vê como normal a constante referência à sua família e disse que não o perturba. Pelo contrário: "Levo para a parte positiva." Apesar de avô e pai terem sido ciclistas de sucesso, o jovem é peremptório naquilo que tem de estar focado. "Tenho de estar preocupado com a minha carreira. Só dependo de mim. Eles são mais-valias muito grandes para mim. Eles transmitiram-me muitos conhecimentos e ajudaram-me a chegar onde cheguei", realçou. "O meu pai ainda foi meu treinador no ano passado... e ainda continua a ser", acrescentou.
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