21 de maio de 2016

A etapa rainha: seis subidas em 150 quilómetros e uma homenagem a Pantani

Etapa longa e com muita montanha. Com as Dolomitas, nos Alpes, como cenário, o pelotão enfrenta este sábado a etapa rainha. E que espectáculo promete. A tirada fica ainda marcada pela passagem pela montanha de Marco Pantani, o Passo Sella.



Nos 210 quilómetros entre Alpago e Corvara, só os primeiros 10 são em planos. A partir daí, salvo uma curta descida, os ciclistas começam a longa subida que termina quase ao 95 quilómetros, naquela que é uma primeira categoria para abrir o dia. A contagem de montanha serão "apenas" quase 10 quilómetros. Para chegar aos 2239 metros de altitude do Passo Pordoi a máxima de pendente é de 9%, numa subida relativamente estável, sempre a rondar os 6/7%.




Após a descida - e cuidado com todas elas, sendo muito estranho se Vincenzo Nibali (Astana) não atacar em alguma - não há tempo para respirar fundo. É tempo de começar a subir até Passo Sella ou a montanha de Pantani, chamada assim para recordar a vitória do italiano em 1998 naquele local que lhe permitiu chegar à camisola rosa. Nesse ano venceu o Giro e o Tour e entrou para a história do ciclismo.

Menos distância que a anterior dificuldade, 5,5 quilómetros, mas pendentes mais complicadas. Com uma média de 7,9%, mais ou menos a meio os ciclistas terão alguns metros a 12%.




Mais uma descida e toca a subir novamente, ainda que quase seja o momento de descanso, dentro do possível, comparando com o resto da tirada. É uma terceira categoria, que chega a ter 9% de pendente, mas também tem uma fase de plano e até uma ligeira descida (muito ligeira).




Nova descida vertiginosa e pela frente está mais uma segunda categoria. Por esta altura começa-se a perceber melhor porque é que Marcel Kittel e André Greipel foram para casa... A subida a Passo Campolongo começa de forma dura com 13% de pendente, ainda tem uma zona de dez, mas depois ronda os 5/6%. É uma segunda categoria de seis quilómetros.




Sobe e desce, sobe e desce e lá vem mais uma primeira categoria: Passo Giau. Logo no início serão 14% de pendente, mas os 10 quilómetros de ascensão terão uma média de 9%. O pelotão subirá aos 2236 metros de altitude.




E para os que sobreviveram a tanta tortura durante quase 200 quilómetros, espera-lhes mais 11,5. A subida vai sempre aumentando a sua pendente, terminando com 14% no Passo Valparola




E não há descanso até à meta. As subidas categorizadas terminaram, mas há um muro que poderá fazer muitos estragos (sim, ainda mais do que todas as subidas, tendo em conta um normal cansaço que todos compreensivelmente estarão a sentir). Até são dois muros seguidos quando faltarem cinco quilómetros. Mas é o Muro del Gatto que chega a ter 19% de pendente. Depois há uma ligeira descida e a meta estará à espera após mais uma ligeira subida (como não podia deixar de ser).



Serão precisas pernas e inteligência. A etapa não deverá decidir um vencedor, tendo em conta o que ainda falta subir no Giro, mas poderá seleccionar quem vai mesmo lutar pela camisola rosa. É irresistível não considerar que é um momento para Vincenzo Nibali e Alejandro Valverde (Movistar) se mostrarem, apesar do italiano já esta sexta-feita ter tentado atacar numa descida. Amador quererá dar o sinal à sua equipa que irá mesmo disputar a corrida, mesmo tendo Valverde como líder. Jungels, Zakarin, Chavez, Majka estão de olhos postos em pelo menos chegar ao pódio. E neste momento existe um ciclista que se tem mantido discreto, mas que como quem não quer a coisa, vai assumindo uma candidatura: Steven Kruijswijk (Lotto-Jumbo) é quinto a 43 segundos de Amador, o mesmo tempo que Valverde.

E é preciso não esquecer. Sexta-feira foi uma etapa muito complicada e domingo é dia de crono-escalada. Gerir forças? Atacar? Muitas tácticas possíveis para diferentes objectivos. Que comece a etapa rainha.


Giro d'Italia 2016 - Stage 14 por giroditalia

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