17 de setembro de 2018

Rui Costa e Nelson Oliveira em busca do arco-íris

(Fotografia: Federação Portuguesa de Ciclismo)
Contagem decrescente para os Mundiais mais exigentes das últimas duas décadas. Innsbruck será o palco de corridas que devolveram aos mais puros dos trepadores a esperança de vestir a camisola do arco-íris. Aqueles que normalmente lutam pelas grandes voltas ou por etapas em alta montanha, colocaram os Mundiais como um dos pontos altos da sua temporada. Rui Costa foi um desses ciclistas, com a agravante que a temporada está a decorrer muito aquém do desejado. Se a prova em linha é uma enorme incógnita, não havendo um claro favorito, como tem acontecido nos últimos anos com Peter Sagan, já o contra-relógio o lote de candidatos é mais reduzido e entre eles estará Nelson Oliveira.

O português ficou à porta do pódio em 2018, nos Mundais de Bergen, na Noruega. Oliveira esteve a bom nível na Vuelta, somando um quarto e um sétimo lugar nos contra-relógios, com o resultado no segundo a ser "prejudicado" pelo facto de estar a trabalhar muito durante as etapas para os líderes da Movistar, Nairo Quintana e Alejandro Valverde. Nelson Oliveira surge num bom momento de forma, estando já esquecida a desilusão de ter ficado de fora das escolhas do Tour. Tom Dumoulin tentará renovar o título conquistado há um ano, com Primoz Roglic e Chris Froome, os dois que completaram o pódio em Bergen, a não estarem presentes. Roglic só estará na corrida de fundo. Serão 52,5 quilómetros (no dia 26) muito pouco direitos, como Nelson Oliveira prefere.

Além do quatro vezes campeão nacional, estará ainda o bicampeão, que venceu nos últimos dois anos. Domingos Gonçalves (Rádio Popular-Boavista) foi chamado para ocupar a outra vaga da selecção nacional, tendo assim a oportunidade para se mostrar ao mais alto nível, depois de uma temporada fantástica por cá: seis vitórias, mais a medalha de prata no contra-relógio nos Jogos do Mediterrâneo.

Quanto à prova de estrada, que fechará os Mundiais no dia 30, além de Rui Costa (UAE Team Emirates), o seleccionador José Poeira chamou Ruben Guerreiro (Trek-Segafredo), Tiago Machado (Katusha-Alpecin) - que esteve muito activo na Vuelta - e Nelson Oliveira. Serão 265 quilómetros, com 4670 metros de acumulado. Uma exigência tremenda que irá obrigar a todos os que aspiram ao título a estarem na sua melhor forma. A queda sofrida no Paris-Nice em Março, deixou marcas no joelho que o prejudicou na semana das Ardenas e acabaria por o deixar de fora da Volta a Suíça e depois do Tour. Seria depois excluído das escolhas da Vuelta e pela primeira vez desde que chegou ao escalão máximo do ciclismo, Rui Costa não fez nenhuma grande volta.

Os Mundiais poderão ter um peso substancial numa temporada abaixo do que se esperava e do que o ciclista procurava. Ainda não se conhece o seu futuro para o próximo ano, mas o campeão mundial de 2013, tem realizado várias provas de um dia para se preparar para o desafio austríaco de Innsbruck.

Quanto aos sub-23, os eleitos foram: André Carvalho (Liberty Seguros-Carglass), Gonçalo Carvalho (Miranda-Mortágua), João Almeida (Hagens Berman Axeon) e Tiago Antunes (SEG Racing Academy). Serão 186,2 quilómetros, 2910 metros de acumulado, no dia 28. No contra-relógio (28,5 quilómetros) estará Ivo Oliveira, o campeão nacional da categoria. 

Nos juniores Afonso Silva (Sporting/Tavira/Formação Eng. Brito da Mana) e Guilherme Mota (Alcobaça CC/Crédito Agrícola) participarão na prova de fundo - 1916 metros de acumulado, distribuídos por 138,4 quilómetros) e no esforço individual (28,5 quilómetros).

Já se começam a conhecer algumas das convocatórias que demonstram bem o que espera aos ciclistas em Innsbruck. A Colômbia terá uma equipa de luxo: Nairo Quintana e Winner Anacona (Movistar), Rigoberto Urán e Daniel Martínez (EF Education First-Drapac p/b Cannondale), Miguel Ángel López (Astana), Sergio e Sebastian Henao (Sky) e Rodrigo Contreras (EPM Scott).

A Grã-Bretanha foi surpreendida pela decisão de Chris Froome e Geraint Thomas, vencedores do Giro e Tour respectivamente, em não ir aos Mundiais. Simon e Adam Yates (Mitchelton-Scott) assumem uma responsabilidade que não se importam nada, ainda mais depois do que foi alcançado na Volta a Espanha, com Simon a vencer com a ajuda do irmão. Hugh Carthy (EF Education First-Drapac p/b Cannondale), Tao Geoghegan Hart e Ian Stannard  (Sky), Peter Kennaugh (Bora-Hansgrohe), James Knox (Quick-Step Floors), Connor Swift (Madison Genesis e a estagiar actualmente na Dimension Data) completam a equipa britânica.

Temos ainda a Holanda: Tom Dumoulin, Wilco Kelderman e Sam Oomen (Sunweb), Steven Kruijswijk e Antwan Tolhoek (Lotto-Jumbo), Wout Poels (Sky), Bauke Mollema (Trek-Segafredo) e Pieter Weening (Roompot-Nederlandse Loterij).

Aqui fica o calendário nas provas em que irão participar ciclistas portugueses. Os Mundiais começam no sábado, com os contra-relógios por equipas a abrirem uma semana de muito ciclismo, de vários escalões. Estas provas (masculina e feminina) vão ser extintas para o ano, estando a ser equacionado o regresso do contra-relógio por selecções.

➨ Contra-relógio sub-23, segunda-feira às 13:40: Hall-Wattens - Innsbruck, 28,5 quilómetros

➨ Contra-relógio juniores, terça-feira às 9:10: Hall-Wattens - Innsbruck, 28,5 quilómetros

➨ Contra-relógio elite, quarta-feira às 13:10: Alpbachtal Seenland - Innsbruck, 52,5 quilómetros

➨ Prova de fundo de juniores, quinta-feira às 13:40: Kufstein - Innsbruck, 138,4 quilómetros

➨ Prova de fundo de sub-23, sexta-feira às 11:10:  Kufstein - Innsbruck, 186,2 quilómetros

➨ Prova de fundo de elite, domingo às 8:40: Kufstein - Innsbruck, 265 quilómetros


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