(Fotografia: © BORA-Hansgrohe/Bettiniphoto) |
Peter Sagan regressou à Volta a Espanha, três anos depois da sua última participação ter acabado com o ciclista a dar um murro no carro médico, um pontapé na bicicleta e a acabar a etapa com uma ferida bem feia na perna. O eslovaco abandonaria a corrida, mas não se livrou de uma multa pela reacção que teve a uma queda provocada por uma moto. Se naquele dia, em que até aspirava a uma segunda vitória de etapa na Vuelta, Sagan ficou furioso, agora a postura é bem diferente. O ciclista recorda aquele incidente como o início da senda de três títulos mundiais.
Foi precisamente isso que disse a Jesús Esteban, o motard responsável pela queda que o então ciclista da Tinkoff sofreu na oitava etapa da Vuelta, quando vestia a camisola verde dos pontos. "Graças a esse abandono sagrei-me campeão do mundo. Por isso, tenho de agradecer", disse Sagan, citado pelo jornal As. O corredor da Bora-Hansgrohe encontrou-se com Esteban durante o dia de descanso da corrida, depois de ter treinado. Ficaram feitas as pazes. "Recordo que o acidente provocou o abandono, mas não foi algo especialmente sério, pois tinha ganho uma etapa e rapidamente iria embora. A partir daquele dia iniciou-se o caminho para os três títulos mundiais", salientou. Ao deixar a corrida mais cedo do que o previsto, Sagan começou a preparação para os Mundiais também mais cedo.
Naquele 29 de Agosto de 2015, faltavam cerca de oito quilómetros para o final que Sagan queria discutir, quando uma moto que tentou passar o pelotão acabou por tocar no eslovaco, provocando-lhe a queda que o deixou bastante marcado. O ciclista ficou de tal forma zangado, que além de descarregar no carro médico e na bicicleta, recusou a ajuda do clínico da corrida e nem queria câmaras de televisão por perto. Foi multado em 300 francos suíços (cerca de 267 euros no câmbio actual).
Cerca de um mês depois, a 20 de Setembro, Sagan conquistaria o primeiro dos seus títulos mundiais, em Richmond, nos Estados Unidos. Seguiu-se Doha e Bergen, sendo o primeiro ciclista a conquistar três títulos mundiais de forma consecutiva.
Para assinalar o encontro e mostrar como afinal houve um lado positivo do acidente, Sagan ofereceu a Esteban uma camisola do arco-íris autografada. Já o motard retribuiu o gesto, dando ao ciclista a cúpula da moto que conduzia naquele dia. Jesús Esteban foi imediatamente expulso da Vuelta e não mais participou na corrida. A Tinkoff chegou a ameaçar processar o motard, mas não avançou para tribunal.
Não foi só Sagan a abandonar devido a uma moto. Três dias depois, Sérgio Paulinho também foi abalroado por uma e foi para casa mais cedo. O então dono da equipa, Oleg Tinkov, chegou a dizer que ponderava retirar os seus ciclistas da corrida, o que não aconteceu.
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