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"Apesar de não ter estado nas melhores condições no Grande Prémio Miguel Indurain, a prova deu-me ritmo suficiente para me sentir mais à vontade na corrida e estou certo de que fez a diferença", referiu o ciclista. E o triunfo teve uma dedicatória muito especial: "Esta vitória significa muito para mim, depois do ano difícil pelo qual passei, devido ao falecimento do meu pai. Dedico-a a ele porque sei que está a dar-me força e realmente é uma inspiração para mim."
Trabalho colectivo, uma boa leitura de corrida e um ataque no momento certo, foram decisivos para a Efapel arrancar o ano com uma vitória desejada por muitos, após uma paragem tão longa e de toda a incerteza que o segundo confinamento e restantes restrições voltaram a gerar. A equipa assumiu desde cedo que estava na região de Aveiro para vencer, controlando a corrida e Luís Mendonça finalizou todo o esforço dos colegas da melhor forma.
Alberto Gallego (Rádio Popular-Boavista) - vencedor da corrida em 2020 - e Pedro Miguel Lopes (Kelly-Simoldes-UDO) partiram desde cedo para a fuga e chegaram a ter dez minutos de vantagem, dividindo entre eles as metas intermédias. A acção começou em Aveiro, com 173,1 quilómetros para percorrer até à meta em Anadia. A Efapel controlou as operações e terminou com a aventura do duo a 13 quilómetros do fim, ainda que no prémio de montanha de Talhadas, a 40 quilómetros da meta, o pelotão já se tivesse começado a partir.
Foi a 1500 metros da decisão que Luís Mendonça arriscou um ataque. Apesar dos últimos 200 não serem planos e da perseguição feroz que se gerou, o ciclista aguentou na frente e cortou a meta com uma escassa vantagem.
"A aproximação à meta foi a toda a velocidade e a minha equipa já estava bastante desgastada por ter controlado a etapa do início ao fim. Nos últimos 1500 metros havia uma subida que fazia doer bastante as pernas e percebi que ali ainda tinha gás suficiente para tentar disputar", explicou Luís Mendonça.
E acrescentou: "O meu colega Maurício Moreira fez a antecipação do arranque, notei dificuldade nos adversários para responder e percebi que era ali que tinha de dar a machadada certa para a vitória. Admito que a um quilómetro ainda duvidei que pudesse chegar, mas insisti e consegui finalizar da melhor maneira."
A Efapel entra em 2021 com uma equipa renovada e com António Carvalho como o líder para quando as corridas começarem a ter outras dificuldades e, claro, para a Volta a Portugal. Luís Mendonça também já estava na formação - agora com sede em Águeda - na época passada e mostrou que continua a ser aposta para os sprints. Desta feita, optou por um ataque ainda distante... e resultou!
Além destes dois corredores, foi a oportunidade de ver os reforços: Maurício Moreira, Frederico Figueiredo, Javier Moreno, Rafael Reis, Fábio Costa, Fábio Fernandes. André Domingues estava inscrito, mas não partiu para a corrida.
César Fonte (Kelly-Simoldes-UDO) e por Rafael Silva (Antarte-Feirense) - curiosamente dois ex-Efapel - fecharam o pódio. Gallego ficou com o prémio da montanha, enquanto António Ferreira (Antarte-Feirense) foi o melhor sub-23 e a formação algarvia Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel venceu por equipas.
Com este resultado, Luís Mendonça lidera a Taça de Portugal, que terá mais duas corridas: Clássica Aldeias do Xisto (25 de Abril) e Volta a Albergaria (30 de Maio). Mendonça conquistou esta competição em 2019, então ao serviço da Rádio Popular-Boavista.
A próxima corrida do calendário nacional será precisamente a Clássica Aldeias do Xisto.
De recordar que a época de estrada arrancou no sábado com o Circuito CAR Anadia, prova em que participaram as equipas de clube e que foi ganha por Francisco Marques, da Sicasal/Miticar/Torres Vedras.
Top 20 no quadro em baixo. Classificação completa neste link, via Federação Portuguesa de Ciclismo (documento PDF).
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